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Redes Sociais Corporativas- Redes de Propósito e Partilha de Conhecimento

Por:   •  27/7/2020  •  Artigo  •  2.662 Palavras (11 Páginas)  •  188 Visualizações

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Redes Sociais Corporativas- Redes de Propósito e Partilha de Conhecimento

Ricardo José Carvalho*

 Resumo

Este artigo aborda a forma como o fenómeno das redes sociais transformou os modelos de relacionamento inter-pessoal e faz a translação desses modelos para os ambientes corporativo e acadêmico abordando potenciais benefícios a obter da adoção de redes sociais corporativas tanto no ponto de vista da comunicação e coordenação oganizacional como do ponto de vista da partilha de conhecimento, abordando brevemente uma proto-metodologia de implantação e terminando com uma matriz de avaliação comparativa de algumas das mais significativas redes sociais atuais contra o modelo proposto.

Abstract

The article elaborates on the way that social networking has transformed the interpersonal relationship models and translates those models to the corporate and academic environments, identifying the potential benefits to be gained from the corporate adoption of such social networks, both from the communication and coordination and knowledge sharing standpoints, with a brief mention to a implementation proto-methodology and a comparative evaluation of the most significant social networks against the proposed model.

1 - Introdução

O fenômeno das redes sociais tem vindo a se transformar significativamente nos últimos tempos. Elas são, ao mesmo tempo, reflexo social e ferramenta de transformação.

O Facebook é um dos participantes mais recentes, mas mais influentes, neste  espaço e, apenas no segundo trimestre de 2011, o Facebook cresceu de 16 para mais de 38 milhões de usuários (socialbakers.com, 2012), sendo que estes dados se referem apenas ao Brasil que apresentou um crescimento de 53,8% em 6 meses. Aquilo que começou como um diretório de alunos de Harvard é, hoje, uma das mais poderosas plataformas sociais, permitindo a amizade e o contato entre pessoas de vários pontos do mundo. [pic 1]

Mas o que é uma rede social? Existem vários pontos de contato entre a várias redes existentes. Normalmente, são sites internet que oferecem aos usuários uma página de perfil, a capacidade de publicar pensamentos, comentários ou ideias, adicionar outros usuários como amigos e enviar mensagens instantâneas ou email local de usuário para usuário ou grupo.

Essas são funcionalidades simples mas poderosas e que inúmeras organizações estão implementando para melhorar a comunicação entre seus funcionários. Mas será que a empresa conseguirá ganhar eficiência? Melhorar seus  resultados? Aumentar a satisfação de seus clientes? A resposta é SIM.

2 – Contextualização Empresarial

Desde sempre as empresas buscaram ganhar eficiência em seus processos, ter respostas mais rápidas para o mercado, ter produtos e serviços cada vez mais criativos e inovadores; e o sucesso em todos estes desafios depende do mesmo combustível vital: as pessoas. Obter o melhor de cada um e ter as equipas mais envolvidas, mais comprometidas e leais aos objetivos da empresa é, sem dúvida, uma preocupação existente na totalidadedos diretores de empresas.

Especialmente nos tempos modernos, em que as vantagens competitivas das organizações residem cada vez mais nos seus processos de conhecimento, em detrimento dos processos industriais – repare-se nos processos de deslocalização produtiva para os países orientais – as organizações mais avançadas começam a implantar aquilo que já se chama uma Rede de Propósito (“Purpose Network” - rede social privada, que interliga pessoas de uma mesma organização).

Esta Rede de Propósito é já referida como sendo a chave para atingir um alto nível de colaboração e interação criativa. Em termos práticos, uma Rede de Propósito apresenta todas as características de uma rede social tradicional com todas as suas características funcionais: mural, compartilhamentos de fotos, vídeos e documentos, comunidades, troca de mensagens.

Mas, ao interligar funcionários dos diversos níveis de uma organização, esta aproximação não só tecnológica mas fundamentalmente organizacional abre a possibilidade de trabalhar e desenvolver várias questões estratégicas, como por exemplo:

Comunicação – Disseminar informações e mensagens apropriadas de modo mais eficiente, principalmente porque poderá atingir as pessoas onde quer que elas estejam a todo o momento. Ter um canal único de comunicação estruturado entre os líderes e liderados é uma necessidade imediata – o enorme volume de e-mails faz com que este veículo seja cada vez menos eficiente e mesmo as“ intranets ” são muitos frias e não conseguem mobilizar os seus participantes.

Conhecimento – Capturar e compartilhar produtivamente o conhecimento de forma segura e certificada. Se, na maioria dos casos, com uma simples pesquisa entre funcionários já se encontra a solução para algum problema crítico de um cliente, então a existência de uma plataforma corporativa que não só estimula o compartilhamento de informações, mas que também mantém estas informações registradas de uma forma estruturada de acordo com a ontologia específica, por forma a que outra pessoa possa consultá-las. A cristalização do conhecimento corporativo passa então a ser uma realidade não afetada pelo regular movimento de pessoas na organização.

Clima – Influenciar o clima e comportamentos organizacionais, principalmente pelo engajamento de todos, sem barreiras. Um ambiente interativo onde todos os funcionários, do presidente e diretores à área operacional, estejam em um mesmo ambiente, em um canal de comunicação constante, onde as relações tendem a se transformar de hierárquicas a matriciais, articuladas mais ao resultado e menos à função, e onde qualquer pessoa sabe que pode ser ouvida, pode disponibilizar seu conhecimento e seja por isso reconhecida, e que isso lhe dá um papel mais interventivo e participativo transformando cada um em stakeholder (interessado) nos resultados positivos da organização.

 

Liderança –A evolução da liderança transacional para a liderança transformativa, é claramente  um sinal da maturidade organizacional e uma das praticas correntes é a identificação de líderes informais, por forma a dar-lhes sustentação, fazendo com que a liderança de hoje crie a de amanhã. Saber, de modo estruturado, quem são os líderes informais dentro da organização, formá-los e desenvolvê-los é fundamental para a manutenção da cultura organizacional e dos niveis  de desempenho corporativos.

Inovação – Viabilizar a conversão de ideias em oportunidades de negócios, através de um ambiente estimulante de inovação, onde todos podem contribuir para o desenvolvimento de novos produtos, serviços, através de novos processos, que aumentem o capital intelectual, em primeiro lugar, da organização.

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