Qualitativo Métodos e Técnicas de Pesquisa
Por: Vinicius Dias • 18/11/2020 • Trabalho acadêmico • 2.606 Palavras (11 Páginas) • 110 Visualizações
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU[pic 1]
Métodos e Técnicas de Pesquisa
EXERCÍCIO
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Podemos confiar nos resultados de nossas pesquisas? Uma Avaliação dos Procedimentos Metodológicos nos Artigos de Marketing do EnANPAD
Para a evolução da pesquisa científica é importante que os pesquisadores tenham consciência da importância dos métodos empregados nas suas investigações, pois a credibilidade e a repercussão que seus estudos podem alcançar dependem fortemente da adequação e do rigor do método de pesquisa escolhido. Os desenhos de pesquisas, relacionados à instrumentação, análise de dados, validade, dentre outros, afetam os tipos de conclusões a que as pesquisas pretendem chegar e portanto, a sua própria utilidade e legitimidade (SACKETT; LARSON, 1990).
Os requisitos para a utilização de um método adequado estão relacionados à significância das contribuições metodológicas, à adequação da base conceitual do estudo e à aderência e adequação da estratégia metodológica (BARTUNEK et al., 1993). Assim, faz-se necessário que o pesquisador de administração demonstre o valor da contribuição de uma pesquisa para a academia e para o mercado empresarial por meio da geração do conhecimento e da demonstração de que a escolha e o uso de um dado método pôde apreender corretamente o fenômeno pesquisado.
Certamente esta não é uma tarefa fácil. McGrath (1982) defende que não é possível realizar um estudo perfeito; que qualquer método de pesquisa terá, necessariamente, falhas. Contudo, parece claro que as escolhas sobre os métodos dos estudos, os desenhos de pesquisas e as análises utilizadas têm importantes implicações para a geração do conhecimento, o que exige que o pesquisador seja o mais crítico e criativo possível na seleção de um método de pesquisa.
Tendo em vista a tamanha relevância dos procedimentos metodológicos, entendemos que a academia deve desenvolver formas críticas de avaliar tal questão. Especificamente a área de marketing escolhida como objeto deste estudo, parece vivenciar um momento de desenvolvimento e amadurecimento e os procedimentos metodológicos são críticos neste contexto. Neste sentido, parece-nos imprescindível que se investigue a ênfase e os critérios metodológicos utilizados na produção acadêmica no país, com vistas a avaliar o nível de rigor e cuidados que estão sendo adotados em nossas pesquisas. Com isto em mente, neste artigo temos o objetivo de realizar um trabalho inicial neste aspecto, através de um levantamento das pesquisas empíricas da área de Marketing publicadas durante um período de cinco anos de EnANPAD, por reconhecermos que se trata do principal fórum da Administração no Brasil.
Questões relevantes na escolha do método
São várias as decisões que um pesquisador precisa tomar em relação ao seu desenho de pesquisa. A seguir destacamos o que compreende estas decisões e a sua relevância no desenvolvimento de todo o trabalho de pesquisa científica.
A escolha da estratégia de pesquisa
As pesquisas podem ser categorizadas em dois tipos quanto à sua estratégia de análise: quantitativa e qualitativa. A pesquisa qualitativa se concentra nas palavras e observações para expressar a realidade e está relacionada com a descrição dos indivíduos nas situações naturais. Em contraste, a perspectiva quantitativa se baseia numa forte tradição acadêmica que considera os números como representativos de opiniões e conceitos. Nos últimos anos, os debates das virtudes relacionadas aos métodos quantitativo e qualitativo ganharam uma considerável força. Enquanto a constituição dos dois métodos varia de autor para autor ou é definida pelos variados graus de especificidade dos estudos, existe uma concordância substancial sobre a relevância das duas estratégias e suas implicações práticas na condução das pesquisas em Administração (AMARATUNGA et al., 2000).
A partir dessa discussão fica aparente que tanto o método qualitativo quanto o quantitativo envolvem diferentes pontos positivos e negativos. Patton (2002) expressa um ponto de vista importante: a pesquisa, como a diplomacia, é a arte do possível, o que parece ser um guia relevante para os pesquisadores na escolha do método apropriado para os seus estudos. A definição da estratégia de pesquisa é uma função da situação de pesquisa, pois cada qual tem as suas próprias abordagens para a coleta e para a análise dos dados empíricos. De qualquer forma, o critério mais importante na escolha de uma estratégia de pesquisa é o próprio problema, pois é este que sugere o tipo de método adequado.
Questões de validade e confiabilidade
Cada uma das tradições de investigação tem seus próprios critérios de rigor científico que asseguram a legitimidade dos dados gerados em sua utilização. Tais critérios referem-se à validade e à confiabilidade de uma pesquisa. Desta forma, eles possibilitam a objetividade tanto de um estudo quantitativo (COOPER; SCHINDLER, 2003) quanto de um qualitativo (KIRK; MILLER, 1986). Entende-se como validade a confiança com que se podem tirar conclusões de uma análise; como confiabilidade a consistência com que um instrumento de pesquisa irá avaliar (mensurar/interpretar) um fenômeno.
Na pesquisa quantitativa, a validade refere-se ao quanto um teste mede o que de fato se propõe medir. A confiabilidade, por sua vez, está relacionada à acuidade e à precisão do procedimento de mensuração (COOPER; SCHINDLER, 2003).
De acordo com Malhotra (2012), os pesquisadores podem avaliar a validade de uma pesquisa de diversas formas, dentre elas: a validade do conteúdo, a de critério e a do constructo. A validade de conteúdo consiste de uma avaliação subjetiva, porém sistemática da representatividade do conteúdo de uma escala para o trabalho de medição em questão; a validade de critério examina se a escala de medida funciona conforme o esperado em relação a outras variáveis selecionadas como critérios significativos; finalmente, a validade de constructo indica que característica a escala está medindo.
No que diz respeito à confiabilidade de uma pesquisa, segundo McDaniel e Gates (2003), uma escala de mensuração que proporciona resultados consistentes ao longo do tempo é confiável. A confiabilidade é o grau em que as mensurações estão livres de erros aleatórios e que, portanto, proporcionam dados consistentes. Há diversas maneiras de avaliar a confiabilidade, dentre as quais: o teste-reteste, as formas equivalentes e a consistência interna.
A confiabilidade de teste-reteste é obtida pela repetição da mensuração utilizando o mesmo instrumento em condições, tanto quanto possível, idênticas. Os problemas da abordagem de teste-reteste podem ser evitados pela criação de formas equivalentes de um instrumento de mensuração; a confiabilidade de forma equivalente é determinada medindo-se a correlação das pontuações entre esses instrumentos; finalmente, confiabilidade de consistência interna avalia a capacidade de produzir resultados semelhantes, utilizando amostras diferentes para medir um fenômeno durante um mesmo período de tempo.
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