Águas da Cidade do Recife: Uma Proposta de Desenho Urbano-Paisagístico para as APP’s Ribeirinhas
Por: May2906 • 17/10/2020 • Resenha • 1.281 Palavras (6 Páginas) • 322 Visualizações
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI
Escola de Arte, Comunicação e Hospitalidade
Curso Arquitetura e Urbanismo
Disciplina: 5003 – Paisagismo III
Período: 9° Ano letivo: 2° Semestre/2020
Professores: Alessandra Devitte e Luciano Tricarico
Acadêmica: Mayara Dionissa
Resenha Crítica
ARTIGO 1: CARMO, Alison J.A. do; BEZERRA, Onilda G.; VASCONCELOS, Ronald F.A. Águas da Cidade do Recife: Uma Proposta de Desenho Urbano-Paisagístico para as APP’s Ribeirinhas. Belém: Universidade Federal de Pernambuco. 2014.
O artigo baseia-se na importância da preservação das APP’s bem como a inserção de ações urbano-paisagísticas para o equilíbrio ecológico-ambiental da cidade, no que diz respeito ao escoamento das águas, visto que Recife enfrenta graves quadros de alagamentos e degradação ambiental. Escrito por dois arquitetos e urbanistas e um engenheiro civil, graduados pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), trazendo como principal crítica, o crescimento desordenado das áreas urbanas ocasionadoras de graves desequilíbrios ambientais, comprometendo assim, a integridade dos recursos naturais remanescentes nos centros urbanos.
Devido ao desprovimento de um adequado planejamento integrado, o processo de crescimento e de expansão das cidades conformaram tecidos urbanos caóticos em relação a seus núcleos originais, não dialogando entre si por ausência de conectividade, e não acompanhando as demandas de infraestruturas a que se destinam. Segundo o autor “a pertinência dessa abordagem deve-se ao fato de que, no Brasil, é visível a deterioração ambiental, o colapso da fluidez na mobilidade e a quebra dos laços e estímulos à aproximação e trocas humanas no ambiente urbano: ele tornou-se hostil e insustentável para o desenvolvimento humano das comunidades que vivem ou circulam nas grandes cidades. ”
Os desenhos das cidades devem levar em consideração a valorização dos elementos aquáticos emblemáticos de sua paisagem, proporcionando vitalidade através de sistema de espaços livres públicos em conjugação com os sistemas hídricos. Os recursos hídricos deverão se conciliar e articular entre o meio urbano e a preservação das APP’s tornando-se espaços de agregação, conexão da trama urbana e qualidade para as atividades sociais.
O autor apresenta como solução para os problemas uma proposta que busca a requalificação urbana de áreas ribeirinhas a partir da valorização dos elementos naturais em conjunto com a malha urbana pré-existente. A partir desta perspectiva, o autor adotou como procedimento metodológico para a análise dos territórios ribeirinhos estudados a divisão dos espaços físicos em “unidades de paisagem” referente a cada curso d’água abordado. Mediante a associação de elementos similares ou homogêneos predominantes em cada lugar do território, foi realizada a a divisão do território em Unidades de Paisagem, relativos à morfologia urbana.
Logo após realizada a delimitação das unidades de paisagem elaborou-se para cada uma delas considerações a respeito de suas condições atuais no que diz respeito a sete categorias de análise: afluências, sítio natural, padrão de ocupação, centralidades urbanas, acessibilidade urbana, caráter estético e paisagístico e diretrizes institucionais. A partir da análise dessas Unidades de Paisagem foi possível observar que o território urbano apresentado compreende um tecido urbano desvinculado das áreas molhadas que a circundam. Tal adversidade aponta para a questão central do artigo: a necessidade de se resgatar áreas potenciais da cidade para que sejam readquiridas a originalidade dos lugares, a salubridade ambiental e a qualidade de vida urbana.
Em suma, os dados apresentados pelo autor não possuem aprofundamento e propostas de espaços com vitalidade, contudo, apresenta uma visão da importância de identificação de usos adequados para as áreas ribeirinhas, para que sejam estabelecidas atividades e dinâmicas populacionais propícias, para que as mesmas não sejam ocupadas de maneira irregular e sem consciência ecológica. E grande parte dos problemas que ocorrem na cidade, destacado pelos próprios autores é a falta de interesse público para valorização dessas áreas, e implantação de áreas públicas, uma vez que a sociedade atual, não pode abdicar da presença de vegetação e componentes naturais como elemento significativo da paisagem urbana, pois é imprescindível a presença destes na qualidade de vida dos seres vivos.
ARTIGO 2: FRIEDRICH, Daniela. O parque linear como instrumento de planejamento e gestão das áreas de fundo de vale urbanas. 2007. 276 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Arquitetura. Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional., Porto Alegre, p. 101-123. 2007.
A dissertação baseia-se no uso e ocupação das áreas de fundo de vale urbanas, ou seja, as APPs – Áreas de Preservação Permanente, caracterizadas como espaços residuais da paisagem natural remanescente e encontram-se geralmente invadidas e degradadas pelo modelo de urbanização adotado atualmente. Escrita por Daniela Friedrich para a sua Dissertação de Mestrado, voltado para o Planejamento Urbano e Regional, traz como principal apontamento a conservação dos recursos naturais e busca fomentar o uso público destas áreas para que as mesmas possuam significado cultural e social promovendo lazer, cultura, educação e circulação não-motorizada, e propor subsídios para um melhor planejamento desta proposta.
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