A Acústica Arquitetônica
Por: Laís Lobo • 7/5/2017 • Trabalho acadêmico • 947 Palavras (4 Páginas) • 826 Visualizações
Introdução a acústica arquitetônica
Desde da antiguidade com os teatros gregos e romanos, já notávamos o valor projectual da acústica de forma coincidente ou não, hoje levamos a frente muitos desses estudos. O teatro grego era constituído como um local de representação, sua forma inclinada para aproveita a topografia dos sítios, com isso aprendemos a eficiência da distribuição da plateia em formas semicirculares e aproveitamento da topografia, tendo como resultado a aproximação do público ao palco, permitindo, a melhor captação sonora. O teatro romano segue o modelo grego, porem tinha um desenvolvimento independente, não levava em consideração o aproveitamento topográfico. Uma estrutura apoiada em escadas e corredores, onde superfícies verticais mais altas possibilitavam o reforço sonoro, papel desempenhado hoje pelas conchas acústicas. Na expansão do cristianismo, Idade Média, os teatros passaram a não ser desenvolvidos de forma arquitetônica. Sendo assim as igrejas passaram a retratar melhor as funções acústicas.
Os romanos construíram edifícios monumentais com espaços amplos, através da criação de arcos, diminuindo a quantidade de colunas. Construídas com materiais acusticamente reflexivos, as igrejas medievais são exemplos de ambientes com grande sobreposição sonora. No império Bizantino, a presença da cúpula serve como exemplo de superfícies que causam ocorrência de uma focalização sonora. O mesmo se deu no período Gótico, aonde as igrejas, através do arco ogival, liberando as paredes do peso da cobertura, o edifício se torna cada vez mais alto, aumentando o caminho percorrido pelo som e provocando percepção de fenômenos como o eco.
Com o Renascimento há uma valorização da literatura e da arte, sendo necessário a revitalização dos teatros. Os teatros são desenvolvidos em ambientes fechados, refletindo um grande momento para a Acústica Arquitetônica, portanto o grande número de superfícies gera inúmeras reflexões sonoras que reforçam o som direto. Essa reflexão sonora é compensada pela absorção sonora, causada pela grande capacidade de público. No barroco desenvolvimento da orquestra conferiu ao teatro a existência de dois ambientes específicos. As diferenças das características acústicas entre o palco e a área de orquestra marcam o agravamento dos problemas acústicos do teatro fechado, revelando a necessidade de equilíbrio acústico entre esses dois ambientes.
No século XIX, o teatro tem uma função de comunicação e seu programa e mobiliário respeitam essa função. O papel da orquestra na ópera é de conduzir o drama, ocupando um lugar destacado em relação ao palco. A audiência é distribuída em leque, rodeada por nichos e pilares, que promovem uma difusão do som refletido. Essas evidências indicam a importância de ser alcançado o conforto acústico para que a função “escutar” seja contemplada. No século XX a plateia apresenta certa homogeneidade na recepção sonora. A resposta arquitetônica a este requisito é a forma retangular dos auditórios. Associada a forma retangular, está o paralelismo das paredes, prejudicial acusticamente, pois pode gerar defeitos acústicos. No século XXI, a preocupação acústica não é apenas uma questão de condicionamento acústico do ambiente, mas também de controle de ruído e preservação da qualidade ambiental. O número de fontes produtoras de ruído é cada vez maior e as consequências desses ruídos para o homem são cada vez mais prejudiciais. Para as edificações novos materiais são empregados e, muitos deles, materiais leves, de baixo isolamento acústico.
Os autores fazem considerações de conceitos básicos para o arquiteto, começando pelo conceito de som, que tem origem na vibração de um objeto que movimenta as partículas do meio e é captado pelo ouvido humano. As vibrações se propagam pelo ar devido a alterações na pressão. Sendo assim a grandeza da pressão determina o nível máximo de deslocamento da partícula em relação a seu centro de equilíbrio, a chamada amplitude. Cada ciclo de compressão completado por uma partícula em determinado intervalo de tempo é denominado frequência, as mais altas corresponderam aos sons mais agudos e as mais baixas aos mais graves. O timbre é a combinação entre as frequências. As curvas isofônicas representam as relações entre nível de intensidade e frequência sonora. Normalmente, o som que nosso ouvido percebe é composto pelo som direto e suas reflexões. Dessa forma, os sons de alta frequência, por consequência de pequeno comprimento de onda, são suscetíveis a sofrer mais reflexões. Podemos concluir assim, que os sons de alta frequência são facilmente refletidos por objetos pequenos que acabam por provocar sombras acústicas nas regiões posteriores a esses objetos.
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