A Análise do Bioconcreto e Folha de Lótus

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Escola de Arquitetura e Urbanismo

Angélica Barros Clara do Amaral Gabriella Salutti Josielly Galdino Maria Luiza Souza

ARQUITETURA BIODIGITAL:

Análise do Bioconcreto e Folha de Lótus

Belo Horizonte 2022

Angélica Barros Clara do Amaral Gabriella Salutti Josielly Galdino Maria Luiza Souza

ARQUITETURA BIODIGITAL:

Análise do Bioconcreto e Folha de Lótus

Trabalho apresentado à disciplina ACR022, da Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Minas Gerais.

Professora: Daniele Nunes Caetano de Sá

Belo Horizonte 2022

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Comparativo entre sistemas naturais e sistemas na engenharia. Figura 2 - Diagrama das três eras da arquitetura.

Figura 3 - Mesquita de Cambridge. Figura 4 - Confluence Park.

Figura 5 - Manufatura aditiva à base de água. Massachusetts Institute of Technology, MIT. Neri Oxman.

Figura 6 - Cork House. Figura 7 - Pulp Faction.

Figura 8 - Elemento criado no laboratório Pronto 3D. Figura 9 - Bioconcreto.

Figura 10 - Processo de autorreparação do bioconcreto.

Figura 11 - Processo esquemático de autorreparação do bioconcreto. Figura 12 - Folha de Lótus.

Figura 13 - Gotas de água na superfície da folha de Lótus.

Figura 14 - Estruturas hierárquicas na superfície da folha de Lótus (papilas e ceras epicuticulares).

Figura 15 - Representação de uma gota de água sobre superfície hidrofóbica. Figura 16 - Micrografia mostrando a estrutura de uma folha de Lótus.

Figura 17 - Tecnologia “Lab-on-a-chip”.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO        5
2. CONCEITUAÇÃO DE ARQUITETURA BIODIGITAL        6

1. As novas fronteiras da arquitetura bio-inspirada        6
2. Arquitetura paramétrica e ferramentas        10

1. ARQUITETURA BIODIGITAL NO BRASIL        14
2. EXEMPLOS DE ARQUITETURA BIODIGITAL        16

1. Bioconcreto        16
2. Folha de Lótus        21

1. CONCLUSÃO        26
2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS        27

1. INTRODUÇÃO

A arquitetura biodigital se baseia nos processos naturais para a elaboração projetual, seja através da cópia de estruturas ou mecanismos biológicos, do mimetismo de características desejáveis ou através da utilização de técnicas de manipulação do código genético, fazendo desse processo uma nova fronteira do conhecimento humano. A incorporação da tecnologia digital transformou a arquitetura, de modo que os sistemas vivos passaram a oferecer modelos para serem aplicados em sistemas inteligentes computacionais. Com isso, pode-se dizer que a tecnologia digital surgiu como um elemento importante para auxiliar o arquiteto em todas as etapas do projeto, seja na concepção, na demonstração, na visualização, entre outros. “O uso de tecnologias computacionais e meios digitais torna-se, então, fundamental para a experimentação dos processos de projeto” (WEINSTOCK, 2013) e pode-se dizer que, além da experimentação, pode servir de base geradora de processos biológicos.

O estudo feito neste trabalho irá discorrer, portanto, acerca da importância e do potencial da aplicação da arquitetura biodigital. Segundo Dollens (2009, p.415), existe a possibilidade da criação de arquiteturas fundidas com sistemas vivos, “hospedando bactérias biorremediadoras, algas, liquens e plantas"; interconectadas por programas que monitoram suas atividades, sensores biodigitais e inteligência artificial. Esse aspecto suscita um fator muito importante a se desenvolver no meio arquitetônico, já que a arquitetura biodigital traça um caminho com maior sustentabilidade e menor emissão de carbono: “Podemos ver o enorme potencial que a natureza nos oferece de modo a assegurar um futuro melhor ao nosso planeta” (ESTÉVEZ, 2016, p.453).

Desse modo, esse artigo irá mostrar como a tecnologia aliada à biologia trouxe e ainda trará muitos benefícios para a arquitetura e para a indústria da construção civil, a que mais deixa resíduos sólidos no meio ambiente. Em seguida, serão apresentadas algumas soluções biodigitais para serem aplicadas na arquitetura de forma sustentável e natural, usadas de modo a gerar menores prejuízos para o meio ambiente. E a partir disso, será possível apresentar elementos inovadores como solução aos problemas ecológicos construtivos por meio da arquitetura biodigital.

1. CONCEITUAÇÃO DE ARQUITETURA BIODIGITAL

1. As novas fronteiras da arquitetura bio-inspirada

A arquitetura biodigital desenvolveu-se a partir das inovações tecnológicas e das mudanças de mentalidade nos meados do século XX. Indo contra a óptica convencional de formulação de projetos, a arquitetura biodigital inicialmente aborda novos conceitos para a resolução de projetos: teoria da complexidade - específica para problemáticas que apresentam grande número de variáveis e Sistemas Generativos (SGs) - geradores de diversas soluções a partir de uma gama de parâmetros variados; apresenta um grande potencial criativo e uma maior capacidade de gerar projetos com mais qualidade. Isso tudo é gerado a partir de uma confluência entre a tecnologia e a observação e a leitura da natureza, pois “Nós sabemos que a resposta está na natureza e que a natureza é a resposta” (ESTÉVEZ, T. 2006. p. 451).