Problemas e Soluções na Exportação de Soja no Brasil
Por: Leandra Wiezel • 9/5/2017 • Trabalho acadêmico • 1.817 Palavras (8 Páginas) • 575 Visualizações
Introdução
As exportações de produtos agrícolas brasileiros vêm desempenhando um importante papel no fornecimento de divisas e aumento da renda doméstica, mas um problema visível da agroindústria para exportação está relacionado à logística. No mercado mundial, o Brasil apresenta vantagens comparativas na produção de produtos agrícolas em relação aos outros produtores mundiais, mas perde em custos logísticos. A soja é o produto agrícola que mais gera volume de exportação para o Brasil, exigindo bastante da logística do país.
O escoamento da produção da soja no Brasil ocorre em duas etapas:
1. Transporte das lavouras para o armazém da fazenda.
2. Transporte dos armazéns dos produtores diretamente para exportação, ou para a indústria de processamento, habitualmente é transportado a granel ou ensacada.
Principais rotas utilizadas para a exportação da soja:
Região Sul: Nessa região estão localizadas as áreas tradicionais de produção de grãos, as rodovias já estão implantadas, interligando os diversos centros produtores até os portos de exportação.
Região Sudeste: A região conta com diversas rodovias, a hidrovia Tietê, a ferrovia Ferroban e o porto (estado Espirito Santo).
Região Centro-Oeste: As principais rodovias da região Centro-Oeste são a BR-163, que liga as áreas produtoras do MS ao Porto de Paranaguá/PR; e a BR-364, que interliga o estado de MT aos estados de MS e RO e no sentido contrário ao Porto de Santos. Existe também a opção rodo-ferroviária, como a Brasil Ferrovias, que é composta por três ferrovias: A Ferro Norte, que interliga o MT a Santos, a Novo Oeste que interliga MS à Santos e a Ferroban, que atua no estado de SP.
Região Nordeste: A produção do estado da Bahia pode ser escoada pelas rodovias até os portos de Ihéus/BA e Itaqui/MA. Nos estados do Piauí e Maranhão utiliza-se a rodovia, segue pela ferrovia até o porto. A ferrovia atua ainda nos estados de Tocantins, Pará e Piauí.
Região Norte: Umas das principais regiões produtoras é Rondônia e a principal rodovia é BR-364 que interliga até o município de Porto Velho. Outra opção rodo-hidroviário é a hidrovia da Madeira utilizada também pelo estado do MT.
A soja em grão movimenta grande montante de recurso, porém por ser um produto de baixo valor agregado a necessidade de otimizar a produção e a logística. As áreas de plantio da soja estão localizadas principalmente no interior da região Sul e Centro-Oeste. Com isso faz-se necessário a melhoria da estrutura logística de exportação, pois o crescimento está ocorrendo em locais distantes dos principais portos de exportação utilizados. O reflexo da deficiência do sistema logístico está na redução da competitividade do país. A produção nacional apresenta custos baixos se comparados aos custos dos demais países produtores, entretanto, os custos logísticos para conduzir a produção até os portos onera o custo total da soja brasileira e cria um obstáculo no aumento das exportações. Outra característica importante do processo de exportação da soja é a sazonalidade do período de safra. No intuito de não confrontar com a colheita dos EUA, a exportação brasileira deve ocorrer no primeiro semestre e com isso acaba gerando picos de necessidade na estrutura logística do país, que devem ser comportados pelos portos, hidrovias, rodovias e ferrovias.
Principais problemas logísticos na exportação de soja brasileira
Armazenagem
O problema da concentração da colheita da soja é reforçado pela deficiência de armazenagem em muitas regiões. No Brasil só os grandes produtores dispõem de estrutura de armazenagem na fazenda, enquanto os pequenos e médios têm duas opções: fazer a venda logo após a colheita ou utilizar armazéns de terceiros, arcando, nos dois casos, com as despesas de limpeza, secagem e no segundo caso, armazenagem. A falta de armazéns obriga os produtores a escoarem sua produção imediatamente após a colheita. Em 2013, a capacidade de armazenamento no estado do MS, um dos maiores produtores de grãos do país, era de cerca de 29 milhões de toneladas, hoje tem cerca de 33,5 milhões de toneladas, o país teve um grande aumento nessa capacidade; mas ainda assim, está longe do que é recomendado, o déficit de armazenamento no estado é de 35 milhões, sendo que o recomendado é de 20% a mais do que é produzido.
Sendo assim, os principais problemas ou gargalos logísticos na armazenagem são:
• Carência de infra-estrutura de armazenagem, principalmente próximo às fazendas de pequenos e médios produtores.
• As grandes perdas durante o armazenamento.
• O alto custo de manuseio dos armazéns.
Transporte Ferroviário
O Brasil é um país com dimensões continentais, o transporte ferroviário representa uma enorme oportunidade para redução de custos; mas este modo de transporte tem sido negligenciado, pois os investimentos para ampliar esse tipo de transporte são muito altos. A ferrovia não é utilizada devido a três fatores básicos: a pequena extensão da malha ferroviária no país, a falta de integração entre as linhas das concessionárias e as baixas velocidades de operação comercial.
Diante desse cenário, os principais problemas ou gargalos logísticos das ferrovias são:
• A malha viária é pouco extensa para o atendimento da demanda e se encontra mal conservada.
• A integração operacional entre concessionários é deficiente, pois há diferença de largura entre as malhas.
• Os vagões e locomotivas estão com idade média elevada e em quantidade insuficiente.
• A invasão da faixa de domínio das ferrovias nos centros urbanos e nos acessos aos portos, tornando o tempo de trânsito muito elevado.
Transporte Rodoviário
No Brasil, a maior parte da soja é transportada por rodovias e as mesmas estão mal conservadas, somente um quarto da malha rodoviária federal no Brasil está em boas condições para trafegar, mais da metade apresenta problemas de pavimentação, como buracos e ondulações. As frotas obsoletas também são visíveis, junto com os congestionamentos nas rotas para os portos no período de escoamento
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