Resenha Cartas de Atenas
Por: gidesordi • 28/5/2017 • Trabalho acadêmico • 1.023 Palavras (5 Páginas) • 480 Visualizações
Resenhas |
Giovanna De Sordi - 002201201222 |
RESENHA 1: “AS IDÉIAS FORA DO LUGAR E O LUGAR FORA DAS IDÉIAS. PLANEJAMENTO URBANO NO BRASIL”
Ermínia Maricato
No texto lido, a autora Ermínia Maricato trata dp surgimento do planejamento urbano e a sua aplicação no Brasil e de sua relação com a população.
Desde sua origem o planejamento urbano brasileiro reflete políticas clientelistas e favorecimentos gerando fortes reflexa nas esferas sociais e ambientais ocasionando crescimento desordenado e illegal nas periferias.
O planejamento desenvolvido nos moldes do capitalism e da especulação representa as “idéias fora do lugar”, pois são aplcadas em áreas exclusivas onde várias partes das cidades acabam por se caeacterizar como “lugares fora das idéias”. Dessa maneira, a autora discursa sobre as favelas: os lugares fora das idéias que não são inclusos nos planejamentos das cidades.
Deste modo, de forma tendenciosa, o planejamento urbano se apresenta onde é dominado pelas elites e pela burguesia, tornando a cidade cada vez mais excludente e segregada. Um ponto bem importante no texto, refere-se ao momento onde a autora elenca situações incorporadas pelos agentes públicos que satisfazem apenas uma determinada camada social como, por exemplo, a questão das moradias, as gestões governamentais para a política urbana e o cumprimento da lei.
Em respeito às moradias, a autora afirma que o direito à habitação encontra barreiras no momento em que sua aquisição torna-se difícil para classes de menor renda, mesmo através dos financiamentos, pois há a implicação de uma renda minima para obter acesso à este direito previsto mesmo na Constituição Federal de 1988.
Com isso, surgem as ocupações ilegais configuradas pelos cortices e favelas. Tais ocupações, que não recebem qualquer tipo de planejamento, atuam nos aspectos ambientais e sociais das cidades gerando enchentes, desmatamentos, poluição, proliferação de doenças e alto índice de violência.
As gestões governamentais operam em prol de áreas capazes de trazer benefícios aos governantes e empreendedores. Neste contexto, são realizados melhoramentos, revitalizações e requalificações em espaços onde a especulação imobiliária poderá captar rendas e atrair investimentos. A autora nomeia esta ação de “efeito bolo” e acrescenta que “essas localizações teriam maior potencial de atrair, […], outros investimentos e novos empregos do que se esses investimentos fossem feitos na periferia onde não teriam o mesmo efeito produtor.”. A falta de investimentos e do planejamento da cidade como um todo gera a segregação social e enriquecimento das áreas nobres em prol das periferias e das favelas gerando desigualdades urbanísticas.
A aplicação da lei gera discussões a respeito de áreas potenciaias para serem ocupadas e áreas onde não há interesse para investimento do Mercado imobiliário. Nos locais onde a especulação imobiliária pode explorer de maneira rentável, as leis são prudentes e aplicadas com rigor. Locais como beira de córregos ou áreas de proteção, que são locais desvalorizados, verifica-se o “esquecimento” da lei por não haver interesse governamental e dos empreendedores.
Assim é relevante destacar que o planejamento urbano age em prol de especificidades que gerem lucro e renda. Os planos urbanísticos propostos poderiam ser válidos se eles se concentrassem em estabelecer parâmentros para o fortalecimento da cidadania e da democracia, ou seja, urbanizar e organizer a sociedade para todos em todos os seus espaços.
É necessário escutar as vozes das cidades que são manifestadas pelos diversos grupos sociais e indivíduos que precisam e pedem por mudanças e soluções. E por isso, a participação popular na elaboração de planos urbanísticos é de extrema importância para a realização dos mesmos em função de suas necessidades.
Então questiona-se: como uma cidade pode crescer e se desenvolver se sua população?
Cada indivíduo, grupo social e comunidade constroem a cidade, conservando-a. E é nesta ótica que o papel dos planejadores e gestores deve atuar para construer políticas públicas que gerem melhores condições e qualidade de vida. É necessário, pois, realizar planos urbanísticos que atinjam cada indivíduo e cada grupo social, chamando-os para uma efetiva participação nas ações públicas no sentido de garantir eficácia no planejamento e no que é urbano. Afinal, o que seria da cidade, sem a populace que nela habita?
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