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A Argumentação Carta de Atenas

Por:   •  21/9/2020  •  Resenha  •  1.139 Palavras (5 Páginas)  •  219 Visualizações

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Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

Teoria e História da Arquitetura III

Leitura e Argumentação

Carta de Atenas – 1933

Os princípios do urbanismo moderno estabelecem que a cidade deve assegurar a liberdade individual e o benefício da ação coletiva, levando sempre em consideração a escala humana. O urbanismo reivindica suas quatro funções: habitar, trabalhar, recrear-se e circular. Funções cuja são desfavorecidas com as aglomerações atuais e, para contrariar este aspecto negativo, as relações locais devem ser calculadas de forma a proporcionar uma relação justa entre cidade x moradores, para se trazer ordem e condições habituais de vida, trabalho e cultura.

Por mais que as cidades eram de formatos incertos, a cidade antiga era organizada com eixos. Tudo nela era ordenado proporcionalmente, hierarquicamente e conviventemente. Existiam graus de civilizações, como hoje existem graus de classes em todo o mundo. Antigamente, por mais que as cidades fossem “escassas” de áreas verdes nas partes internas das muralhas, ao abrir os portões, existiam espaços verdes acessíveis, dando um ar de qualidade. Por mais que a população estivesse “pressa” a muralha, as condições de vida eram melhores, mas ao passar do tempo, trocaram o verde, pelo “caos”.

 A carta descreve que as habitações deveriam seguir os princípios de orientação solar favorável para todas. Os métodos estudados seriam os afastamentos mínimos, para que fosse possível que a luz solar e o ar puro entrassem em algum horário durante o dia. Porém, como acontecem nos dias de hoje, as pessoas com maior poder aquisitivo, acabam ficando com casas e terrenos mais favorecidos. As cidades com matriz axial, não seriam uma melhor resposta, mas com planejamento e desenvolvimento determinariam outras maneiras, a que todas as habitações tivessem condições favoráveis de habitabilidade.  

O advento das máquinas foi visto como um grande mal ao planejamento urbano, já que incentivaram que as cidades crescessem “sem controle e sem freio”. A era da máquina veio e com ela trouxe mudanças significativas no todo, a população aumentou, novos meios de transportes surgiram, a zona de trocas ampliou. Porém, com ela também veio a desordem e confusão, rompendo algo que já existia a bastante tempo, terminando com o artesanato local, esvaziando o campo e enchendo as cidades, sem condições de abrigar toda a população, vieram as doenças, a decadência e a revolta.

Como grande preocupação urbanística, antes de mais nada, deveria ter um planejamento de acordo com as necessidades fundamentais da população.

Os subúrbios não tinham planejamento algum, tornando-se o erro urbanístico na cidade, conforme Le Corbusier descreve. Já o patrimônio histórico das cidades, notou-se uma elevada densidade populacional, impossibilitando o conforto e a saúde das pessoas devido à escassez de espaços livres. O patrimônio histórico de uma cidade deve ser mantido, por mais que tenham problemas, são esses edifícios que fazem parte da nossa história e cultura e, nada melhor de podermos ter acesso a isso como algo físico e não apenas em documentos.

O lazer sempre demonstrou não ocupar um espaço significante nas cidades, fazendo com que os centros das cidades abrangessem esses espaços verdes e equipamentos para servir toda a população, por exemplo as escolas. Acredito que a ideia era propor “cidades jardins”, são fundamentais para os cidadãos, mas além disso, é preciso escolher os lugares certos, que haja segurança e transporte eficaz para que a população possa chegar a tais lugares, caso esses não forem acessíveis caminhando. Tudo deve ser planejado, sem planejamento, nada se cria. Mas, infelizmente os terrenos com esses intuitos normalmente são mal articulados a cidade (os lotes que “sobram”). Contudo se bem estudada e organizada podem se tornar facilmente acessíveis. Não basta apenas colocar áreas verdes, mas sim abranger atividades de todo tipo para todo faixa etária.

Os locais de trabalho não estão mais dispostos racionalmente no complexo urbano: indústria, artesanato, negócios, administração e comércio.  As indústrias estão longe das zonas centrais e rodeadas de áreas verdes, sendo estas o elo de ligação entre a habitação da classe operária e as indústrias. Devido ao grande desenvolvimento industrial em que a cidade depende dos meios de abastecimento de matérias-primas e das facilidades de escoamento dos produtos, as indústrias deveriam ser inseridas ao longo das vias férreas. A ligação entre a habitação e os locais de trabalho não é mais normal: ela impõe percursos desmesurados. Surge então o reajuste da circulação rodoviária, de maneira a que o automóvel pudesse circular de maneira mais rápida não havendo engarrafamentos e sem prejudicar os demais. De modo em que surgem a hierarquia ao nível das estradas, tem-se relacionando as distâncias percorridas com a velocidade do automóvel e a sua natureza, sendo que quanto maior a velocidade que se poderia atingir, maior seria o afastamento e da habitação e zonas de lazer, utilizando as zonas verdes para criar esse afastamento. Desde então foram rompidas as relações normais entre duas funções essenciais da vida: habitar e trabalhar.

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