Metodologia 5S em uma Microempresa

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IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA 5S EM UMA MICROEMPRESA DO RAMO MOVELEIRO.

Alex Marques Willmbrink  (UNIAMÉRICA) – [e-mail]

Nayara Mayer da Motta (UNIAMÉRICA) – [e-mail]

Thiago Leal Lucena (UNIAMÉRICA) – [e-mail]

Jackson Dias (UNIAMÉRICA) – [e-mail]

Lucas Gracioli (UNIAMÉRICA) – [e-mail]

Iuri Florentin (UNIAMÉRICA) – [e-mail]

RESUMO: Este artigo discute aspectos relacionados à implementação da metodologia 5S em uma microempresa do ramo moveleiro. Os cinco sensos são a base para aplicação de melhores práticas organizacionais. O levantamento dos aspectos relacionados a implantação da metodologia foi feito por meio de pesquisas qualitativas, coleta de informações estruturais e com observação participante. O trabalho analisará o comportamento da empresa, bem como dos funcionários, diante da implementação dos 5 sensos, Seiri (utilização), Seiton (ordenação), Seiso (limpeza), Shitsuke (autodisciplina) e Seiketsu (higiene). Nas organizações a metodologia dos 5 sensos permite desenvolver uma melhoria contínua na destinação dos materiais. Esta metodologia melhora o clima organizacional, a produtividade e consequentemente a motivação dos funcionários. Os principais resultados encontrados a partir do levantamento de dados foram a desorganização do setor produtivo e o desperdício de materiais, mostrando a importância dos 5s na organização. A consultoria apoiou ao longo de um mês as boas práticas do programa, indicando uma melhora visível no clima organizacional, na higiene, na administração dos materiais evitando desperdício e na economia de tempo devido a organização das ferramentas de trabalho.

Palavras-chave: 5S; Gestão de qualidade; Sensos organizacionais.

1 – INTRODUÇÃO

O Programa 5S ou simplesmente cinco Sensos é a implementação de uma filosofia japonesa, objetivando através de treinamento mudar hábitos e comportamentos dos trabalhadores envolvidos. A metodologia é baseada em 5 palavras cujas iniciais formam o nome do programa. Assim são elas: Seiri (SENSO DE UTILIZAÇÃO), Seiton (SENSO DE ORDENAÇÃO), Seiso (SENSO DE LIMPEZA), Shitsuke (SENSO DE AUTODISCIPLINA) e Seiketsu (SENSO DE HIGIENE). Além dos benefícios agregados a empresa, de acordo com Falconi (p.197, 2004)" os 5S visam mudar a maneira de pensar das pessoas na direção de um melhor comportamento para toda vida".

A globalização está exigindo mais competência das empresas, que estão sendo obrigadas a produzir mais, melhor e com menor custo. Esse fato estreita ainda mais as possibilidades de crescimento das micro e pequenas empresas. É nesse sentido que se torna primordial a implementação de metodologias direcionadas a redução de desperdícios e otimização da produção neste setor econômico. Conhecer e desenvolver soluções necessárias aos problemas encontrados na linha de produção se torna essencial neste processo. Assim, a temática passa a ser um campo de interesse do Engenheiro e principalmente do Engenheiro de Produção.

Portanto, esta pesquisa apresentará uma adaptação da metodologia 5S à pequenas empresas do ramo moveleiro. Nessa fundamentação serão apresentados os conceitos dos 5 sensos organizacionais objetivando minimizar os desperdícios, reduzindo assim os custos e consequentemente aumentando o lucro, além de elevar a qualidade do ambiente de trabalho e melhorar a produtividade dos funcionários.

2. DEFINIÇÃO DE MICROEMPRESA

Em 14 de dezembro 2006 foi instituída a Lei Federal Complementar nº 123 ou Lei Geral das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, para regulamentar o disposto na Constituição Brasileira, que prevê o tratamento diferenciado em favorecimento à microempresa e à empresa de pequeno porte. Uniformizou o conceito de micro e pequena empresa, por intermédio do enquadramento dessas organizações em categorias (Microemprendimento Individual e Empresa – nas classificações micro, pequena ou média), baseadas em receita bruta anual e número de funcionários.

Para a presente pesquisa, interessa a definição de microempresa tratada na lei Geral, apresentada como sociedade empresarial, sociedade simples ou empresa individual de responsabilidade limitada. O empresário, responsável legal, deve estar devidamente registrado nos órgãos competentes. A organização assim conceituada pode aufir, em cada ano calendário, a receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 e possuir até, no máximo, XX funcionários.

A grande dificuldade das microempresas é manter a competitividade em um mercado globalizado. Pensando nisso são adotadas estratégias para obter liderança de mercado e melhorar a qualidade de seus produtos. Para tanto uma boa alternativa é investir nos sistemas de gestão da qualidade, utilizando diversas metodologias e programas, entre eles o programa 5S. Assim, com a aplicação de alguma estratégia, as microempresas podem fortalecer a sua experiência e a de seus colaboradores, além de suas relações com o mercado, concorrentes, clientes e fornecedores.

2.1.GESTÃO DE QUALIDADE

Qualidade para Slack et al (1999) significa fazer as coisas certo da primeira vez. De acordo com Campos (1992), um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende no tempo certo, de forma perfeitamente confiável, acessível e segura, as necessidades dos clientes. Com isso, garantindo, a preferência, em relação aos concorrentes, e, consequentemente, a sobrevivência da empresa.

Segundo Lima (2004), a gestão da qualidade pode ser definida como uma maneira de auxiliar a administrar os sistemas de produção, sendo que este auxílio será dado por meio de planejamento, controle e melhoria da qualidade, ou seja, um conjunto de atividades que são planejadas e executadas em todo o ciclo de produção, e que ainda precisa ser estendida a os clientes e fornecedores, com a finalidade de garantir a qualidade dos produtos com o menor custo possível.

Utilizando a referência desse mesmo autor, é possível afirmar que a qualidade do produto, quando este chega às mãos do cliente, é o resultado das atividades desenvolvidas durante o ciclo de produção. Com isso, a gestão da qualidade torna-se algo fundamental para qualquer empresa. Com o gerenciamento da qualidade é possível garantir que todas as atividades do ciclo estejam organizadas de forma tal que o produto resultante terá sempre o padrão esperado e atenderá os objetivos econômicos e estratégicos da organização.