A COMPARAÇÃO DOS PENSAMENTOS DE UM PRÉ-URBANISTA E DE UM URBANISTA
Por: Edifiq arquitetura Patricia Melro, Márcia Melro e Lydiane Rocha • 25/1/2019 • Trabalho acadêmico • 933 Palavras (4 Páginas) • 278 Visualizações
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COMPARAÇÃO DOS PENSAMENTOS DE UM PRÉ-URBANISTA E DE UM URBANISTA
Isabella Carneiro Bastos - 1620464
Fortaleza – CE
Abril/2017
Introdução
Neste trabalho serão apresentados os pontos de vistas dos pré-urbanistas e urbanistas, abordando suas ideias e questões levantadas sobre o contexto organizacional da cidade. O pré-urbanista em questão é Charles Fourier, ele era progressista, isso significa que assim como os outros pré-urbanistas progressistas, ele era um intelectual que acreditava que para que houvesse uma sociedade menos capitalista, mais igualitária e menos voltada para exploração e benefício lucrativo, era preciso uma reorganização do espaço de forma mais lógica. A ideia progressista era criar um plano que não precisasse de adaptação ou mudanças, que servisse em qualquer lugar, momento e população, apesar disso, é utópico e com base em obras generalistas feitas por historiadores, economistas e políticos.
Já o urbanista em análise é Charles-Edouard Jeanneret-Gris (Le Corbusier), também progressista. A diferença do pré-urbanismo para urbanismo é que o pré-urbanismo como foi anteriormente citado, era baseado por ideologias utópicas por intelectuais não especialistas; já o urbanismo foi fundamentado por ideias práticas para serem realmente aplicadas, não de forma indefinida, mas de forma funcional e acessível.
Análise dos pensadores
- Cidade
Fourier pregava que, primeiramente, a cidade deveria ter mais espaços verdes e amplamente abertos pois, segundo Godin, isso é o “símbolo do progresso”. No seu plano, deveriam-se traçar 3 anéis concêntricos: o primeiro com a cidade central, o segundo com os arrabaldes e as grandes fábricas e o terceiro com avenidas e o subúrbio, depois é feito uma análise das funções humanas e surge um projeto urbano que visa distribuir as vertentes de uma cidade, como áreas de lazer, trabalho, cultura e habitação. Fourier ainda indica formas de separação por tipologia de trabalho como industrial, liberal e agrícola; ele também aspirava que a cidade que fosse predisposta para o seu “visuísmo”, sendo assim, a resposta para o progresso social.
Já no caso de Le Corbusier, o urbanismo progressista tem a intenção de criar estruturas técnicas e estéticas e não mais econômicas e sociais como no pré-urbanismo. Le Corbusier defendeu o uso de materiais simples e do ‘standard’, resumindo, modernidade é a ideia-chave do urbanismo progressista. O plano da cidade progressista não está mais ligado às limitações da tradição cultural, ela é agora racional, livre e em função da eficácia e da estética. Le Corbusier cria o termo “cidade-jardim” e para dizer que a cidade e o campo devem estar juntos e manter uma relação cada vez mais próxima.
As ideologias de ambos pensadores apresentam pontos cruciais para o urbanismo da época em que viviam, trazendo soluções que apesar de serem – de um certo modo – utópicas, apresentam alguns fatos que poderiam ser aplicados nas cidades hoje em dia, não com tanta facilidade, mas funcionaria. É certo andar lado a lado com a natureza, mas também pensar na modernidade, como proposto pelos urbanistas que, na minha opinião, desenvolveram um modelo bastante inteligente, porém, ideológico.
- Habitação
Em questão de habitação, Fourier acreditava que não seria mais viável construir casas pequenas pois são caras; para a família que não tinha tantas condições de ter uma casa como as que os nobres tinham, a solução era um edifício que abrigasse muitas famílias e nele seriam evitadas as ocorrências da salubridade. Basicamente, o modelo proposto é baseado em falanges que correspondem a pequenas unidades sociais com população cerca de 1500 habitantes, e cada um teria um edifício comum chamado falanstério, que na concepção de Fourier, todos viveriam harmoniosamente. A ideia é que a vida no falanstério desconstruísse essa visão de vida rudimentar, que tem a célula familiar monogâmica e restrita e para isso, haviam espaços comuns para socialização, até para fazer refeições, tudo coletivizado. Fourier queria além de tudo, integrar as pessoas, independentemente de quem fosse.
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