O IMPACTO DA INDÚSTRIA NO FUTURO DA ADMINISTRAÇÃO
Por: carolbasso • 12/9/2020 • Artigo • 2.049 Palavras (9 Páginas) • 123 Visualizações
O impacto da indústria 4.0 no futuro da administração
Por: Ana Carolina Basso e Camila Bosa de Souza
O avanço da tecnologia tem sido muito discutido nas mais diversas áreas, uma vez que tem potencial para impactar a vida de todos. O conceito de Indústria 4.0 está se tornando cada vez mais uma realidade e irá transformar o mundo no qual vivemos, afetando a maneira como aprendemos, trabalhamos, nos transportamos e interagimos. Para compreendermos esse conceito, é interessante voltarmos aos períodos das Revoluções Industriais.
A Primeira Revolução Industrial, que ocorreu na Inglaterra nos séculos XVIII e XIX, teve a contribuição da engenharia mecânica como ponto focal, com as máquinas a vapor.
Já na Segunda Revolução Industrial, que ocorreu no final do século XIX, em alguns países da Europa, a engenharia de produção gerou a maior contribuição com a criação da linha de produção em massa, por Henry Ford e surgimento dos conceitos de produção em escala e redução de custos.
A Terceira Revolução Industrial ou Revolução Tecno-científica, que desenrolou-se em meados do século XX e teve como um de seus protagonistas os Estados Unidos, teve a engenharia elétrica e de automação como grande contribuinte com a implantação de computadores, sensores, controles eletrônicos e dispositivos que permitiram o gerenciamento de uma grande quantidade de variáveis de produção, permitindo a tomada de decisões de controle de dispositivos de forma autônoma.
Por fim, chegamos à transição atual. Estamos vivendo os primeiros anos da nova revolução - a Quarta Revolução Industrial ou Revolução 4.0 -, que traz o conceito de fábricas digitais e utilização de tecnologias disruptivas que superam as tecnologias já estabelecidas.
A Internet é o principal meio que permite que tudo isso ocorra, é o que integra todas as tecnologias e vem sendo aplicada dentro das empresas adaptada a máquinas e equipamentos. O objetivo é que, em um futuro próximo, todos os equipamentos estejam conectados em redes disponibilizando dados a todo momento, esse conceito é conhecido como “Internet das Coisas” (IoT). A redução de custos, aumento da produtividade, controle de processos, dentre outros serão impactados com uma transformação profunda nas plantas fabris.
Além da Internet das Coisas, outras tecnologias como machine learning por meio da inteligência artificial, blockchain, computação em nuvem e impressões 3D ganham destaque.
A modernização de grandes e médias indústrias avançam lentamente e o principal motivo disso é a grande dificuldade em relação a cultura organizacional, que será abordada em seguida, principalmente no Brasil.
Não há dúvidas que a tecnologia impactou o mundo da Administração nos últimos anos e que impactará ainda mais no futuro. As mudanças ocasionadas por ela atuam na forma como as empresas se organizam, no aprendizado dos indivíduos, nas relações interpessoais, nos processos de trabalho e nas formas de fazer negócios.
Mas como exatamente essa evolução da tecnologia - internet das coisas, inteligência artificial e outras - irá afetar as organizações e administração das empresas?
A Revolução 4.0 está transformando os meios nos quais as empresas atuam e, logo, elas estarão inseridas em um ambiente completamente novo. Para isso, a transição deverá ser feita com muita eficiência e eficácia, pois, caso não seja, facilmente ficarão para trás.
Começamos a entender essa mudança pela base das organizações: as pessoas. Esse novo contexto transformará fundamentalmente o modo como as pessoas trabalham e se relacionam e, para a adaptação, será necessário uma mudança grande de mindsets - a forma que enxergamos diversas situações e como nos portamos diante delas - e, não só os profissionais da área de recursos humanos, como todos os gerentes são peças fundamentais nesse desafio.
Além disso, a aprendizagem e formação requerida das pessoas também serão afetadas. Para atender às demandas da era 4.0, o profissional deverá ser capaz de incorporar diversas habilidades e atuar em ambientes muito complexos e dinâmicos.
Tornar-se um administrador 4.0 conceitualmente não está atrelado somente ao uso da tecnologia como ferramenta para gerir processos, mas também para gestão de todos os stakeholders de forma a satisfazer suas necessidades cada vez menos estáticas e demandando mais interação. Dessa forma, o modelo de gestão atual – focado em controle e eficiência – será cada vez menos suficiente em um mundo em que a adaptabilidade e a criatividade fomentam o sucesso empresarial.
As forças que compõem o ambiente externo das organizações também sofrerão mudanças, pois a economia, a sociedade, a política, as leis e, obviamente, a tecnologia serão afetados. Ao longo do texto serão abordados os motivos dessas alterações.
O ambiente operacional também irá se modificar com a transformação nas formas como as organizações competem, no comportamento dos clientes, nas formas de comunicação e acirramento da concorrência.
A mudança mais importante é a do ambiente interno, pois é nele que todas as outras serão geridas e poderão trazer consequências positivas ou negativas, dependendo da forma como lidarem com elas. O ambiente interno é composto pelos proprietários, empregados, administradores e ambiente físico.
Um fator que intensifica o impacto dessas mudanças é a velocidade. O avanço da tecnologia deixa o mundo cada vez mais ágil e dinâmico, tudo muda a todo momento e as transformações ocorrem de forma acelerada, tornando impossível ignorar o gerenciamento das incertezas mesmo que por um instante.
A inteligência artificial, citada anteriormente, se trata de um ramo da ciência que simula a capacidade humana de pensar, agir e tomar decisões, que traz ameaças à diversas profissões no futuro. O seu avanço e impacto são, por um lado, positivos, pois poderão agilizar as atividades, minimizar os erros e garantir maior eficácia e inovação às empresas. Mas também são potencialmente catastróficos, pois colocarão em risco uma quantidade enorme de profissões e vagas de trabalho. Caso aconteça, será um problema em escala global que afetará diretamente a economia e a sociedade, forças do ambiente externo.
A substituição de pessoas por robôs e softwares já é uma realidade, mas irá aumentar cada vez mais. Uma pesquisa realizada pela Universidade de Oxford diz que aproximadamente 47% dos empregos tendem a desaparecer nos próximos 20 anos. Essa substituição começou já na Primeira Revolução Industrial, porém influenciando apenas cargos de baixa qualificação e muito operacionais, como pessoal de linha de montagem. Entretanto, cada vez mais a ameaça aos empregos que exigem alta qualificação cresce.
Para competir com os robôs, os profissionais deverão desenvolver um perfil multidisciplinar, mas, além das habilidades técnicas, deverão adquirir habilidades comportamentais, envolvendo desde criatividade, inteligência emocional e gestão de pessoas até negociação, pensamento crítico e capacidade de resolução de problemas complexos. Algumas dessas habilidades são complexas para serem realizadas por robôs ou softwares e, por isso, se tornarão um diferencial no futuro do mercado competitivo. Segundo o chinês Kai-Fu Lee, especialista em Inteligência Artificial (IA), “as máquinas nunca serão criativas ou capazes de expressar empatia, trazendo um diferencial para os humanos”.
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