Resenha administração escolar
Por: nielelima • 26/9/2016 • Resenha • 2.180 Palavras (9 Páginas) • 1.339 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE
CAMPUS FLORESTA
CENTRO DE EDUCAÇÃO E LETRAS- CEL
CURSO DE PEDAGOGIA
Atividade
Cruzeiro do Sul
2016
NIELE DE SOUZA MELO
ATIVIDADE
Produção textual apresentada ao Curso de Pedagogia – Universidade Federal do Acre como um dos pré-requisitos de avaliação da disciplina Gestão Escolar I
Orientador: Professor: Pedro Lopes
Cruzeiro do Sul
2016
TEXTO2 E 3: FERREIRA, Naura Syria Carapeto e AGUIAR, Márcia Ângela da S. (orgs). Gestão da Educação: impasses, perspectivas e compromissos.8. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
GESTÃO EDUCACIONAL: os desafios do cotidiano escolar
Algumas ideias iniciais
O processo histórico pelo qual nossa sociedade vem se organizando e reorganizando ainda possui relações de poder que ditam o avanço ou retrocesso da democratização da gestão educacional. Traços do autoritarismo em épocas passadas refletem e influenciam ainda hoje na democracia conquistada com muita luta por nossa sociedade. As relações de poder democratizadas e a melhoria com o respeito à cidadania do povo constantemente disputa espaço com as conservadoras políticas autoritárias e ditadoras, maneiras detentoras de poder presentes em nosso país.
Como instituição social que interage com a sociedade, o cotidiano escolar tem sido permeado por práticas e teses autoritárias que reprimem o agir de seus gestores e todos aqueles que a compõem. Com o neoliberalismo, a gestão está associada aos paradigmas que fundamentam as mudanças conservadoras na hora de pensar a sociedade e a gestão educacional. Aparentemente é uma estratégia de novas políticas de melhoria na educação, mas esse discurso revela-se quando questionamos seu caráter público e democratizante e a sua perspectiva de inclusão social.
A qualidade total da educação tese trazida para dentro da escola propõe como fórmula, uma gestão empresarial onde busca-se por resultados, o pragmatismo pedagógico, a eficiência e eficácia dão lugar a competitividade como método e a busca pelo sucesso individual como regra.
Faz-se necessária uma atenção maior, os indicadores meramente estatísticos, oriundos deste modelo, precisam ser questionados com a exigência da democratização do acesso e da permanência de todos na escola. E não numa escola qualquer. Mas numa escola pública de qualidade e democrática.
Democratizar ou compartilhar a Gestão – as bandeiras apropriadas e distorcidas
A forma, alicerçada em forte poder de sedução, promete transformar a escola em um paraíso de realizações, onde todos trabalham com satisfação compartilhando do mesmo sonho e partilhando as responsabilidades e os frutos do tão harmonioso trabalho. Tem-se duas questões a serem discutidas, primeiro, a escola é um espaço de conflitos onde convivem interesses diversos, tamanha pluralidade de perfil pode se construir em verdadeira riqueza no debate interno da escola e na construção de consensos possíveis para implementação do seu projeto político pedagógico. A segunda provem da primeira, a participação, dever de ofício para uns e voluntariado para outros, a ideia de controle social é deixada de lado e substituída por um conceito de gerência.
É no projeto político pedagógico que a escola se define em seus objetivos, sua organização e forma de gestão, algo que a escola não encontra repercussão na gestão compartilhada. Não somente o plano político pedagógico quanto os demais planos de metas moldado nos pontos de vista dos resultados estatísticos e na paranoia da otimização e da eficiência a qualquer custo. Nenhum desses projetos ou programas prevê a participação da comunidade escolar na sua elaboração ou permite condições para críticas e possíveis alterações. Pais e professores não possuem autonomia e seus pontos de vista na maioria das vezes não levados em consideração, os professores passam apenas e executar e a comunidade escolar assume a condição de convidada especial.
Assim, a luta pela democratização da gestão defendida pelos movimentos sociais, na proposital confusão de que todos falam a mesma língua e lutando pelos mesmos ideais, é ajustada pelo discurso com descaramento e atitudes inconsequentes que estão afetando o caráter público da educação como um direito de cidadania, o debate e as experiências exitosas de democratização da gestão, a qualidade e a inclusão social que precisam ser propiciadas pela escola pública.
As interfaces da gestão educacional: dores e cores do “retrato da escola
“o perfil da escola brasileira” tópico referente a “planejamento e gestão” dois aspectos no chama a atenção: primeiro pelo fato de as análises estarem focadas em quantificar, na gestão escolar, o peso da questões pedagógicas e das questões administrativas, separadamente. Segundo, porque a abordagem restringe-se a conceito de gestão participativa e colaboração do Conselho Escolar como elementos importantes “no papel que a escola desempenha na formação de cidadãos conscientes da necessidade de participar dos diversos níveis de representação de uma sociedade democrática”.
O “retrato da escola” revela dados acerca da gestão da escola e do sistema educacional, um campo de contradições e de disputa de projetos. Mesmo havendo fortes referências à existência de processos de gestão democrática e de implementação do projeto político pedagógico, ao mesmo tempo que permanecem o clientelismo político e o autoritarismo na gestão. Indica ainda a demora, ausência ou desvio no repasse de recursos financeiros para a escola; a falta de prestação de contas das verbas recebidas e aplicadas; professores trabalhando sem a formação exigida; excesso de alunos por sala de aula, o que dificulta a aprendizagem, pois fica difícil o professor atender as necessidades de cada aluno, deixando a desejar.
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