TEORIA DO COMPORTAMENTO
Por: Renata Luduvice • 27/3/2017 • Pesquisas Acadêmicas • 4.129 Palavras (17 Páginas) • 221 Visualizações
TEORIAS DO COMPORTAMENTO
INTRODUÇÃO
O seguinte trabalho ressalta como compreender uma teoria como um “conjunto de convenções”, aonde enfatiza o fato de que as teorias não são dadas ou predeterminadas pela natureza, pelos dados ou qualquer outro processo determinante.
Através do comportamento humano foram realizadas pesquisas sobre o condicionamento nas quais foram testados também em animais essas teorias sugiram a partir dos autores behavioristas.
Os teóricos aqui apresentados: B. F. Skinner, Edward Lee Thornidike e Ivan Pavlov que relatam em suas pesquisas e teorias do condicionamento humano e suas consequências.
IVAN PAVLOV
Você provavelmente já ouviu falar de Ivan Pvalov, mas quem era ele? Qual foi sua contribuição para a psicologia? Nascido em 1849 na Rússia Central, ele era orientado a seguir os passos de seu pai e se tornar um sacerdote da Igreja ortodoxa Oriental, mas inspirado pela leitura de Darwin ele escapou do seminário local e passou a estudar química e física em São Petersburgo.
Na Universidade Pavlov tornou-se apaixonado por fisiologia, e trabalhou nos laboratórios de professores de renome. Com o tempo ele se tornou conhecido pelo seu trabalho como especialista em digestão e do Sistema Nervoso. Como fisiologista Pavlov não se interessava muito por psicologia, mas foi esse trabalho que o levaria a pensar sobre o “condicionamento”, ou a maneira que os animais (incluindo humanos) desenvolvem novos reflexos, a fim de responder ao seu ambiente.
Reflexos Condicionados, traduzido do russo, é um a coleção de palestras dadas por Pavlov na academia Médica Militar de São Petersburgo, em 1924, e posteriormente se transformou em um livro, que resume os 25 anos de pesquisas realizadas por sua equipe que o levou a um premio Nobel. Abaixo veremos o que Pavlov realmente descobriu e qual a sua aplicação na Psicologia Humana
Animais como Máquinas
Pavlov começa o livro, observando a falta de conhecimento sobre o cérebro. Ele lamenta que o cérebro tornou-se o domínio da psicologia, quando deveriam ser os fisiologistas que poderiam determinar os fatos sobre a física e a química do cérebro.
Mas ele se inspirava em René Descartes, que havia descrito os animais como máquinas que reagiram de maneira previsível de acordo com os estímulos em seu ambiente, a fim de alcançar um certo equilíbrio com ele. Essas reações faziam parte do sistema nervoso e ocorriam ao longo de vias nervosas definidas.
Uma dessas reações reflexo era a criação de saliva, e isso das glândulas digestivas nos cachorros que Pavlov investigava. Ele procurava analisar quimicamente as diferenças na saliva produzidos em resposta a comida em diferentes condições.
Mas em seus primeiros experimentos Pavlov notou uma coisa estranha. Havia um elemento psicológico no reflexo da saliva dos cães, ou seja eles começavam a salivar simplesmente ao pensar na que conseguiriam comida. A idéia de Descartes sobre a reação automática não era claramente simples, ele queria investigar mais.
Criando reflexos
Pavlov decidiu experimentar uma variedade de estímulos sobre os cães para ver exatamente o que provocaria a sua secreção de saliva, para ver se não era um simples reflexo automático. Assim os experimentos deveriam ser em tempo real, ele teve que fazer uma operação menor de modo que a quantidade produzida de saliva pudesse ser medida.
Ele daria a vários estímulos dos cães, como a batida de um metrônomo, campainhas, sinos, borbulhante e sons crepitantes, além de mostrar um quadrado preto, o calor, tocando o cão em vários lugares, e flashes intermitentes de uma lâmpada. Cada um desses estímulos ocorria antes de entregar a comida, por isso quando houvesse o estimulo o cão começaria a salivar, mesmo que a comida não tivesse aparecido. Apenas o som do metrônomo batendo iria produzir saliva, não houve diferença entre a reação do cão quando ele ouviu o metrônomo e o que aconteceu quando ele viu a comida. Para o cão o metrônomo passou a significar alimento.
Pavlov percebeu que havia dois tipos de reflexos ou respostas de um animal ao seu ambiente:
- O reflexo natural ou incondicionado (por exemplo , a salivação de um cão quando ele começa a comer, para ajudar na sua digestão), e
- O reflexo adquirido ou condicionado, que surgiu através da aprendizagem inconsciente (por exemplo quando um cão começa a salivar ao som de um sino, porque o som significa comida.
O fato de que os reflexos podem ser instigados de modo que se tornem parte do funcionamento natural do animal, fizeram Pavlov perceber que, se um animal era uma maquina de responder ao seu ambiente, então ele poderia ser uma máquina muito complexa. Ele mostrou que o córtex cerebral, a parte mais avançada do cérebro, e as vias nervosas que a ligam, eram muito maleáveis. Os chamados “instintos” poderiam ser aprendidos e desaprendidos, pois ele também foi capaz de demonstrar que os reflexos podem ser inibidos ou extintos ao associar comida com algo que o cão não gosta.
No entanto, Pavlov também notou que haviam certos limites na criação dos reflexos condicionados. Eles tendiam a se desgastar com o tempo, ou os cães, às vezes não se preocuparam em responder e apenas adormeciam. Pavlov concluiu que o córtex cerebral não pode ser sobrecarregado ou muito alterado. Parecia que para a sobrevivência de um cão e seu funcionamento era necessário reter certa quantia de estabilidade na sua fiação cerebral.
Máquinas ambientais de Resposta Avançada
Pavlov observou dois níveis na forma que um animal responde ao seu ambiente. Primeiro há uma “neuro-análise” em que ele usa seus sentidos para saber o que as coisas são, em seguida uma “neuro-síntese” que estabelece como algo se encaixa em suas reações e conhecimentos já existentes. A fim de sobreviver por exemplo, um cão deve ser capaz de determinar rapidamente se algo é uma ameaça ou não.
Alguns dos experimentos de Pavlov envolviam a remoção de todo o córtex cerebral de um cão. Isso transformou o cão em um pouco mais do que uma máquina de reflexos. Ele manteve seus reflexos incondicionados que não foram aprendidos em seu cérebro e sistema nervoso, mas não era capaz de responder de forma adequada a seu ambiente -ele ainda podia andar, mas quando chegava até mesmo a um pequeno obstáculo como a perna de uma mesa, ele não sabia o que fazer. Em contraste um cachorro normal, mesmo que não haja uma mudança no estimulo ambiental que seja nova, um “reflexo de investigação” vai escutar ou cheirar os estímulos. Um cão pode passar muito tempo investigando a fim de que seus reflexos para o ambiente sejam atualizados.
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