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A ARQUITETURA COMO VIA DE PROPAGAÇÃO DO RESPEITO E INCLUSÃO DA COMUNIDADE LGBTQIA+ NAS ESFERAS SOCIAS

Por:   •  10/5/2022  •  Trabalho acadêmico  •  2.012 Palavras (9 Páginas)  •  125 Visualizações

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A ARQUITETURA COMO VIA DE PROPAGAÇÃO DO RESPEITO E  INCLUSÃO DA        COMUNIDADE LGBTQIA+ NAS ESFERAS SOCIAS

Ana Clara Elias M. De Freitas1

 Mariana Mangabeira Borba2

Resumo

O presente trabalho intenta apontar a relação entre a arquitetura e causas sociais minoritárias, sobretudo, no que tange a população LGBTQIA+ e a representividade proporcionada à essa, através do âmbito arquitetônico. Assim, valendo-se do entendimento sobre a influência exercida por projetos de arquitetura ao corpo social e vice-versa, entende- se que os mesmos são importantes elementos para que a difusão do respeito acerca da classe em questão, ocorra. Auxiliando assim, na melhor inclusão de determinada minoria na sociedade.

Desse modo, visando atender aos objetivos estabelecidos, serão estudados os aspectos pelos quais forma-se uma cidade, não obstante, como ocorrem as marginalizações da comunidade LGBTQIA+ no âmbito urbano. Além disso, haverá também o estudo da forma com que isso reflete na arquitetura das cidades e espaços públicos.

Palavras-chave: arquitetura; LGBTQIA+; inclusão; respeito; queer.

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1 Graduanda do curso de Arquitetura e Urbanismo – UFMS (CPNV). E-mail: ana.clara.moreira@ufms.br .

 2 Graduanda do curso de Arquitetura e Urbanismo – UFMS (CPNV). E-mail: mariana.borba@ufms.br

Justificativa

A motivação para esta pesquisa partiu do interesse mútuo entre assuntos que englobam pautas minoritárias e temáticas do mundo arquietônico. Logo, á vista do entusiamo proporcionado por tais questões, a ideia sobre como as duas estão e de que modo ainda podem se vincular, fez-se presente. Uma vez que, é notório que a arquitetura por também ser um viés artistíco, provoca no público emoções, causando nesse, momentos reflexivos que o leva a melhor compreender o mundo e as diversidades. Nesse caso, melhor compreender e respeitar o coletivo LGBTQIA+.

Dessarte, vê-se que dentro do contexto social, a arquitetura pode servir como fonte de novidades, a partir disso, torna-se cada vez mais possível devolver ao grupo destacado, direitos á cidade, e as zonas públicas. Frente a isso, é crucial objetificar os pilares que estabelecem conexão entre as pautas trazidas, a fim de assegurar que a arquitetura contemporânea realmente produza no cotidiano uma quebra á hegemonia que vigora entre os espaços, tornando-os assim, cada vez mais inclusivos para por exemplo: a população queer. Sob esse panorama, é possível dar sequência ao projeto.

Objetivo Geral

Verificar a estrutura dos projetos arquitetônicos que garantem mais visibilidade à minoria determinada, e o impacto disso na sociedade.

Objetivos Específicos

  • Identificar a relação entre arquitetura e causas sociais;
  • Compreender como projetos arquitetônicos tornam-se inclusivos;
  • Entender as várias perspectivas que tornam a arquitetura politizada.

Metodologia

A metodologia a ser utilizada consiste em pesquisas bibliográficas e explicativas, visando desse modo, uma compreensão abrangente e eficaz do tema. Quanto a técnica de pesquisa, serão adotadas: pesquisas bibliográfica e explicativa. Ademais, para o andamento e conclusão do trabalho temas como: arquitetura e causa LGBTQIA+, monumentos arquitetônicos queer e arquitetura inclusiva, serão buscados.

A ARQUITETURA COMO VIA DE PROPAGAÇÃO DO RESPEITO E INCLUSÃO DA COMUNIDADE LGBTQIA+ NAS ESFERAS SOCIAIS.  

Introdução

         A nossa época talvez seja, acima de tudo, a época do espaço (cf. FOUCAULT, 1967). Com isso, inteira-se que as metamorfoses seculares se estenderam aos mais variados pilares sociais, diversificando os modos com que o indivíduo se comporta, estando esse, só e/ou envolto do coletivo. Não obstante, tais mudanças implicaram de mesma forma nos âmbitos tecnológicos, interpessoais, servis, povoáveis; dos espaços de modo geral. Á vista disso, é possível denotar a relação direta dos ocorridos com a esfera arquitetônica. Uma vez que, a supradita configura uma forma de expressão sociocultural. Sendo assim, essa que além de ciência, é entendida também como arte, ao dispor de um poderio no que concerne a formação não só dos cenários, mas também à do pensamento de um todo, torna-se não somente modificada e construída pela humanidade, ao mesmo tempo, incorpora a função de transformar o ideário popular, consagrando uma via mutualística.

 Arquitetura e política

Ao encarnar um papel volátil, a arquitetura desvia o dito popular “paredes têm ouvido”, mostrando por sua vez, que essas na realidade, falam.

 Logo, uma gama de possibilidades estende-se a postos dos domínios arquitetônicos. “Nós vivemos na época da simultaneidade, nós vivemos na época da justaposição, do próximo e do longínquo, do lado-a- lado e do disperso” (cf. FOUCAULT, 1967, p. 1).

 Portanto, diante da simultaneidade controversa do cotidiano, é notório que tantas nuances produziram novas perspectivas, moldando o seio do que hoje constitui uma sociedade diversa. Na qual vê-se que forjada por determinadas premissas, a relação entre corpo e espaço são mais libertárias. No entanto ao pensar que o vínculo cidade-cidadão é um vice-versa, a dubiedade citada faz-se presente. Isso, porque o espectro segregativo dos séculos XVII e XIX ecoa nos projetos que separam os corpos LGBTQIA+ - antes escondidos, mas hoje muito mais libertos- dos centros urbanos. Fazendo assim, com que a arquitetura assuma um papel separatista, ou seja, que priva a comunidade, nesse caso, queer, de usufruir de uma urbe inclusiva e pensada para todos. Não obstante de participar na modelagem da mesma. Logo, percebe-se que o processo identificatório com um espaço faz parte do cerne fundador da arquitetura, portanto, parte da vida do homem. Nesse sentido, para Unwin3 (2013) torna-se possível a crença da arquitetura como linguagem. Uma vez que, o meio espacial significa para a via em questão o mesmo que as definições, representam para a linguagem. Por conseguinte, pode-se constatar que as formas, cores e composições das cidades transmitem mensagens. Assim sendo, para que a arquitetura se torne mais receptiva às minorias é necessário entendê-la também como manifestação política. Para Andrés Jaques “projetar é um ato crítico e arquitetura é uma disciplina inevitavelmente política - por mais que se tente negar.” (cf. Jaques, 2019). Através desse parecer, Jaques discute como os olhares sobre a população queer podem subsidiar o engajamento de tal comunidade e como a arquitetura nesse ínterim vai se "desdobrando em uma atividade trans escalar e uma prática multimeios"(cf. Jaques, 2019). Partindo disso, é inevitável perceber que arquitetura também efetiva a promoção de poderes, isso, o que nessa instância poderia “estar produzindo uma espécie de hegemonia ou desafiando os poderes hegemônicos.” (cf. Jaques, 2019). E dessa maneira, o disparate à cultura hegemônica desponta em contradição ao binarismo que desliga os LGBTQIA+ do meio ao qual esses pertencem, mas não se sentem pertencentes.

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