Resumo - Mandonismo, Coronelismo e Clientelismo
Por: camilapraxedes • 11/3/2019 • Resenha • 646 Palavras (3 Páginas) • 1.078 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES – CCHLA
DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS – DPP
CURSO DE GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS - GPP
DISCIPLINA: Gestão Pública no Brasil Contemporâneo
PROFESSORA: Lindijane de Souza Bento Almeida
ALUNA: Camila de Oliveira Praxedes
RESUMO DO TEXTO:
Mandonismo, Coronelismo, Clientelismo: Uma Discussão Conceitual
José Murilo de Carvalho
Inicialmente, o autor aborda acerca do acúmulo de pesquisas conceituais, que acabam causando discussões conceituais, e defende a necessidade de mais pesquisas de campo. Afirma que nos estudos acerca do poder local e sua relação com o Estado nacional no Brasil, há imprecisão e inconsistência no uso dos conceitos de mandonismo, coronelismo e clientelismo, e assim, desenvolve o texto debruçando-se acerca dos esclarecimentos destes conceitos.
O autor começa pelo conceito de Coronelismo, utiliza as palavras de Victor Nunes Leal, pelas quais o coronel fazia parte do sistema, estrutura e maneira de como se regiam as relações de poder na Primeira República, desde o município. Assim, trouxe que o coronelismo é um “sistema político, uma complexa rede de relações que vai desde o coronel até o presidente da República, envolvendo compromissos recíprocos”, onde “o governo estadual garante, para baixo, o poder do coronel sobre seus dependentes e seus rivais, sobretudo cedendo-lhe o controle dos cargos públicos, desde o delegado de polícia até a professora primária. O coronel hipoteca seu apoio ao governo, sobretudo na forma de votos. Para cima, os governadores dão seu apoio ao presidente da República em troca do reconhecimento deste de seu domínio no estado.”
Afirma ainda que o coronelismo é datado historicamente e ocorreu de 1898 a 1937. O coronelismo é fase de processo mais longo de relacionamento entre os fazendeiros e o governo. A conjuntura econômica trouxe a decadência dos fazendeiros e o Coronelismo morreu simbolicamente quando se deu a prisão dos grandes coronéis baianos, em 1930, e foi definitivamente enterrado em 1937, quando houve a implantação do Estado Novo.
Em relação ao Mandonismo, o seu conceito refere-se à existência de estruturas oligárquicas locais e personalizadas de poder. O mandão, o potentado, o chefe, ou mesmo o coronel como indivíduo, é aquele que, em função do controle de algum recurso estratégico, geralmente a posse da terra, exerce sobre a população um domínio pessoal e arbitrário que a impede de ter livre acesso ao mercado e à sociedade política. Segundo o autor, o mandonismo não é um sistema, é uma característica da política tradicional. Existe desde o início da colonização e sobrevive ainda hoje em algumas regiões isoladas. A tendência é que desapareça completamente à medida que os direitos civis e políticos alcancem todos os cidadãos. A história do mandonismo confunde-se com a história da formação da cidadania.
Trazendo a visão de Leal mais uma vez, o autor defende que o mandonismo sempre existiu, e é uma característica presente no coronelismo, bem como no clientelismo.
Por fim, traz o autor a conceituação do Clientelismo, termo utilizado por muitos autores estrangeiros ao escrever sobre o Brasil. Conforme o autor, o clientelismo indica, de um modo geral, um tipo de relação entre atores políticos que envolve concessão de benefícios públicos, na forma de empregos, benefícios fiscais, isenções, em troca de apoio político, sobretudo na forma de voto.
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