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Livrarias - Leitura do Cenário Brasileiro

Por:   •  8/9/2019  •  Relatório de pesquisa  •  813 Palavras (4 Páginas)  •  166 Visualizações

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LEITURA DO CENÁRIO BRASILEIRO.

Em 2018 o mercado brasileiro de livros oscilou com o aumento do faturamento do setor de cerca de 9% e com um pequeno aumento de leitores. Na contramão, segundo o IBGE, 27% das livrarias físicas foram fechadas. Esta é a pior crise que o setor livreiro já enfrentou.

As dificuldades financeiras das duas maiores redes de livrarias

do País, Cultura e Saraiva, é a parte mais visível deste cenário. A primeira, fechou 20 livrarias e está em processo de recuperação judicial, com uma dívida com fornecedores estimada em R$ 300 milhões. Já a Saraiva divulgou na semana passada seu mais recente balanço. A dívida acumulada no semestre é de cerca de R$ 120 milhões, fazendo com que a empresa desista do comércio de produtos eletrônicos em suas lojas, feche pontos de venda deficitários e demita 700 funcionários. O aumento das vendas em 2018 se deve a pequenas intervenções feitas pelo setor na tentativa de combater o seu maior inimigo, o e-commerce.

Há algumas observações a serem feitas para o problema. Ao bem da verdade o setor viveu uma inépcia a não observar e subestimar as transformações culturais e comportamentais da sociedade. Vale lembrar que infelizmente, a média de 4 livros por ano não é muito animadora, além dos novos hábitos de compra que foram profundamente alterados pela chegada de grandes “marketplaces”. O maior algoz do segmento é a concorrência desleal do varejo eletrônico e dos grandes atacadistas que vendem livros, muitas vezes apenas como chamariz para outros produtos, oferecendo descontos irreais ou até mesmo abaixo do preço de custo. A exemplo, enquanto as livrarias tradicionais levam de 60 a 90 dias para pagar as editoras, a Amazon se predispôs a adiantar o pagamento das editoras, fortalecendo ainda mais a relação dos players com a maior varejista do mundo, que pode segurar a guerra de preços por anos até a falência das livrarias tradicionais. No campo político legal, a lei do preço fixo, que estabelece um desconto máximo em um período de ano para lançamentos de livros não prosperou. No campo do ambiente econômico, tinha-se um vislumbre de um governo mais liberal economicamente, o que não ainda não aconteceu frustrando as perspectivas de investimentos interno e externo o que provoca desaquecimento da economia e desinteresse ao consumo de bens que não são de primeira necessidade.

OPÇÕES PARA RECUPERAÇÃO DO SETOR

Parte da maior receita do setor é o Governo que através do Programa Nacional Biblioteca nas Escolas (PNBE) garante a compra e distribuição de cerca de 230 milhões de livros para bibliotecas escolares. Esse programa corre o risco de ser paralisado podendo causar um déficit de R$ 995 milhões ao setor e toda sua cadeia produtiva. Uma das saídas seria o reforço pela promoção de políticas públicas de fomento e incentivo para esse setor e que respeite a cadeia produtiva do livro que envolve editoras, distribuidoras, editoras e livrarias.

Assim como o setor de comunicação, o segmento livreiro tem que se reinventar, tanto em termos de gestão, como não dando às costas às novas

tecnologias. Deve haver um olhar no uso de outras matérias-primas a fim de baixar os custos de produção por exemplo.

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