Resenha cidades para um pequeno planeta
Por: dandan471990 • 30/9/2015 • Resenha • 1.999 Palavras (8 Páginas) • 6.653 Visualizações
RESENHA
Cidades para um pequeno planeta
Richard Rogers
Este trabalho apresenta informações do livro cidades para um pequeno planeta, onde o autor Richard Rogers, expõe sua ideia de cidade compacta, uso sustentável, cidades ecológicas criadas a partir de uso renovável e a participação da população. O autor cita atitude, comportamento, responsabilidade dos arquitetos, para criação de cidades sustentáveis. Seria um meio de ter qualidade de vida sem comprometer as gerações futuras, com a utilização de meios recicláveis, economia de energia, água, isso na criação de toda a cidade, meio urbano, rural, meios públicos, edifícios e praças.
Cidades para um pequeno planeta
Richard Rogers
No primeiro capitulo Richard fala sobre o crescimento populacional e em contrapartida impactos ambientais. Hoje metade da população vive em cidades, os países acumulam cada vez mais lixo, o aumento de uso de automóveis, aumenta a liberação de gases que afeta a camada de ozônio. Esse crescimento e os padrões de moradia está aumentando a taxa de poluição e erosão. Richard apontam também os estudos que são feitos que apontam os locais de grande poluição, são de grande valia, para que se possa desta forma intervir e impedir esses focos de destruição.
O autor cita o relatório das nações unidas como espinha dorsal de uma política econômica, onde o relatório diz devemos atender as nossas necessidades sem comprometer as gerações futuras. Ou seja a utilização de recursos renováveis de forma consciente, até certo momento não havia essa preocupação, diziam que os recursos eram inesgotáveis, mais dados mostram o contrário, e que a conscientização da população sobre a utilização dos recursos é de extrema urgência e importância. Desta forma foi redefinido o que era riquezas, incluindo os recursos naturais: ar limpo, água potável, mar sem poluição, terra fértil, e diversidade e abundancia de espécies.
Richard acredita que a arquitetura, o urbanismo e o planejamento urbano pode proporcionar meios para garantir nosso futuro, na criação de cidades sustentáveis.
Outro fator que o autor cita é a crescente migração da população da zona rural para zona urbana, e que os mesmos pelo grau de pobreza são excluídos pela sociedade, e colocados em zonas, favelas com má condições e infra estrutura, esta situação também agrava o problema ambiental, aumentando a poluição. A ideia de que os ricos podem se isolar no meio confortável e de que a desolação em que vivem os pobres não existem para eles é absurdo, uma vez que os pobres fazem parte da mesma cidade que os ricos e todos são responsáveis igualmente por ela. A pobreza, o desemprego, o ensino de má qualidade, as guerras tudo isso está diretamente relacionado com a capacidade de ser uma cidade sustentável, e está também relacionado com toda a população. O autor fala também sobre o declínio de espaços multifuncionais, onde o que se percebe cada dia mais é a construção de espaços privatizados, como shopping, não se vê espaços públicos de interação de pessoas de todos os níveis e classes, os espaços públicos estão sendo marginalizados, ditos como lugares perigosos, por isso as pessoas preferem lugares fechados, com segurança, e isso está diretamente relacionado com a cidadania, com a criação desses espaços ditos como monofuncionais pelo autor, as pessoas deixam de se ligar com as atividades sociais, no trabalho de cidadania. E para mudar essa situação, até porque para implantação das cidades sustentáveis necessário o trabalho de conscientização de toda a população assim como interação e cidadania. O autor cita projetos de urbanização que deram certo, a criação de praças que fizeram com que a população se reunisse e interagisse mais, aquele meio complementou a cidade, dando a ela uma cara nova, mais hospitaleira e atrativa, como Piazza San Marco em Veneza. Entretanto a criação de espaços por si só não soluciona o problema, é necessário que a a sociedade sinta que o espaço público é propriedade da comunidade, e que a mesma tem responsabilidade sobre este. As cidades refletem os valores, as culturas daquele dos quais abrigam, e portanto a comunidade deve colaborar para sua manutenção e construção. O que se vê hoje nas cidades é a dominação dos mercados, é necessário que a sociedade se imponha e participe das tomadas de decisões sobre seu habitat. A participação da população na criação das cidades deve ser ensinadas nas escolas, a sustentabilidade, o respeito com meios públicos, e a responsabilidade para com esses meios. A sociedade, seu governo, instituições públicas tem a responsabilidade de confrontar velhos valores com os novos, e dirigir a utilização da tecnologia. A tecnologia se desenvolve cada vez mais rápido, mas a má utilização da mesma trazem prejuízos para a cidade, ou seja, como Richard diz, se engana aquele projetista, ou arquiteto, que constrói edifícios sem levar em conta os impactos sociais e ambientais, aquele que se preocupa somente com seu rendimento, este impacta diretamente na sociedade. Portanto o fundamento de Richard para criação de cidades sustentáveis, seria, a mudança de comportamento nos comércios, na arquitetura, no poder público, no planejamento urbano e a mobilização do pensamento criativo e da tecnologia para construção de cidades melhores.
Neste capitulo o autor fala sobre como as cidades podem ser pensadas para absorver o crescimento populacional e ser autossustentáveis. O relata, devido ao aumento populacional está se expandindo e a concentração de pessoas nas cidades, onde devido essa expansão exagerada, as cidades são incapazes em sua infraestrutura de abrigar tantas pessoas, daí o resultado, a criação e aumento de áreas onde pessoas vivem sem a menor estrutura, sem eletricidade, tratamento de esgoto e agua, sem lugar adequado para o lixo, e desta forma acarreta tragicamente na poluição dos solos, rios , pois não possuem saneamento básico, no desmatamento, diminuição das áreas verdes para abrigar essas pessoas, e são vistos centros caóticos que desfiguram a imagem da cidade, além da exclusão com essa população. Para o autor a cidade deve ser vista como um sistema ecológico e fechado, onde devem haver gerenciamento do uso dos recursos. Diz a solução está na redução de consumo e implementação e aumento da reutilização, devemos reciclar materiais, reduzir o lixo, e reutilizar recursos renováveis, desta forma as cidades devem administrar o uso dos recursos para atender as necessidades da população e reduzir o impacto ambiental. Para planejamento de cidades auto sustentáveis é necessário a compreensão das relações entre cidadãos, serviços, políticas de transporte e geração de energia, assim como seu impacto ambiental. Isto depende diretamente de cidadãos motivados, o autor compara esse projeto com o modelo de cidade densa do século dezenove, onde a expectativa de vida da população nas cidades inglesas não chegava nem a 25 anos, sofriam com a superpopulação, pobreza, problemas de saúde, era esgoto a céu aberto, lixos ao lado das moradias causaram várias epidemias, isso fez com que pensadores criassem as cidades jardins, lugares menos densos, e com áreas verdes. Hoje o lixo está desaparecendo com a disponibilidade de produtos ecologicamente corretos, sistemas de geração de energia e transporte públicos mais limpos, e sistemas avançados de tratamento de esgoto e do lixo. O autor defende a ideia de cidade compacta que seria densa e diversificada. Entretanto a busca por lucros e resultados rápidos, impede o investimento em projetos de uso misto e seus benefícios sociais e ambientais. O autor aponta como um dos responsáveis por arruinar a estrutura social das cidades, os automóveis, que estimularam a expansão urbana, afastando assim as pessoas dos centros, que não se importam mais em percorrer distantes com a disponibilidade do automóvel, são os maiores geradores de poluição do ar, e agora as cidades são planejadas para abrigar os automóveis, os estacionamentos, dos quais ocupam grande espaço. A criação da cidade compacta de Richard exclui a predominância de automóveis, e defende o uso de sistemas eficientes de transporte, assim como adequar o uso das ruas para pedestres. Ela cresce em torno de atividades sociais e comerciais, onde se criam as vizinhanças com seus espaços públicos e parques, e elas garantem que os serviços e comércios ficam próximos da população, portanto menores deslocamento de automóveis para suprir as necessidades da população. A cidade compacta tem o objetivo de aproximar os habitantes, o contato direto, ela é a expressão da cultura, e independente de seus moradores serem ricos ou pobres, tem o propósito de oferecer um lugar limpo e agradável. Outra característica da cidade compacta é que sua área rural fica protegida da expansão vinda do desenvolvimento urbano. Ou seja, a cidade compacta de Richard, aproxima os habitantes, diminui a necessidade do uso de transporte, que diminui a energia utilizada no transporte, e menores números de carros, por consequência melhor qualidade do ar, sem congestionamento, assim os moradores são estimulados a fazer caminhada, andar de bicicleta, mais qualidade de vida. Outro benefício advém dos parques, praças, as vegetações, pois as vegetações fazem sombras, refrescam ruas, quintas, também diminui ruídos, filtram a poluição. A cidade compacta também reduz o desperdício de energia, o lixo urbano por exemplo que gera poluição, poderia ser queimado pelas usinas e produzir até 30 % da necessidade de energia da comunidade. O lixo também pode ser reciclado para gerar gás metano e fertilizantes. A agua de pias, lavagem de roupas, banhos, etc., pode ser filtrada através de sistemas naturais, e reutilizada para irrigação da paisagem urbana. Mas o meios de reutilização são baseados em estudos, sociais, econômicos, clima, empregos. Desta forma dependendo do local, e da disponibilidade de recursos, podemos instalar meios de reutilizar agua da chuva, para economia de energia; há meios também renováveis de utilização da luz solar, para economia de energia, e até dos ventos. A cidade compacta utiliza dos recursos disponíveis, para atender as necessidades da comunidade de forma sustentável e com a participação dos cidadãos.
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