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Resenha - Por uma arquitetura e Carta de atenas

Por:   •  10/5/2017  •  Resenha  •  1.352 Palavras (6 Páginas)  •  553 Visualizações

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UFG - UNIVERSIDADE FEDERAL DE  GOIÁS

FAV - FACULDADE DE ARTES VISUAIS

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

TRABALHO HISTÓRIA DA ARQUITETURA III

EXERCÍCIO DE LEITURA "POR UMA ARQUITETURA"

E "CARTA DE ATENAS

Prof.: Adriana

Alunos: Marcos Paulo O. Roque

18/09/2014

        No seu Livro, "por uma arquitetura", Le Corbusier defende sua insatisfação com a maioria das arquiteturas que estavam sendo produzidas no período e cita aspectos que, segundo ele, seriam essenciais para desenvolver uma arquitetura adequada ao período e às necessidades do homem moderno.

        Corbusier defende a ideia da arquitetura como elemento que causa emoções, principalmente devido a seu caráter plástico. Entretanto, as formas lhe são capazes de provocar tais emoções são as formas primárias, fáceis de serem compreendidas pelos usuários. Também valoriza o que chama de a "estética do engenheiro" que consiste em formas originárias de cálculos estruturais e equações matemáticas, oriundos das leis da natureza.

        Corbusier estabelece a relação de que "o volume e a superfície são elementos através dos quais se manifesta a arquitetura. O volume e a superfície são determinados pela planta. A planta é a geradora.". Defende, além disso, as proporções e pureza geométrica das arquiteturas clássicas greco-romanas, bem como o racionalismo estrutural do gótico, embora se posicione contra as arquiteturas excessivamente ornamentadas e com volumes demasiadamente decompostos. Também associa a esse aspeto formal os trabalhos de superfície que valorizem o volume da edificação, invés de desconfigurá-lo, e uma organização mais racional dos espaços, sejam estes ambientes de habitações ou áreas urbanas.

        Apesar de propor algo novo que atenda às novas atividades e ao novo olhar que homem moderno adquiriu devido ao surgimento da indústria e da máquina, não há em Por uma arquitetura um completo repúdio à história. Os elementos racionais clássicos são considerados como traçados reguladores para o processo de criação. O módulo, o ritmo e a proporção são visto como elementos que possibilitam o desenvolvimento de projetos belos e funcionais. O "traçado regulador é uma satisfação de ordem espiritual que conduz à busca de relações engenhosas e de relações harmoniosas. Ele confere à obra euritmia"

        O desenvolvimento da máquina é um aspeto que também deveria ser refletido na arquitetura. Corbusier chama a atenção para os meios de transporte produzidos pela indústria e que possuem características tanto construtivas como tecnológicas que fazem perceber em que aspectos a arquitetura daquele período deixou a desejar.

        A vida moderna criou objetos para atender as novas atividades. entretanto a arquitetura ainda permanecia conectada aos seus métodos e características tradicionais. A casa deveria ser vista como uma máquina de morar. A arquitetura deveria seguir os passos da indústria para atender as necessidades do homem moderno. Por meio da análise dos transatlânticos, dos aviões e dos automóveis, Corbusier traçou aspectos industriais que fossem aplicáveis às casas.

        A aplicação das tecnologias desenvolvidas, a padronização, a economia na produção até a competição entre produtores são aspectos da indústria que são citados como potenciais para serem aplicados na arquitetura. Tomando o avião como exemplo, essa máquina se desenvolveu através da enunciação de um problema que resultou em uma solução. Corbusier então sugere que sejam levantados os problemas em relação à habitação para que possam surgir solução funcionais e belas. "Quando uma coisa responde a uma necessidade, ela é bela". Quanto aos automóveis, o ponto de vista a ser apresentado é a padronização com base no estudo do usuário e da busca da produção de um produto com determinado nível de perfeição. O automóvel possui uma função simples, entretanto é usado para fins complexos; assim como a casa.

        Assim com Corbusier faz em Por uma arquitetura,a Carta de Atenas levanta uma problemática da época com a finalidade de desenvolver soluções eficazes. Embora tenha uma ênfase muito mais voltada para o caráter urbano que pela particularidade da arquitetura. São propostos aspectos que respeitem o meio urbano e resultem em melhoria da infraestrutura das cidades.

        Na primeira parte são analisadas generalidades, onde se determina que o a cidade corresponde a uma parte de um plano de elementos do todo construído sobre o plano regional, o qual se caracteriza por seu conjunto social, econômico e político. São abordados temas variados que abrangem o diálogo entre o individual e o coletivo, os aspectos geográficos como influência do desenvolvimento das cidades, até a suas características históricas que repercutem na evolução de seus sistemas. Também é nesse momento do texto que se reconhece que Era da máquina trouxe transformações significativas na sociedade e na cidade.

        Após reconhecidas as generalidades é possível traçar as críticas a cerca dessas no seu estado atual. A principal característica é a densidade a qual chegaram os centros urbanos, fruto da revolução industrial. Tamanha densidade, se não pode ser sustentada pela infraestrutura, resulta na má qualidade de vida dos habitantes e regiões insalubres e propensas a doenças e promiscuidade (cortiços), uma contradição aos requisitos de higiene. Além disso, o crescimento desordenado das cidades leva a devastação das áreas verdes e cria futuros problemas de circulação no ambiente urbano. Ironicamente, concluiu-se que na maioria dos casos as zonas mais densas estão localizadas nos ambientes menos favorecidos enquanto as habitações ricas ocupam os ambientes mais favorecidos e arejados.

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