Marcas, Marketing
Por: denisea.teixeira • 21/3/2016 • Trabalho acadêmico • 2.159 Palavras (9 Páginas) • 527 Visualizações
Marcas
Marca, segundo Aaker (1998, p. 7) é um nome diferenciado e/ou símbolo podendo ser representado por um logotipo, marca registrada, ou desenho de embalagem, destinado a identificar os bens ou serviços de um vendedor ou grupo de vendedores, além de diferenciar esses bens e/ou serviços de seus concorrentes. Desta forma uma marca pode sinalizar ao consumidor a origem do produto comprado.
A A.M.A – American Marketing Association ( Associação Americana de Marketing) – conceitua marca como um nome, termo, sinal, símbolo ou design, ou uma combinação destes, com intenção de identificar bens ou serviços de um vendedor ou grupo de vendedores de forma a diferenciá – los dos demais competidores.
A utilização de marcas como forma de identificação de um produto é uma pratica utilizada há séculos, tanto por empresas quanto por consumidores. Na visão da empresa a marca visa os aspectos descritivos de um produto, ou seja, seus atributos, e em se tratando de consumidores, ela é um conjunto de benefícios, funcionais ou simbólicos, percebidos por eles ( Tavares, 1998).
Para Keller (1998) as marcas assumem diferentes significados para os clientes e os fabricantes, conforme quadro abaixo:
Quadro 1 – Papéis da Marca
Clientes | Fabricantes |
Identificação da fonte do produto. | Meio de identificação para simplificar o manuseio ou procura. |
Assinalação da responsabilidade do produtor. | Meio de proteger legalmente características únicas. |
Redutora de risco. | Sinal de qualidade para clientes satisfeitos. |
Redutora do custo de procura. | Meio de dar a produtos associações únicas. |
Promessa, ligação ou pacto com o criador ou produtor. | Fonte de vantagem competitiva. |
Dispositivo simbólico. | Fonte de retornos financeiros. |
Sinal de qualidade. |
Fonte: Keller, (1998).
De acordo com Kotler (2003, p. 72) são grandes os benefícios resultantes da construção de uma marca organizacional, ou seja, uma marca que possa representar uma corporação.
O uso em grande escala de marcas e logotipos é essencialmente fenômeno do final do século 19 e inicio do século 20 (Blackett 1998).
Keller (1998) classifica o desenvolvimento das marcas em cinco etapas:
Quadro 02– Desenvolvimento das marcas
Etapa | Desenvolvimento da marca |
1. (1860 – 1914) | Emergência dos Fabricantes de Marca. Após a guerra civil norte- americana, uma série de fatores impulsionou o desenvolvimento de produtos manufaturados com marca. A melhoria dos transportes e da comunicação tornou a distribuição nacional viável. A evolução nos processos produtivos permitiu a obtenção de maior escala e facilitou a criação de embalagens menores. O estabelecimento de uma legislação sobre marcas registradas passou a proteger as identidades desenvolvidas. A propaganda, com o aumento de opções de revistas e jornais, tornou-se mais atrativa. O aparecimento de instituições de varejos e de lojas de catálogo aprimorou a distribuição de produtos. O crescimento da população potencializou o mercado consumidor. A maior urbanização e industrialização elevaram o padrão de vida e as aspirações dos americanos. Por fim a queda dos níveis de analfabetismo também representou um aumento de mercado. |
2. (1915 – 1929) | Neste período, as marcas de fabricantes cresceram com a aceitação e admiração dos clientes. Isso esta relacionado com o desenvolvimento das técnicas de marketing e vendas, com a criatividade na propaganda e com a valorização da pesquisa de marketing como ferramenta gerencial. |
3. (1930 e 1945) | Desafios para as Marcas de Fabricante. A Grande Depressão de 1929, resultado da quebra da bolsa de Nova Iorque, gerou uma série de desafios para os fabricantes nacionais. Devido à crescente sensibilidade aos preços da população, o pêndulo do poder se virou a favor dos varejistas. Eles introduziram seus próprios produtos com preços baixos e deixaram de comercializar os produtos de fabricantes que não oferecessem retorno satisfatório. Parte do público passou a considerar as propagandas como ferramentas manipulativas, enganadoras e de mau gosto; eram cada vez mais ignoradas por parcelas crescentes da população. Durante a Segunda Guerra Mundial, boa parte da infra-estrutura industrial norte-americana foi direcionada para os esforços de guerra, dificultando o desenvolvimento de marcas nacionais. Nesse período, a Procter & Gamble implementou o primeiro sistema de administração de marcas, onde cada linha de produto possuía um gerente responsável pela sua gestão e pelo controle de seu desempenho financeiro. |
4. (1946 – 1985) | Estabelecimento dos padrões de Administração de Marcas. Após a Segunda Guerra Mundial, houve uma explosão de vendas e a demanda por marcas de fabricantes cresceu de forma considerável. O desenvolvimento econômico pós – guerra foi notável. Fatores como a elevação da renda e o aumento populacional impulsionaram as marcas nacionais. Nesse momento, o modelo de gerenciamento de marca, introduzido pela Procter & Gamble, tornou-se amplamente utilizado. |
5. (1986 – até o Presente) | Novos desafios das Marcas e oportunidades. Os sistemas de gerenciamento de marcas, implementados durante as décadas de 50,60 e 70, incentivaram o nascimento de um grande número de marcas poderosas. Os financistas de Wall Street não deixaram de perceber o seu valor implícito e deram início ao processo de aquisições e fusões que dominou os anos 80, justificado pela promessa de lucros extras que poderiam ser explorados e mantidos. |
Fonte: elaboração própria com base em Keller, 1998.
Ainda para Kotler e Keller (2006), uma marca pode representar para uma empresa um ativo de valor inestimável. A identificação das marcas como ativos intangíveis de alto valor, favoreceu o desenvolvimento do conceito de brandy equity, “valor da marca” segundo Kotler e Keller (2006), ou “valor patrimonial da marca” segundo Aaker (2001).
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