O Homem e a Natureza
Por: Laressa Cataline • 4/9/2018 • Resenha • 2.558 Palavras (11 Páginas) • 248 Visualizações
ADMINISTRAÇÃO DO MEIO AMBIENTE
1.1 O homem e a natureza
O ser humano, conforme Dias possui uma capacidade de se adaptar ao ambiente natural maior
que qualquer outra espécie, devido à sua característica de construir seu próprio espaço para viver,
modificando seu ambiente natural. No período da pré-história, o homem vivia em constante estado de luta
e defesa pela sobrevivência contra os animais que lhe eram superiores em força e contra as alterações
climáticas da natureza.
Com o passar do tempo, o homem aprendeu a superar essas dificuldades desenvolvendo
ferramentas que multiplicavam sua força e, ao mesmo tempo, descobriu que, se vivesse em grupos mais
facilmente, superaria as adversidades. Dias salienta que essa superação afetou de maneira significativa a
natureza durante esse período, pois mostrou a importante diferença entre o ser humano e os outros
animais. Suas ações eram primeiramente concebidas pelo pensamento, em forma de planejamento, e
depois em ações. Ainda segundo Dias, desse modo se desenvolveu um processo de organização do
trabalho e, por conseguinte, a distribuição de tarefas. Com este desenvolvimento o homem passou a fazer
tudo que outros animais faziam, porém de uma maneira melhor. Construiu abrigos melhores do que outras
espécies, aperfeiçoou métodos de caça e pesca, superou os animais mais ferozes, passando
a ser o predador mais temido. Com isso, sua intervenção na natureza aumentou de forma gradativa e
acumulativa.
Até dez mil anos atrás, o homem vivia da caça e da coleta de grãos e
frutos. Depois, ele aprendeu a plantar grãos selecionados e a criar animais, dando um salto na história de
sua evolução, e passou a se fixar em locais e a se organizar como sociedade. Dias comenta que foi a
primeira grande revolução científico-tecnológica (revolução agrícola) e que provocou grandes impactos
ambientais, devido ao aumento da capacidade produtiva humana.
Com o desenvolvimento das sociedades e das técnicas de plantio, a produtividade aumentou,
criando excedentes que podiam ser armazenados, o que oportunizou a complexidade das funções e o
surgimento de novos ofícios, aumentando a divisão do trabalho. O homem começou a exigir uma melhor
qualidade de vida em detrimento do mundo natural.
De acordo com Dias, com o crescimento das aldeias e surgimento de cidades, o homem precisou
ocupar mais espaços naturais, bem como para o atendimento de seus anseios de conforto e de poder que
só poderiam ser realizados com a degradação da natureza. Dessa forma, foram construídos monumentos
colossais, como as pirâmides; florestas foram devastadas para atender a construções de casas e cursos
de rios foram alterados para atender as necessidades do crescimento das cidades. Na mesma proporção
em que os homens se desenvolviam em sociedade, crescia a importância do elemento econômico como
um fator crucial para novas conquistas. Muitas guerras ocorreram motivadas pelo fator econômico e,
independente dos resultados, todas contribuíram para a degradação da natureza.
1.2 O processo de urbanização
Com o domínio da agricultura, o homem deixou de ser nômade e passou a ser sedentário. Como
sua produção de grãos precisava ser armazenada, surgiram os silos e, com a abundância de alimentos, a
concentração de pessoas em determinados lugares passou a aumentar. Para a proteção da criação de
animais domésticos, as terras precisavam ser protegidas, surgindo as propriedades privadas e
concentrações de pessoas em determinados núcleos. As organizações começam a ficar mais complexas e
com isso avançaram na alteração do meio ambiente ao seu redor. Conforme Dias, na região em que hoje
está o Iraque houve as primeiras grandes concentrações humanas e ocorreram as primeiras extinções de
animais de grande porte, porque eram uma ameaça ao homem. A Babilônia, na Mesopotâmia, tem sua
obra conhecida até hoje: foi a primeira a recriar de forma artificial um ambiente natural, os Jardins
Suspensos da Babilônia.
Os romanos, na Antiguidade, foram os que mais criaram espaços urbanos. A cidade de Roma
chegou a ter uma população de mais de um milhão de habitantes e, por conseguinte, foi a que mais
contribuiu para diminuir a diversidade. De acordo com Dias, os romanos foram responsáveis pela extinção
do leão do Atlas, que tinha seu habitat no norte da África, e por ter uma juba preta tornou-se uma grande
atração, pois em várias cidades existiam as arenas.
Dias nos conta que, com a degradação contínua do ambiente natural e as concentrações urbanas,
o homem começou a criar um ambiente propício para ele. No entanto, alguns organismos que existiam no
ambiente natural se adaptaram também a esse ambiente recriado pelo homem e, de forma descontrolada,
surgiram pragas e microrganismos que transmitem doenças. Assim nasceram as epidemias, que
assolaram as cidades durante
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