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O Medo dos Roedores

Por:   •  11/12/2023  •  Trabalho acadêmico  •  2.558 Palavras (11 Páginas)  •  42 Visualizações

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1. COMPORTAMENTO DE MEDO EM ROEDORES

O sentimento de medo é considerado uma emoção que gera tanto efeitos comportamentais como fisiológicos quando um animal está diante a um perigo real. O medo aumenta a pressão sanguínea, sendo assim, redistribui sangue das vísceras e da pele para os músculos e o cérebro, fazendo com que o individuo tenha o instinto de luta e fuga (Mello Cruz, 2012). E diante ao predador, gera o estimulo de paralisação (ZORZETTO, 2010).

O medo diferencia-se da ansiedade, pois esta tem a finalidade de preparar o individuo para um perigo futuro, deixando-o mais alerta para um perigo vago ou de potencial (Mello Cruz, 2012). Tanto o medo como a ansiedade estão correlacionadas, pois são reações não prazerosas, gerando apreensão, insegurança e varias reações comportamentais ao animal. (Carvalho-Netto, 2009).

Ao tentar diferenciar o medo da ansiedade, pesquisadores retratam quando é real a situação ameaçadora, o comportamento da luta e fuga está relacionado e assim representado por medo ou pânico. Mas quando a situação leva o animal ao comportamento de defesa como esquiva ativa e luta, está relacionado apenas com o medo (Carvalho-Netto, 2009).

Existem três níveis de defesa, conforme a sua resposta de medo. São eles:

1°) Potencial: é quando o roedor lembra que sofreu uma ameaça sendo um ambiente novo ou não, em resposta ao medo, o animal explora melhor o ambiente com cautela, que é comportamento característico do roedor diante dessa situação. Ele faz (risk-assessment), é quando o roedor estica seu corpo com o seu abdômen próximo ao chão, sentindo odores dos cantos e paredes.

2°) Distal: é quando a ameaça esta presente no local, mas numa distância não ameaçadora, gerando assim o congelamento do animal.

3º) Proximal: é quando a ameaçada esta muito próximo ao roedor, gerando assim o comportamento de luta e fuga. (BROIZ, 2007).

Dentre os comportamentos de defesa (proximal) gerados pelo animal no momento de medo o comportamento de “luta e fuga” é onde o animal tenta escapar de seu predador levando-o para um possível confronto ou, caso haja, a uma rota de fuga do local. Caso não seja possível a fuga e o predador esteja muito próximo ou em contato direto, o animal é levado ao comportamento agressivo da luta e fuga defensiva (Carvalho-Netto, 2009).

Porém, o medo pode levar o animal ao congelamento (comportamento distal), que é um dos estímulos essências para a sobrevivência do roedor, pois ao induzir a paralisação, o animal chama menos atenção do seu predador. Tanto o congelamento como a fuga, são reações naturais de defesa diante de uma ameaça ocasionando o medo. (Zorzetto, 2010). O congelamento é considerado uma reação de defesa, sendo definido como a ausência total de movimentos, mas estando presente o movimento involuntário responsável pela respiração. Existem duas classes que desencadeia o congelamento nos roedores, a primeira ocorre em situações consideradas naturalmente ameaçadores, conhecida como “inata” pelo animal, já a segunda é a “condicionada”, adquirida no processo de aprendizagem do individuo (Landeira et al., 2006).

No comportamento de medo potencial, há a influência do ambiente, pois em ambientes claros (iluminados) familiarizados e desconhecidos, existe um contato menor com o ambiente na qual deveria ser explorado pelo roedor, diferente de um ambiente escuro (menor luminosidade) familiar e desconhecido, onde o animal explora mais o ambiente cheirando, limpando e seguindo o seu parceiro (CRUZ, 1997).

A vocalização é outra forma de mostrar medo, caracterizada por sons emitidos por animais adultos em situação de ameaças, predadores ou na presença de um adultos dominante. Já em filhotes esse som é normalmente emitido por filhotes separados do cuidado parental. A análise comportamental de vocalizações tem que ser utilizada com cautela, pois, no exemplo de roedores, também há a vocalização na hora da cópula e em outros momentos de interações sociais, não só nas situações de medo e ansiedade (CRUZ, 1997).

O comportamento de fuga e congelamento diante de uma ameaça surgiu há milhões de anos atrás com os répteis escapando de seus predadores e continua sendo presente em grandes grupos de animais incluindo os mamíferos (Zorzetto, 2010). Esses comportamentos de defesa tem uma grande importância para a sobrevivência das espécies, e defesa de seus membros contra ataque de predadores e conquista de território e estabelecimento da hierarquia social. Levando em consideração da importância do comportamento exploratório, que possibilita o animal de encontrar alimentos e abrigos para sua sobrevivência e encontrar parceiro para dar continuidade a sua linhagem. (Póvoa, 2007).

2. Estruturas cerebrais envolvidas no comportamento de medo

As ameaças podem ser apresentadas por estímulos inatos ou por estímulos neutros. Estímulos inatos são aqueles caracterizados pela presença de um predador ou pelo ataque de um membro da mesma espécie. Já os estímulos neutros, são aqueles associados a estímulos e sensações desagradáveis e neurovegetativas como o congelamento, luta e fuga caracterizado por reações de defesa espécie-especifica, sendo esses determinados pelo seu código genético (KUNICKI, 2011).

Portanto, o meio externo influencia nas reações de defesa e comportamento envolvendo intensas alterações no sistema neuroendócrino. Os neurotransmissores liberados são ativados pelo sistema monoaminérgico presente no sistema nervoso central por conta do estresse vivido pelo animal e alterações no sistema autônomo do roedor. As consequências relacionadas ao medo envolvem conexões da amígdala, tronco encefálico e do sistema nervoso simpático (KUNICKI,2001).

Uma estrutura importante na resposta do comportamento defensivo é a substância cinzenta periaquedutal dorsal (SCPD), que é a onde ocorre a organização das respostas defensivas. (BROIZ, 2007).

2.1 Eixo HPA (Hipotálamo-Pituitária-Adrenal)

Os mamíferos tem nos seus organismos a possibilidade do sistema, que tem como atividade determinante a manutenção do equilíbrio interno. Trata-se de neuroendócrino, que tem como denominação o eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA), e repercute na existência de perigo para a vida, podendo este ser de ordem realista ou na orbita da imaginação (ANTONIASSI, 2015).

Neste sentido, os comportamentos, tenderão a proceder de forma que as modificações de cunho metabolísticos, tenderão a fornecer a energia, pertinente pra se confrontar com esses fatores (ANTONIASSI, 2015).

Vale

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