O GERENCIAMENETO DE OBRAS
Por: Gerlle • 4/5/2021 • Artigo • 5.614 Palavras (23 Páginas) • 67 Visualizações
INTRODUÇÃO
O mercado da construção civil tem vivenciado um período de crescimento nos últimos anos, principalmente com a implantação do Programa minha casa minha vida, com construções voltadas para atender interesses sociais, mas não somente este tipo de habitação, o cenário está em ascensão e independente do tipo de construção que se esteja executando, a gestão adequada de todas as etapas do processo construtivo é fundamental.
Embora vivenciemos o surgimento de novas tecnologias, desenvolvimento de novas práticas não apenas voltadas para as questões técnicas, mas também para as práticas de gestão, entretanto a construção civil ainda anda a passos lentos e não tem acompanhado no mesmo ritmo.
Mesmo com tantos avanços a indústria da construção civil ainda é vista como um setor com um custo muito elevado e com uma baixa produtividade, fazendo uso de processos ultrapassados e improdutivos, trazendo grandes desperdícios, de material, tempo, trazendo impactos ambientais e atrasos na entrega do produto final.
Para RESENDE (2013) mesmo que uma obra não seja tenha um alto nível de complexidade, considerando-se a grande quantidade de variáveis envolvidas, não é tarefa fácil administrar todos os problemas que possam surgir e apresentar uma solução adequada a cada um. Contudo, se de forma proativa e preventiva, esses problemas puderem ser identificados e analisadas suas causas, consequências e medidas preventivas, contribuiriam significativamente para a melhoria da gestão e produtividade das empresas.
Uma gestão adequada, é essencial na execução de uma obra, resultando não apenas na qualidade do produto entregue, mas otimização do tempo, dos custos, além de melhorar a produtividade.
Todos os setores industriais tem mudado a sua forma de atuação empresarial, a fim de se adequar à competitividade do mercado, guiado por clientes cada vez mais exigentes. Isso exige das empresas, a busca por um diferencial, busca por investimentos tecnológicos, é necessário se inovar, implementar melhorias no sistema de produção, para que possam manter-se no mercado crescente e reformulado.
Todavia, a realidade de grande maioria das empresas de construção civil no Brasil, em paralelo a essas alterações, são empresas com deficiências no seu sistema de gestão, deficiências no seu processo de produção, nas informações, na relação com fornecedores, com a mão de obra, que tem trazido como problema principal atrasos nas obras, na entrega do produto final, ou até mesmo entregas incompletas, causando grandes prejuízos a todos os envolvidos.
É fundamental que se tenha um bom plano de execução e controle do processo construtivo, para que se tenha uma boa margem de confiabilidade em obra, o que vai auxiliar na entrega da obra de maneira bem-sucedida, com todos os objetivos alcançados, e se possa ter um empreendimento executado com sucesso.
Segundo Stevens apud BRUM, para a definição de sucesso de um empreendimento de engenharia civil, pode-se dizer daquele que atingiu uma meta e cumpriu com os objetivos estipulados na fase de planejamento. Para que se defina esse sucesso, é necessário que os prazos e custos tenham sido executados de acordo com as exigências do cliente e que a qualidade e segurança tenham sido asseguradas.
Partindo do conceito citado no item anterior, temos dois pontos cruciais no sucesso do empreendimento, a atenção dada ao setor de projetos e o planejamento e controle de todas as etapas da obra.
Como define CHAGAS et al (2015), o sucesso de um empreendimento de um projeto de construção é o resultado do gerenciamento de diferentes recursos disponíveis para a execução desse empreendimento, como os materiais, a mão-de-obra, os equipamentos e capital que podem muitas vezes estarem limitados e restritos.
Pode-se então considerar que o sucesso e a qualidade de um empreendimento da Construção civil, resulta de diversos fatores e entre eles podemos citar dois, que são importantíssimos senão os mais importantes: o planejamento e o projeto, isso associado à sua gestão e compatibilização, sendo que essas atividades não devem estar desassociadas, mas devem acompanhar o projeto desde que este é concebido até a sua execução.
CONCEITO DE PROJETO
Quando a temática refere-se a construir ou mesmo reformar qualquer empreendimento, não podemos deixar de falar de projeto, o elemento fundamental para que se execute qualquer uma dessas ações. Para Nascimento (2015), o projeto em si não é uma tarefa fácil e tem objetivos bem específicos, ou seja, buscar soluções econômicas que atendam às necessidades dos clientes, sem deixar de lado a criatividade, não deixando de lado também as exigências das leis ambientais.
O projeto é resultado de uma integração de diversas disciplinas, assim como o seu desenvolvimento resultado da ação de diversos profissionais, e projetar não é simplesmente um desenho, envolve muito conhecimento, de elementos diversos e requer técnica pra que se consiga combinar todos os elementos e assim atingir o objetivo a que se propõe e à medida que as mudanças tem ocorrido, ver-se também uma mudança no termo projeto, que tem buscado acompanhar as atualizações do mercado e os avanços tecnológicos.
Segundo SALGADO (2007) apud NASCIMENTO, 2015, o desenvolvimento de um projeto pode ser entendido como um processo gerencial, em que se compreende um problema, produz-se uma solução e a avaliação desta, sem, portanto, desconsidera-se todo esse processo envolvido em criatividade e iteratividade. É uma sequência de etapas que vão se conectando e ao final temos um projeto com informações que devem estar interligadas, todas as disciplinas devem estar conectadas, arquitetônico, elétrico, estrutural, hidrossanitário, formando um todo, partes essenciais pra que se possa executar uma obra de construção civil.
Existem diferentes tipos de projeto e todos são fundamentais para a concepção total de uma obra, em que o projeto arquitetônico se configura como a “espinha dorsal”, com indicações que devem ser base para os demais.
O projeto estrutural tem como principal função dimensionar com segurança e eficácia e quando possível de forma econômica, dando vida à ideia do arquiteto, devendo estarem em harmonia, obedecendo sempre a norma, a NBR 6118:2014, em que esta afirma que o projeto de estrutura tem que obedecer aos requisitos de qualidades e conformidade, com a capacidade necessária para ter segurança à ruptura, e plenas de utilização e serviços enquanto durar sua vida útil.
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