Reflexo das esferas administrativas e penal
Por: cartercarlos • 9/5/2018 • Artigo • 545 Palavras (3 Páginas) • 423 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Pós graduação em Políticas e Gestão em Segurança Pública
Resenha do Artigo:
“Edward Norris e o Departamento de Polícia de Baltimore”
Disciplina: Dados Criminais na Gestão de Seg. Pública
Tutor: Prof. Gisela Vasconcelos Esposel
Santa Inês/MA
2018
YEMEN, Gerry; CLAWSON, James G. Edward Norris e o Departamento de Polícia de Baltimore. Darden School Foundation da Universidade de Virginia. Charlottesville, 2003, pág. 1-27.
O artigo em tela retrata o crescimento da criminalidade e o seu enfrentamento na cidade de Baltimore. Martin O`Malley fez do combate a criminalidade a sua plataforma para a campanha a prefeito em 1999. Após eleito o mesmo contratou Edward T Norris, consultor do NYPD, para o cargo de comissário assistente e este por sua vez realizou um mapeamento que apontava, entre outros fatores, a invasão do crack como agente intensificador de problemas criminais existentes na cidade de Baltimore. Que nacionalmente já despontava como um dos municípios mais violentos.
O levantamento realizado por Ed Norris apontava áreas estratégicas de atuação. O combate às drogas era uma das prioridades. Contudo esse mesmo estudo também consignava vários contratempos. Entre eles os problemas de desestruturação, de desmotivação e de desunião da força policial local. Além disso a disputa por traficantes pelo comércio de drogas na cidade acirrava a rivalidade e desencadeava no aumento de crimes violentos, incluindo homicídios, estupro e assalto à mão armada. Ed Norris definiu que a filosofia de enfrentamento e de resolução dos problemas teriam duas frentes. A primeira seria a Divisão de Relações da Comunidade, que tem como foco a prevenção e a redução das tensões raciais, promovendo uma melhor qualidade de vida das comunidades carentes. Possibilitando o acesso ao trabalho, ao estudo e a recreação. O intuito também era fortalecer as relações entre a comunidade e os oficiais da CRD. A atuação em conjunto era um compromisso de todos. Já a segunda frente seria o enfrentamento propriamente dito, ou seja, o combate aos crimes. A atuação direta da força policial e a consequente punição como freio e afastamento de criminosos em potencial. O levantamento e a análise de dados criminais permitiam de sobremaneira mapear os tipos de ocorrências, verificando o local, a hora e tipo de crime praticado. A partir dessas informações era possível identificar e consequentemente mobilizar recursos e políticas de enfrentamento para as diferentes áreas, desta forma também se trabalhava na prevenção, ferramenta chave em qualquer planejamento e política de segurança.
Desse modo o artigo nos leva a uma reflexão de como é valiosa a utilização de dados e estatísticas no planejamento de segurança. O enredo e o pano de fundo do estudo datam do final da década de 90, embora, atualmente, ainda negligenciamos a utilização dessas informações e engatiamos nessa temática. Nosso modelo predominante ainda é o de policiamento ostensivo ou repressivo como primeira medida de segurança, sem o devido cuidado ou estudo das “manchas criminais” de certas localidades. É preciso avançar nessa frente, ter bancos de dados disponíveis, atualizados e alimentados com informações fidedignas. Não há o que se falar em políticas de segurança sem a participação de todos os atores. A integração polícia-comunidade precisa se vista como ferramenta de grande importância na construção desse processo.
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