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A Carta de Atenas Resenha

Por:   •  3/4/2019  •  Artigo  •  574 Palavras (3 Páginas)  •  407 Visualizações

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Carta de Atenas

No que se refere a criação da Carta de Atenas, pode-se afirmar que a preocupação com a arquitetura em um período de grande expansão urbana e populacional foi uma das principais motivações, essencialmente a de 1933. Há duas situações a serem levadas em consideração: os arquitetos focados especificadamente à conservação do patrimônio histórico e os domínios voltados aos argumentos de inovação do Movimento Urbano. Este, por sua vez, ocorrido entre o intervalo entre as duas guerras mundiais, intensificou a determinação dos arquitetos a fim de que analisassem novas tecnologias e confrontassem as necessidades da população.

É importante observar que a Carta de 1931 visava a preservação e restauração dos patrimônios históricos e artísticos. O documento tem como objetivo preservar monumentos de diferentes nações, de acordo com as suas especificidades locais, assim como as condicionantes climáticas. Isto é, principalmente para assegurar o predomínio do direito coletivo sobre o individual.

Vale ressaltar que a Carta de 1933 tem como ênfase a necessidade de um planejamento regional e intraurbano, de modo funcional, a implantação do zoneamento, com o objetivo de tentar organizar e ocupar a cidade, através da separação de usos em zonas distintas, a fim de evitar o conflito entre os incompatíveis.

Contudo, entendemos que a diferença primordial entre o documento de 1931 e 1933 é o foco que cada um propôs. A Carta de 1931, criada por profissionais da restauração, prioriza os feitos de conservação e manutenção, a fim de estabelecer uma orientação. No entanto, a de 1933, refere-se às resoluções do IV CIAM, com propostas para alavancar novos rumos para a cidade moderna. Portanto, as duas cartas unidas são de suma importância em seu contexto geral.

A Carta de Atenas e o Plano Piloto de Brasília

        De acordo com um dos princípios da Carta de Atenas, Lúcio Costa segue à risca a eliminação dos cruzamentos de vias, para que o percurso seja efetuado em menos tempo e haja facilidade no trânsito de veículos. Entretanto, por não ter sido mensurado a dimensão de crescimento da Cidade, os setores de moradia ficaram distantes dos de trabalho, comércio e lazer. Com isso, os transportes públicos não atendiam a demanda, o número de automóveis aumentava a todo o instante e o trânsito, que era tranquilo, tornou-se intenso.

        Podemos notar que, assim como o zoneamento proposto na Carta, Lúcio Costa implantou a parte habitacional nas asas norte e sul do plano piloto e utilizou superquadras para organizar e revolucionar. Além disso, a parte de comércio e trabalho ficaram divididas, de acordo com as moradias, com as áreas comerciais, hospitalares, bancárias e hoteleiras. E também, quanto a diversão dos habitantes, as áreas de lazer foram ligadas às superquadras debaixo dos edifícios e nas áreas verdes, com campos, bosques e ciclovias.

        Contudo, tendo em vista os aspectos observados, nota-se a influência da Carta de Atenas por todo o Plano Piloto de Lúcio Costa, onde visualizamos claramente as funções fundamentais de habitação, trabalho e recreação colocadas em prática. Assim como a distribuição dos zoneamentos e o princípio da circulação. A inovação representada pela sua arquitetura diferenciada e planejamento urbano teve o reconhecimento internacional. Entretanto, o cuidado necessário para preservar as suas características mais marcantes deve continuar. Portanto, pode-se dizer que Brasília foi planejada como um organismo que gira em torno do atendimento das necessidades do ser humano.

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