Técnicas de Transposição de Escala Para Instalações Piloto
Por: PettersonDias • 8/6/2016 • Projeto de pesquisa • 4.618 Palavras (19 Páginas) • 1.457 Visualizações
Requisitos em pessoal
As qualificações necessárias para um lugar numa organização de um laboratório piloto são uma mistura de um conhecimento teórico sólido na área da tecnologia farmacêutica e alguma experiência prática na indústria farmacêutica. Para além disso, a capacidade em comunicar bem, oral ou por escrito e, a capacidade em manter um bom relacionamento com outras pessoas são importantes uma vez que a experiência e o conhecimento são mais úteis quando devidamente transmitidos. A experiência prática adquirida em instalações piloto tem bastante valor. Assim, a experiência dentro do grupo deve incluir experiência de formulação, de processamento e de equipamento num ambiente de produção real. O pessoal numa instalação piloto tem que reconhecer a intenção do formulador e, ao mesmo tempo, compreender a perspectiva do pessoal de produção. Por esta razões as organizações numa instalação piloto incluem frequentemente cientistas com experiência em ambas as áreas. O tipo e o nível de educação dentro do grupo é importante. Cientistas com formação em Farmácia têm um papel muito importante na função devido à sua capacidade em entenderem a relação complexa entre o processo farmacêutico e o impacto potencial sobre as propriedades químicas, físicas, bioquí- micas e clínicas das formas farmacêuticas. Também é importante, no entanto, que o grupo possua alguma valência na área de engenharia uma vez que a trans- posição de muitos dos processos se baseiam em princípios de engenharia os quais não o são normalmente devidamente abordados na formação básica de Farmácia. Para além disso, cada vez é mais importante para o grupo ter elementos com conhecimentos de eletrônica e computadores. O número de pessoas de um grupo numa instalação piloto depende do número de produtos a serem desenvolvidos e do nível de apoio necessário. Um cientista e um técnico experientes devem ser capazes de desenvolver um projeto importante ou, dois projetos mais simples, em simultâneo, dependendo da complexidade destes, enquanto que, ao mesmo tempo dão apoio técnico a outro grupo de produtos já comercializados. Muitas companhias têm pessoal de produção com muitos anos de experiência em algumas formas farmacêuticas, têm equipamento e responsáveis de desenvolvimento com experiência de investigação e desenvolvimento com conhecimentos consideráveis. Nestes casos, o esforço de apoio necessário a um grupo numa instalação piloto seria muito reduzido. Nessa companhia a introdução de novos produtos envolvendo tecnologias existentes necessitaria de menos apoio em oposição à introdução do processo envolvendo novas tecnologias. Por outro lado, as companhias que mantêm as suas instalações de produção sem o apoio de pessoal técnico bem treinado e, em que a função de supervisão se limita a prever o que essa equipa necessita, precisa de um apoio maior quando da transposição de escala de novos produtos, ou processos, para além de necessitar de um maior apoio técnico continuo.
Necessidades em espaço
Uma instalação piloto apresenta quatro requisitos quanto ao espaço necessário:
a) Administração e processamento de informação. A documentação é um elemento fundamental num laboratório piloto. Um gabinete e uma secretária têm que ser providenciados quer para os cientistas quer para os técnicos. Este espaço deve estar adjacente à área de trabalho mas suficientemente isolado para permitir que os técnicos trabalhem sem serem interrompidos. Uma vez que o grupo constitui uma ligação entre a investigação, a produção e outros sectores, os membros do grupo encontram-se frequentemente com pessoas de outros departamentos, pelo que deve haver uma área disponível para que três, ou quatro pessoas, se possam encontrar para discutir assuntos de interesse mútuo. Também deve existir espaço para um terminal de computador por forma a que os resultados obtidos das experiências possam ser tratados, para guardar arquivos de resultados de estabilidade ou para ficheiros históricos.
b) Área de testes físicos. A segunda área necessária é uma área de trabalho em que as amostras possam ser retiradas e examinadas e, em que os testes físicos dessas amostras possam ser realizados. Esta área deve permitir um espaço de bancada permanente para equipamento de testes físicos (ex. balança, potenciômetro e um viscosímetro).
c) Área para equipamento comum de uma instalação piloto. A terceira área é uma área diferenciada onde se pode colocar o equipamento necessário para se produzirem todos os tipos de formas farmacêuticas. O equipamento deve estar disponível em tamanhos diferentes que sejam representativos das diferentes capacidades de produção. Esta configuração ajuda a assegurar a qualidade dos resultados recolhidos quando da transposição de escala prevenindo erros posteriores com materiais caros. A existência de equipamento de produção de tamanho intermédio e de tamanho real é essencial para avaliar os efeitos da transposição de escala das formulações e dos processos. A utilização da área é mais eficiente quando é subdividida em zonas para formas farmacêuticas sólidas, produtos semi-sólidos, preparações líquidas e produtos estéreis. A subdivisão destas áreas deve permitir a execução de operações múltiplas em simultâneo sem afetar as BPF (GMP) implementadas. Por que a utilização do equipamento existente numa instalação piloto é esporádica e dependente dos projetos em curso, sempre que possível os equipamentos devem ser portáteis. O equipamento pode ser guardado numa área de armazenamento relativamente pequena e ser trazido para as áreas de produção de uma forma adequada quando é necessário. Este sistema ajuda a aliviar alguma da congestão encontrada frequentemente nas áreas de trabalho de uma instalação piloto proporcionando, assim, mais espaço de trabalho em volta do equipamento que se encontra em uso. Tal sistema também proporciona mais espaço se o equipamento é trazido no momento de execução de uma experiência ou em regime de empréstimo ou aluguer. Um requisito essencial que é frequentemente negligenciável mas, que é importante para todas as operações que decorrem numa instalação piloto, é a existência de um espaço adequado onde se procede à limpeza desse equipamento. Enquanto algum desse equipa- mento pode ser limpo no local, a maioria do equipamento é manuseado melhor numa área dedicada para a sua limpeza.
d) Área de armazém. A quarta área diferenciada é a que deve ser usada para a armazenagem de substâncias ativas e excipientes. Estes devem encontrar-se segregados das áreas de produtos aprovados ou rejeitados, de acordo com as BPF. Devem existir áreas suficientes para os materiais a serem processados, para produtos semi-acabados da unidade piloto ou para os materiais dos lotes das experiências realizadas para a transposição de escala e feitos na produção, os quais por razões de BPF não podem ser armazenados nas áreas de armazenamento dos produtos próprios da produção. Deve-se proporcionar espaço suficiente para o armazenamento de amostras recolhidas na instalação piloto e de lotes experimentais. Todo este espaço adicional é necessário, para além do espaço que tinha sido atribuído para o armazém ou, para armazena- mento de amostras de materiais quando se pretenda confirmar as suas estabilidades. Finalmente deve existir espaço suficiente para o armazenamento de mate- riais de acondicionamento. Estes materiais são, em regra, volumosos, mas uma vez que um requisito necessário para uma transposição de escala consiste em avaliar fornecedores alternativos para os materiais de embalagem, é importante proporcionar o espaço necessário para armazenar garrafas, tampas, tubos, frascos, ampolas, etc. Quando há necessidade de armazenar este tipo de material, então ele deve ficar segregado até ser aprovado ou rejeitado.
...