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O Sistema Monetário Internacional 2016

Por:   •  26/3/2021  •  Resenha  •  1.949 Palavras (8 Páginas)  •  155 Visualizações

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE E ATUÁRIA

Departamento de Economia

Disciplina: Sistema Monetário Internacional

Prof. Dr. Fernando Ribeiro

Instruções:

Essa atividade representará 45% da média final, pois agrega os dois últimos trabalhos que seriam aplicados em classe com a prova final.

A atividade pode ser feita em grupos de até quatro economistas.

A atividade deve ser devolvida para o e-mail: fernandoribe@hotmail.com até o dia 22 de novembro.

Não serão aceitas atividades enviadas após essa data.

NOME: Adilson Sobral

NOME: Laís de Oliveira Rodrigues

Valendo-se do capítulo “Câmbio Flutuante” do Livro A Globalização do Capital: uma história do Sistema Monetário Internacional, responda as questões abaixo.

  1. Caracterize as políticas fiscal e monetária nos EUA no início dos anos 80 (2,5 pontos).

Após Bretton Woods, os Estados Unidos preferiram a flexibilização em seu câmbio e, em 1980, o país precisava combater a inflação gerada pela adoção do câmbio flutuante. Na tentativa de conter a inflação, era necessário, na visão de Paul Volcker, deixar a taxa de juros subir e o crescimento da base monetária deveria, consequentemente, cair.                                                                 

Após a Alemanha e o Japão terem abandonado suas políticas de metas cambiais, corroborando com uma significativa valorização do dólar, o novo governo americano realizou cortes no imposto de renda da pessoa física. Além disso, indexou as faixas do imposto à inflação e aumentou os gastos militares.

Com a elevação na taxa de juros, o capital estrangeiro migrou para os Estados Unidos em busca de uma maior rentabilidade. Como consequência, o dólar valorizou-se. Mesmo assim, no início, não houve uma reação abrupta na mudança das políticas monetárias para tentar conter a valorização. Os EUA não estavam inclinados a aumentar impostos, diminuir gastos do governo ou mudanças para abaixar os juros, ou seja, uma política fiscal mais contracionista. A prioridade ainda estava na queda da inflação e esse era o maior foco do FED.

Com as sucessivas valorizações cambiais, houve uma pressão para que os EUA fizessem uma intervenção no mercado de câmbio, tentando pressionar o dólar para baixo. E essa desvalorização só seria possível com uma cooperação conjunta com outros países. E foi assim que a intervenção e cooperação desempenharam um importante papel em deter a valorização do dólar.

Sendo assim, nós podemos dizer que no início dos anos 80 temos como característica a política do Dólar Forte. Entre 1980 e 1985 ocorreu uma valorização do dólar frente o Marco Alemão e o Iene em cerca de 35% e com a valorização, os juros americanos ficaram maiores se comparados aos da Alemanha e Japão. Isso fez com que a demanda aumentasse e acarretou uma maior valorização do dólar. Foi a política econômica dos Estados Unidos que fez com que os juros fossem elevados e apenas a cooperação fez com que esse cenário de constante valorização fosse alterado.

Sendo assim, podemos dizer que no início, a política fiscal adotada foi expansionista com diminuição de tributo e maior gasto por parte do governo e, a política monetária, foi contracionista, com o aumento de juros e contração da base monetária.

  1. Como essas políticas explicam a trajetória da taxa nominal de câmbio do dólar entre 1980 e 1985 (2,5 pontos)?

Com a nomeação do novo presidente ao FED, Paulo Volcker, e com a vitória presidencial de Ronald Reagan para 1980, as mudanças nas políticas foram adotadas com o foco de redução da taxa inflacionária ocasionada pela substituição do câmbio fixo para o flutuante, tendo em vista que os déficits públicos estavam sendo pagos pela emissão de moedas, gerando um grau inflacionário relevante.

Com a nova gestão, Volcker deixou com que a taxa de juros subisse o suficiente para promover o enxugamento da base monetária no país e assim reduzir a taxa inflacionária para menos de dois dígitos que estava inserida na economia americana. A mudança de políticas cambiais (abandono de metas cambiais) por duas das principais economias, Alemanha e Japão, fez com que o dólar sofresse uma expressiva valorização de 29% (nominal) e 28% em termos reais entre 1980 e 1982.

Em resposta as alterações, Reagan realiza uma política fiscal expansionista, cortando o imposto de renda da pessoa física, além de investimentos maciços em questões militares, ou seja, elevou o déficit público. Nesse contexto, as taxas de juros subiram rapidamente, levando em consequência um maior fluxo de capital para a economia norte-americana em razão de uma expectativa maior de juros, levando a moeda a uma maior valorização.

O Governo americano ficou inerte a valorização cambial, e não retrocedeu sobre as políticas implantadas anteriormente, não havia disposição para elevação de impostos, redução da taxa de juros ou redução dos gastos do governo. O foco era reduzir a taxa inflacionária e deixar que o próprio mercado conduzisse o câmbio.

No período de 1983 e 1985 a valorização da moeda norte-americana inspirava mais cuidado e demonstrou a necessidade de uma cooperação internacional para desvalorizar a moeda e deixa-la mais adequada ao cenário mundial. Em razão da política fiscal expansionista e elevação de juros, o impacto foi a valorização cambial expressiva da unidade monetária americana. No entanto a administração de Reagan julgava que o fato de o câmbio ser administrado diretamente pelo mercado, estava em seu equilíbrio adequado e não necessitava de intervenções. Ao contrário da administração americana, a Alemanha e o Japão focavam em administrar o câmbio, deixando-o estável.

A taxa de juros acompanhou a valorização do dólar durante até a primeira metade de 1984. Já na outra metade do mesmo ano houve uma nova valorização, chegando a 20% de valorização em fevereiro de 1985. Mesmo com uma queda sobre a taxa de juros, os retornos recebidos, em razão dos valores aplicados, já não eram tão elevados quanto no início da década. Dessa forma, não havia maiores explicações para justificar a valorização cambial através das políticas norte-americana.

A gestão de Reagan identificou a valorização cambial como ataque especulativo, gerando desconforto e o convencendo de promover uma intervenção no mercado de câmbio. Em 1985 reuniu-se os Ministros das Finanças e os presidentes dos Bancos Centrais do G-5 na tentativa de desvalorizar o dólar. Com a possibilidade de perdas no mercado americano, em consequência da tramitação de uma lei no Congresso dos EUA para se tornar um país protecionista, alemães e japoneses se propunham a ajudar na coalização para desvalorização cambial. Dessa reunião saiu um acordo, uma declaração que, as demais moedas sofreriam valorização ou melhor dizendo, que a moeda norte-americana seria desvalorizada com a cooperação lançada.

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