Sistema monetario internacional
Por: Gabriela Telles • 30/11/2016 • Trabalho acadêmico • 3.238 Palavras (13 Páginas) • 580 Visualizações
Universidade Veiga de Almeida
Disciplina: Macroeconomia
Profa. Claudia Martins
O sistema monetário internacional
Introdução
- por séculos, coube aos metais preciosos, ao ouro particularmente, desempenhar o papel de moeda internacional;
- o advento da moeda-papel abriu espaço para que algumas moedas nacionais ganhassem curso internacional;
- bastava que a opinião pública mundial acreditasse que os países que emitiam essas moedas jamais deixariam de honrar o seu compromisso de convertê-las em ouro a uma paridade predeterminada;
- tais moedas eram consideradas substitutos perfeitos do ouro;
- a libra esterlina dominou o sistema monetário internacional do final do século passado até 1914;
- o dólar transformou-se em protagonista do sistema após a Segunda Guerra Mundial.
- O padrão-ouro
1.1- O padrão-ouro antes de 1914
- entre 1880 e 1914 o sistema evoluiu do padrão-ouro puro para o padrão-ouro libra esterlina;
- a Inglaterra era a economia dominante da época e Londres o principal centro financeiro internacional;
- as razões entre cada par de moedas - as taxas de câmbio - eram essencialmente fixas;
- o padrão-ouro libra esterlina funcionou bastante bem entre o final do século XIX e o início da Primeira Guerra Mundial;
1.2 - O padrão câmbio-ouro da década de 1920
- com o início da Primeira Guerra Mundial, a Inglaterra suspendeu a conversibilidade da libra esterlina em ouro;
- terminada a guerra, o mundo embarcou na experiência de taxas flexíveis, entre 1919 e 1924;
- as moedas eram trocadas entre si em termos de papel-moeda com base em taxas flutuantes;
- as violentas flutuações, gerando incertezas nos negócios e investimentos, geraram o desejo de retorno ao padrão-ouro;
- os países europeus estavam com suas economias debilitadas;
- os sistemas de produção estavam destruídos;
- as dívidas, decorrentes das despesas militares, muito elevadas;
- o objetivo passou a ser o do restabelecimento da normalidade de antes da guerra;
- o normal era interpretado como o padrão-ouro;
- a falta de ouro como obstáculo ao ressurgimento do padrão-ouro de antes da guerra;
- uma conferência econômica mundial, realizada em Gênova em 1922, resolveu:
i) estimular as nações a retirarem ouro de circulação;
ii) recomendar que países que não fossem os principais centros financeiros mantivessem suas reservas sob a forma de moedas conversíveis em ouro em vez do próprio ouro - sistema conhecido com “padrão câmbio-ouro”.
- o sistema padrão câmbio-ouro surgiu formalmente em 1925, quando a Inglaterra restabeleceu a conversibilidade da libra em ouro em sua paridade de antes da guerra;
- regime das reservas era agora oficialmente um padrão de câmbio-ouro e não um padrão-ouro puro, de modo que as principais moedas, bem como o ouro, eram mantidas nas reservas;
2. Caos monetário da década de 1930
- os países juntaram-se em blocos monetários:
i) um bloco da libra esterlina baseado na Inglaterra e na Comunidade Britânica e muitos outros países com fortes vínculos históricos e financeiros com Londres;
ii) um bloco do dólar baseado nos Estados Unidos;
iii) um bloco do ouro, do Sul e do Oeste da Europa, liderado pela França;
iv) os ideologicamente autárquicos - Japão, Alemanha e União Soviética - ficaram sozinhos.
- algumas moedas variavam, com a intervenção dos Bancos Centrais dos respectivos países, outras permaneciam vinculadas ao ouro;
- tentando deslocar a liderança do sistema financeiro internacional de Londres para Paris, a França promulgou uma lei, em 1928, que exigia que o pagamento de seus superávits de balanço de pagamentos se efetuasse em ouro, e não em moedas estrangeiras;
- a França resolveu transformar em ouro todos os seus saldos acumulados em libras esterlinas;
- a Inglaterra suspendeu a conversibilidade da libra em ouro em setembro de 1931, provocando o desabamento do sistema monetário internacional;
- com a Grande Depressão, o sistema entrou em colapso;
- com o objetivo de exportar mais e importar menos para gerar mais empregos, vários países embarcaram nas experiências das desvalorizações competitivas;
i) cada qual procurava ganhar maior competitividade internacional por sucessivas desvalorizações cambiais, as quais acabavam por não produzir qualquer resultado na medida que os demais países agiam da mesma forma; estabeleceram-se controles de exportações e elevaram-se brutalmente as tarifas aduaneiras, em um jogo de soma zero, já que as exportações de uns eram as importações de outros.
3. O Acordo de Bretton Woods
- em 1944, realizou-se em Bretton Woods, New Hampshire, nos Estados Unidos, uma conferência sobre taxas monetárias internacionais;
- era necessário preparar as economias para uma etapa de paz;
- estabelecer as bases de um sistema monetário internacional;
- era necessário que o aparelho produtivo dos diferentes países, que ficariam destruídos no confronto e que as necessidades alimentares e de matérias-primas pudessem ser atendidas;
- era necessário prever um sistema monetário que permitisse o financiamento dos déficits no balanço de pagamentos;
i) as importações maciças que eram necessárias acarretariam déficits na balança de pagamentos;
- o sistema de Bretton Woods tem como principais fundamentos:
i) o sistema monetário iria basear-se no chamado Gold Exchange Standard, indiretamente o sistema era o mesmo do início do século, apenas com a substituição da libra esterlina pelo dólar. US$ 35 a onça troy (uma onça troy =31,10 348 gramas de ouro);
ii) cada moeda estabeleceria a sua paridade de acordo com o ouro ou a modalidade de câmbio com o dólar;
iii)os governos obrigavam-se a intervir nos mercados de câmbios para manter a cotação da sua moeda dentro da margem de 1% acima ou abaixo da sua paridade;
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