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O Medo Social

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Por:   •  13/10/2013  •  810 Palavras (4 Páginas)  •  2.073 Visualizações

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O medo social

(Jurandir Freire Costa – adaptação)

A cultura da violência no Brasil segue regras próprias. Ao expor as pessoas a constantes ataques à sua integridade física e moral, ela começa a gerar expectativas, a fornecer padrões de respostas. Episódios truculentos e situações-limite passam a ser imaginados e repetidos com o fim de caucionar a idéia de que só a força resolve conflitos. A violência torna-se um item obrigatório na visão de mundo que nos é transmitida. Cria a convicção tácita de que o crime e a brutalidade são inevitáveis. O problema, então, é entender como chegamos a esse ponto. Como e porque estamos nos familiarizando com a violência, tornado-a nosso cotidiano.

Em primeiro lugar, é preciso que a violência se torne corriqueira para que a lei deixe de ser concebida como o instrumento de escolha na aplicação da justiça. Sua proliferação indiscriminada mostra que as leis perderam o poder normativo e os meios legais de coerção, a força que deveriam ter. Nesse vácuo, indivíduos e grupos passam a arbitrar o que é justo ou injusto, segundo decisões privadas.

Em segundo lugar, a cultura da violência, valorizando a utilização da força, constrói uma nova hierarquia moral. O universo social simplifica-se monstruosamente entre fortes e fracos. Quem ocupa a posição de agressor é objeto de temor e ódio por parte da vítima e quem ocupa a posição de vítima é objeto de desprezo e indiferença por parte do agressor. Pouco importam as características físicas, psíquicas ou sociais dos sujeitos.

Em terceiro lugar, na montagem social violenta, perde-se pouco a pouco a noção do que é risco real ou potencial. Todos se sentem vulneráveis; todos buscam atacar primeiro; todos vivem sob o temor da represália. O clima de insegurança generaliza-se. É daí que nasce o medo social, o pânico, com características fóbicas. A palavra violência vira uma entidade. O invisível e imprevisível parecem dessa maneira corporificar-se. A violência, descrita na forma de uma entidade onipotente e onipresente, parece, assim, incoercível e imbatível. ( VEJA, 25 anos)

Análise Textual

Prof. Maria Sanches

Análise Textual - Aspecto de Textualidade - O Medo Social

1. Identifique no texto idéias que estruturam o texto com: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão?

Introdução: A violência torna-se um item obrigatório na visão de mundo que nos é transmitida. Cria a convicção tácita de que o crime e a brutalidade são inevitáveis. – O texto apresenta que a violência se tornou cultura, costume.

Desenvolvimento: Em primeiro lugar, é preciso que a violência se torne corriqueira para que a lei deixe de ser concebida como o instrumento de escolha na aplicação da justiça.

Em segundo lugar, a cultura da violência, valorizando a utilização da força, constrói uma nova hierarquia moral. – No primeiro trecho explica de como a justiça não é ativa suficientemente para nos dar segurança. No segundo trecho esta explicando que a violência hoje é combatida com violência.

Conclusão: A palavra violência vira uma entidade. O invisível e imprevisível

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