Resenha da obra: ARTHUS, Yann. Home- nosso planeta nossa casa

Resenha da obra:
ARTHUS, Yann. Home- nosso planeta nossa casa. Europa Filmes, 2009.

Após a Terra sofrer várias interferências humanas, todas as riquezas do planeta correm risco. Agora, a solução se mostra cada vez mais impossível de ser encontrada. O documentário francês HOME: Nosso Planeta, Nossa Casa (90 minutos), de 2009, mostra bem essa relação de exploração entre homem e natureza.
A vida na Terra é um acontecimento muito frágil, dependente de vários fatores e condições peculiares tanto para seu surgimento quanto para sua manutenção. O documentário começa justamente apresentando uma análise entre o tempo de vida da Terra e do Homem.
O Planeta existe a aproximadamente quatro bilhões de anos, tempo no qual a atmosfera foi se formando, os rios e oceanos, os vegetais. Já o Homem está aqui há 200 mil anos, que comparado ao tempo de existência da Terra não representa nem 0,01% do tempo de vida da mesma, mas mesmo assim, foi tempo suficiente para sugar recursos naturais a ponto de causar a sua escassez.
Um desses recursos, e talvez o mais precioso, é a água. Cerca de 70% da superfície do planeta está coberta com água, a maioria salgada, imprópria para o consumo, masmesmo assim, fundamental para a vida. Nos oceanos estão as algas e corais, os quais compõem o chamado pulmão do mundo, além da diversificada fauna marítima existente em suas profundezas.
É fato a importância das águas doces para a vida. Além do consumo direto pelos seres vivos em geral, este líquido precioso é utilizado para o cozimento de alimentos, higiene e claro, a produção de energia elétrica. O Brasil possui um dos maiores potenciais hidrelétricos do mundo, tanto que é a forma de produção de energia predominante na matriz energética brasileira. Sem a água, não existiria vida na Terra.
O ciclo da água torná-la-ia um bem renovável, o problema é que este ciclo tem sido perturbado pela ação do homem. Na antiguidade, o Homem dependia da vontade da Terra para a sua sobrevivência, isto é, retirava a comida de onde encontrasse, bebia água aonde encontrasse. Com o surgimento das primeiras cidades, não por acaso nas regiões litorâneas, o homem começou impor sua vontade sobre a natureza.
O documentário cita um fator decisivo para o problema mundial da água: a agricultura. O surgimento desta implicou na alteração da superfície da Terra, do solo; o homem teve de alterar o curso de rios para irrigação das gigantescas plantações. De toda a água consumida no mundo, 70% é destinada áagricultura. Isso torna o desperdício de água pelos outros setores da atividade humana ainda mais prejudicial.
Pensar em pedir para a agricultura consumir menos água está fora de cogitação, já que a agricultura movimenta grande parte da economia das grandes potências mundiais. O capitalismo agressivo à natureza hoje praticado pela maioria das nações não é tão simples de ser abandonado. Mesmo com uma educação ambiental amplamente difundida pelo mundo para os mais jovens, os efeitos dessa mostrar-se-iam após décadas. Algo tem de ser feito agora.
Os outros 30% responsáveis pelo consumo, mesmo sendo minoria, acabam por carregar um papel fundamental na preservação da água. Evitar desperdícios se faz crucial. A má utilização da água pode gerar, dentre outros, problemas de saúde, por exemplo, a contaminação de uma nascente, um rio, um lago afetará povoados e cidades que dependem dessas águas.
A questão ambiental deixou de ser algo para ser discutido por ambientalistas somente. Todos no planeta estão sendo afetados pelos efeitos da ação do homem, logo todos devem se mobilizar com o problema. Profissionais das áreas de educação e saúde principalmente, devido seu amplo poder de difusão entre a sociedade.

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