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VILA DE MONT MOR A EVOLUÇAO AGROINDUSTRIAL DE BATURITÉ

Por:   •  12/3/2019  •  Artigo  •  3.650 Palavras (15 Páginas)  •  219 Visualizações

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VILA DE MONT MOR A EVOLUÇAO AGROINDUSTRIAL DE BATURITÉ

Mozart Pereira da Silva Neto

Filosofo e Me em Administração e Gestão de Empresas

Gledson Ferreira

Filosofo e Me em Psicologia

Wanderillo Pinheiro Viana Junior

Historiador

RESUMO

Essa pesquisa em caráter cientifico sobre a indústria agropastoril na então vila Mont-Mor, onde tempos depois foi fundada e hoje conhecida cidade de Baturité, vem mostrar as adversidades encontradas naquela época, este assunto e de fácil entendimento, conjuntamente tentar mostrar os vários aspectos que são de inteira relevância e que estarão sendo exposto e analisado de maneira clara e objetiva, o cultivo da cana de açúcar, seu comercio e a produção de seus derivados tais como, o açúcar, rapadura, os engenhos e seu maquinário rústico e o comercio interno com isso, um pouco sobre os colonos e seus hábitos e a implantação do cultivo do algodão e suas benesses para os que trabalhavam nele, e para melhor lhe fazer entender o contexto desse assunto, que ao longo da história perfizemos caminhos do pensamento dos muitos que amam este tipo de história.

Palavras-chave: Agropastoril. Algodão. Engenho. Rapadura. Industria.

INTRODUÇÃO

A pesquisa em caráter cientifico vem com a finalidade de mostrar a vida e as dificuldades no manejo da agricultura, fabricação de seus derivados, criação de animais entre outras que dispunham da indústria agropastoril local dos recém-chegados a vila de Mont-mor onde mais tarde se tornaria o que nos conhecemos hoje como a cidade de Baturité.

A colonização das terras de Baturité deu-se por conta da procura de matéria prima, e metais preciosos, mas destacasse que a agricultura e o clima ameno e as estações chuvosas com vários meses de duração foram o ponto culminante para a permanência dos colonizadores, com isso, a ampliação e o reconhecimento das terras serra a cima foi questão de tempo. Com tudo, a agricultura e o manejo das produções desencadearam um comercio em constante crescimento, maquinários, mão de obra embora escrava, obtinham lucros ou supriam as necessidades caseiras.

No período colonial, com maior frequência, em vista do anseio que cada administrador manifestava, de fazer sentir a ação de seu prestigio e influencia na abertura do comercio agropastoril em toda a região da vila de Mont-Mor, e suas adjacências. Durante os primeiros anos de vila pode-se ver a dificuldade para a disseminação das hortaliças em todo território, e a produção de seus derivados, também se pode ver o manejo para o comercio feita pelos aldeões ou pelos indígenas ou seus negros escravos com isso abertura e crescimento da indústria extrativista para a expansão e consolidação do comercia da recém Villa.

O anseio do plantio em terras recém descobertas, tendo em vista também, o clima, relevo, Mão de obra, transporte do material fabricado ou extraído e o povoamento de Baturité, como consequência a abertura de um comercio em expansão por todo o maciço, com uma gama de diversidades agropastoril, que para época era de muita valia para todos, levando assim o crescimento econômico interno e externo.

  1. Industria agropastoril na época de vila

(...) o processo de ocupação liderado pela produção açucareira foi um empreendimento inteiramente capitalista, de vez que, pela primeira vez, se fazia investimentos maciços de capitais na agricultura e se voltava à economia agrícola para o mercado. (ANDRADE, 2004, p. 32 e 33)

A indústria extrativista mais antiga na região de Baturité foi sem dúvida, a da cana de açúcar. Já na quarta década do século XVIII, nas margens do Choró, nas proximidades das Itans, a família Freitas Araújo fabricava as suas rapaduras. Açúcar, propriamente, só em pequena quantidade, do tipo inferior, mascavo, para o consumo caseiro. No Candeia o “engenho Jordão”, propriedade de Ventura da Silva Ferreira, onde, na data de 19 de julho daquele ano, perante testemunhas, D. Maria Vidal, sua cunhada, consta nos documentos que ela estava muito doente, por conta disto em seu perfeito juízo ela ditou o seu testamento. (Fato exposto no cartório de posses e bens de Baturité)

Até o fim XVIII e início do século XIX, cerca de vinte outras “engenhocas” passaram a transformar os seus canaviais em mel e rapaduras.

Era bem rudimentar as atividades, sendo possível avaliar isto pelos números de tachos de cobre que as mesmas apresentavam. Cerca de vinte e nove ao todo. Nenhum utensilio para fabricação de açúcar foi mencionado: formas para a fabricação de “pães” não existiam em Baturité nesta época. Possuíam, sim, caixas de madeira, de uso corrente, para guardar tal mercadoria; mas, certamente, apenas a quantidade produzida para uso caseiro e trazida de fora, muitas vezes.

No início do século XIX, houve uma queda no número de engenhos e de tachos. Não resta dúvida que isto ocorreu como consequência da grande seca de 1791 a 1793 e da introdução do algodão como cultura propiciatória visando bons lucros futuros, e a intensificação no aproveitamento do couro e da procura de excelente farinha de mandioca fabricada na zona.

E de estranhar a ausência de indicativos da produção aguardente em todo o distrito da vila de Mont-mor. Pode-se atribuir o fato do árduo empenho das autoridades de Mont-mor em evitar problemas com os Índios, já que o “Diretório” (uma lei elaborada em 1755, e tornada pública em 1757, por D. José I, rei de Portugal, através de seu ministro, o Marquês de Pombal, que dispunha sobre os aldeamentos indígenas, elevando estes à condição de vilas ou aldeias, administradas por um diretor), era tão rigoroso com os que fossem apanhados sob o efeito de bebidas alcoólicas. Conhecendo essas autoridades a propensão dos aldeados para tal tipo de “divertimento”, tudo faziam para afastar do alcance deles a causa de tantos malefícios.

O imposto denominado “subsidio literário” criado em 1772, recaia também sobre a aguardente e desde cedo foi observada a sua cobrança; mas, como incidia também sobre a carne vendida a população e não havendo distinção nos documentos, fica difícil hoje, determinar qual dos dois produtos era mais gravado, distinguindo-os.

O Alferes Jose Alvares Rodrigues devia, em 1778, a quantia de cinquenta e três mil, novecentos e noventa e quatro reis, do subsidio daquele ano e era possuidor de um sitio no Candeia, onde existiam quatro tachos de seis libras cada. É um bom indicio de que fabricava aguardente, pois também era proprietário de outros utensílios empregados em tal tipo de indústria. Além dessa dívida, como todo “Senhor de Engenho” (grandes proprietários de terras e bens que dispunham de um tipo de indústria caseira com a finalidade de fabricar os derivados da cana de açúcar), que se prezava, o Alferes devia ainda a Fazenda Real, cento e dezenove mil reis do “contrato da arrematação”. Era capitalista, sem dívida, pois, aplicava as suas poupanças na melhor fonte de rendas, que era exatamente essa de arrematar os impostos. Só os abonados podiam concorrer nesse mercado de capitais.

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