A Cidade Segura

RESENHA CRÍTICA

GEHL, Jan. Cidade para Pessoas, cap. 3.2 A cidade segura, pág. 91. São Paulo, Perspectiva, 2013.

O capítulo 3.2 A cidade segura, do livro Cidade para pessoas de Jan Gehl, traz importantes lições para que uma cidade seja agradável e segura, para que as pessoas possam realizar com tranquilidade atividades simples do dia a dia como caminhar, pedalar e permanecer.

O trecho do livro escolhido aborda em catorze páginas como planejar e agir para que se haja qualidade de vida e segurança no espaço urbano através de pontos crucias que são divididos em duas seções no capítulo: segurança e tráfego e segurança e proteção, nas quais traduzem como tornar cidades seguras em abordagens que se complementam.

Na seção que aborda a segurança no tráfego, o autor analisa o aumento drástico de carros nas cidades, que acabou gerando uma grande consequência: os acidentes. Com esse grande aumento de veículos também houve uma maior preocupação de políticos e planejadores de tráfico em conceber lugares para estes, tornando assim ainda mais inseguro o deslocamento de ciclistas e pedestres. Além desse deslocamento se tornar perigoso, se tornou nada convidativo, por causa da quebra de ritmo na caminhada devido os semáforos, as passagens por túneis escuros, obstáculos físicos, a ausência de ciclofaixas para ciclistas, etc. e tudo isso acaba trazendo a grande consequência que é o decaimento da qualidade de vida nas cidades.

Alguns países europeus tomaram ciência da importância da circulação de pedestres e ciclistas, e das causas que geravam esses acidentes, assim começaram a surgir diversas formas de planejamento desses espaços, nos quais Gehl enfatiza que deve ser levada em consideração a escala humana, tornando assim mais seguro, tranquilo e adequado.

Na segunda parte do capítulo, se discute a questão da segurança contra a criminalidade, outro fator importante para se criar cidades funcionais e agradáveis. Coloca que a realidade de desigualdades econômicas e sociais acaba sendo causadora de altos índices de criminalidade, fazendo com que assim as pessoas se cerquem e refugiem em condomínios fechados. Em alguns casos, quando o crime é mais forte, as soluções urbanas não são suficientes para oferecer a segurança, mas se destaca que na maioria das vezes simples ações tornam a cidade mais segura.

A ideia enfatizada é que para uma cidade ser segura, é necessário que as pessoas caminhem e utilizem desse espaço público, tornando assim esse espaço mais atrativo para outras pessoas. Outro fator importante vai além das ruas, mas que as edificações tenham usos diversificados para que não deixem de proporcionar atividade em nenhum momento, além disso os edifícios também devem possuir uma boa relação com o espaço público, principalmente no pavimento térreo.

À noite, por exemplo, os espaços tendem ficar mais vazios, mas com uma boa relação de transição das edificações privadas com o público, vãos envidraçados é uma boa maneira para que tenha essa relação, pois com a iluminação de janelas, se tem a sensação de que as pessoas estão sendo vistas, e assim se sentem mais seguras.