Metodos Quantitativos
Por: mariajoyce • 17/11/2015 • Resenha • 967 Palavras (4 Páginas) • 230 Visualizações
MEMÓRIA DE AULA
CURSO ADMINISTRAÇÃO
Filosofia
Apresentação
Com freqüência, o ensino de filosofia para o curso de administração precisa romper uma barreira que, em certos casos persiste, ainda que o empenho em superá-la seja grande. A dificuldade reside na seguinte pergunta: para que estudar filosofia se meu curso é de administração? Pensando justamente nesta barreira inicial e considerando-a bastante pertinente, o curso de filosofia foi elaborado para, não só respondê-la, mas também elucidar sobre os motivos do próprio questionamento. Este questionamento revela o privilégio que uma determinada corrente filosófica específica acabou obtendo em detrimento de outras tantas: o utilitarismo. Se hoje esta pergunta nos soa bastante natural, isto se dá somente pelo fato de que esta corrente filosófica exerceu uma grande influência na elaboração de nosso atual modelo de organização político-social, tanto quanto marcou e privilegiou um modo especifico de pensar. Tivesse sido outra corrente filosófica a prosperar em meio a essa elaboração e possivelmente o questionamento seria outro ou simplesmente desapareceria. A aparência de natural se deve simplesmente ao fato de que a maioria das pessoas de nossa convivência diária, nasceu e cresceu em meio a esse ambiente cultural, notadamente capitalista e utilitarista. Contudo o fato de uma maciça maioria de pessoas pensar da mesma maneira, não outorga a esse pensamento o caráter de verdadeiro. Fosse assim e ainda acreditaríamos que a terra é plana e que todos os astros giram em torno dela. Copérnico foi em seu tempo uma voz solitária e contrária a todas as crenças de sua época e sua teoria heliocêntrica vista com maus olhos poderia levá-lo à fogueira sendo queimado vivo por atestar tamanha heresia. Justamente por isso é que vamos trilhar ao longo de nosso curso pelo que entendemos ser uma pequena história da verdade.
Primeiramente vamos retroceder aos primórdios de nossa cultura ocidental: a Grécia. Vamos trafegar por entre os mitos gregos e tentar perceber o que se tinha por verdadeiro e principalmente o que conferia esse caráter de verdade. Depois vamos passar pelo nascimento da filosofia, ainda na Grécia, para ver se esse critério de verdade perdura ou se será transmutado e reconfigurado. O caminho prossegue passando pelo nascimento do cristianismo que se disseminou por toda a Europa facilitado pela hegemonia romana durante o tempo de império. Veremos como esse cristianismo prosperou e se tornou também signo de verdade durante aproximadamente mil anos com o aval da própria filosofia. Mais adiante veremos esse paradigma de verdade ser desafiado por uma idéia de ciência que surge com os conhecimentos trazidos para a Europa pelos povos mouros (Muçulmanos do norte da África). Seguindo nosso percurso, veremos como o avanço e sistematização da ciência se deu ao longo dos anos ate se tornar um novo paradigma de verdade.
Desde o fim do império romano até o século XVIII a organização político-social, sofreu muito poucas mudanças. A sociedade era organizada em camadas bastante bem definidas e com pouca ou nenhuma mobilidade social. O chamado feudalismo posteriormente conhecido como monarquias absolutistas acabava por produzir certas doses de injustiça social que acabou por produzir um grande mal estar que culminou com a revolução francesa que ocorreu concomitante com a revolução industrial que se desenvolvia em outras tantas partes da Europa.
O movimento Iluminista encabeçou uma profunda reorganização social que ofereceu os contornos do que hoje conhecemos como continente europeu. O estabelecimento do conceito de Estado e a idéia de Contrato social, onde os reis seriam obrigados a também seguir as leis, transfigurou as monarquias em estados e nações constitucionais. Todos esse redesenho no velho continente reverberou tanto no norte quanto no sul do novo continente, oferecendo novos referenciais, para as então colônias.
O novo paradigma capitalista privilegiando a iniciativa privada e com ela a propriedade privada e o lucro, encontraram um ambiente propício para prosperar e se difundir por todos os cantos do mundo. Contudo suas práticas foram severamente criticadas por Karl Marx. Os conceitos de alienação e de ideologia colocaram em cheque as verdades correntes do capitalismo e, juntos com uma mordaz critica à moral oferecida por Friedrich Nitzsche abalaram o critério de verdade vigente. Some-se a isso a teoria da relatividade de Einstein e a crítica da Indústria Cultura e da Razão instrumental feita pela Escola de Frankfurt e o conceito de verdade fica em suspenso. Justamente por esses e outros revezes que, com freqüência, vemos maravilhosos debates se encerrarem ante ao taxativo: essa é a sua verdade! Ora, se cada um tem sua verdade não há diálogo possível, tampouco ética. Podemos justificar as mais absurdas condutas por quaisquer verdades que inventarmos.
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