A Carta de Atenas

Carta de Atenas

A Carta de Atenas vê a cidade da perspectiva dos arquitetos, e eles trabalham juntos para lidar com os problemas urbanos causados pelo rápido desenvolvimento da cidade. Esta carta analisa a situação atual e crítica da cidade como um todo, e propõe os aspectos que devem ser seguidos para melhorar a estrutura urbana.

Abordando as questões de habitação, lazer, trabalho, trânsito e patrimônio histórico das cidades, a Carta proclama, a separação das áreas residenciais, recreativas e de trabalho por meio da setorização das áreas e do ordenamento do território.

Um grupo internacional de arquitetos reserva as melhores localizações urbanas para os setores residenciais e conclui que deve haver limites para sua densidade para evitar problemas futuros. A melhoria da qualidade de vida destaca-se como um item de grande importância, por isso proclamam que toda casa deve, justamente, ser minimamente exposta ao sol; eles precisam se afastar das estradas para se distanciarem da poeira, dos gases tóxicos e dos ruídos que se acumulam ali e do fato de estruturas mais altas serem espaçadas, liberando solo para espaços verdes. Os locais de trabalho e as habitações devem estar próximos e as indústrias devem se concentrar de forma linear, com os setores industrial e residencial separados por zonas verdes.

Ao lazer, as condições do solo devem proporcionar espaços verdes com a organização satisfatória de cada região. As periferias da cidade devem ser organizadas como áreas recreativas semanais de fácil acesso, oferecendo atividades de entretenimento diversificadas e promotoras da saúde, e novas áreas verdes devem ser utilizadas para embelezar e ao mesmo tempo dispor de equipamentos comuns. Em relação à comunicação, as vias devem ser classificadas e separadas de acordo com sua finalidade natureza e velocidades médias, depois categorizadas, por exemplo, pedestres, trânsito... e administradas de acordo com um sistema específico. As zonas de plantas devem isolar canteiros com alta circulação que serão removidos dos edifícios.

A Carta de Atenas, também trata do patrimônio histórico das cidades, fazendo com que seja necessário preservar os valores arquitetônicos, respeitando a própria personalidade e o passado da cidade. Porém, se sua presença for prejudicial, ela será destruída e deverá dar lugar a espaços verdes, pois mesmo que destrua o meio ambiente secular, os bairros vizinhos serão beneficiados com essa mudança. Porém, se tiver valor, outras soluções serão buscadas, mas sua proteção não deve envolver, por exemplo, vítimas de populações mantidas em condições insalubres. A escritura proclama que os estilos antigos não devem ser usados em novas construções sob nenhuma circunstância para evitar reconstruções fictícias como a intenção original é manter.

A Carta de Atenas é então consolidada em um documento de teoria e metodologia de planejamento. Atenas, que surgiu como o berço da civilização ocidental, representou a racionalidade personificada por Aristóteles e Platão.

O desenvolvimento urbano dobrou a população, até nos dias de hoje e desencadeou uma crise tripla: ecológica, energética e alimentar; à crise da habitação e do serviço público. Assim, a origem dos problemas das cidades modernas, o crescimento acelerado, não foi resolvida, ou pelo menos prevista no documento anterior. As transferências quantitativas de massas humanas em migração causam transformações qualitativas fundamentais que determinam vários processos urbanos que não podem ser controlados ou resolvidos pelo planejamento urbano. As técnicas disponíveis permitem apenas uma tentativa de inclusão de áreas marginais da cidade, o que muitas vezes, na prestação de serviços públicos, proteção ambiental, habitação, etc., agrava o problema inicial ao se tornarem um incentivo para movimentos migratórios para as cidades.

A Carta de Atenas confirma as quatro funções básicas do planejamento urbano: morar, trabalhar, lazer e circulação, e os planos devem definir sua estrutura e cenário. Desse modo, as cidades foram divididas em funções, cujo efeito é uma agradável vida urbana, onde cada espaço