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A Dissertação Sobre as Transformações de Paris Efetuadas

Por:   •  30/8/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.356 Palavras (6 Páginas)  •  103 Visualizações

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TEORIA DA ARQUITETURA E URBANISMO IV (4274-01)

Docente: Adson Cristiano Bozzi Ramatis Lima

AVALIAÇÃO 2

Dissertação sobre as transformações de Paris efetuadas pelo Barão de Haussmann no século XIX.

HELOISA SILVA OGAWA RA: 115109

JULIA DIAS HONDA RA: 115099

MAYARA SAYURI DE PRÁ NIIMOTO RA: 115101

MARINGÁ - PR

2021

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George-Eugène, o barão de Haussmann, é considerado um dos maiores prefeitos de todos os tempos; realizou na cidade de Paris uma radical reforma urbana, a qual condicionou o urbanismo no início da Terceira República e fez com que ele se tornasse o maior modernizador urbano até agora. Foi nomeado prefeito do département de la Seine, Paris, em 1853 por Napoleão III, a fim de executar a política de obras desejadas pelo mesmo; pode-se dizer que ele administrava a cidade como um grande empreendimento capitalista, uma vez que seguia a premissa de que a riqueza dos contribuintes era a riqueza da cidade; logo, a melhor maneira de que aumentar o orçamento era estimular o enriquecimento dos contribuintes por meio de grandes obras, as quais foram instrumento e produto dessa estratégia. Além do incentivo econômico, há também o incentivo político, de conter as manifestações operárias ao facilitar o deslocamento das tropas com a atualização da malha urbana em contraste com as ruas medievais sinuosas e estreitas.

Paris passou até então por um processo de crescimento espontâneo, sem planejamento. A área central começa a se adensar cada vez mais, com várias sobreposições de atividades. Vê-se então a necessidade de conformar o espaço à necessidade do mesmo, já que a malha medieval não atendia mais às necessidades do constante crescimento.

As obras da primeira rede, que compreendem o período de 1854 até 1858 em partes foram executadas pela administração pública, assumindo função de empreiteira, se sujeitando a atrasos no cronograma já que não detinha os conhecimentos técnicos e controles suficientes, e por conta da falta de capital e recursos financeiros os empreiteiros não foram capazes de lidar com a organização de canteiros de obra muito grandes. A cidade precisava de grandes vias arteriais completamente acabadas com pavimentação e vegetação, e era onde o programa de Haussmann apelava pela intervenção de grandes grupos financeiros para promover e organizar grandes empreendimentos, semelhantes à união entre os bancos e as indústrias.

O barão de Haussmann definiu a estrutura que esculpiria a evolução de Paris até os dias de hoje ao coincidir os limites administrativos da cidade com as defesas militares construídas em 1843 e paralelamente conferir à cidade uma imagem “moderna” correspondente a uma cidade cosmopolita e comercial fazendo uma intervenção no centro da cidade, eliminando alguns bairros pobres. Para financiar esse planejamento urbano, Haussmann optou pelo Crédit Foncier, dos quais quatro quintos foram destinados à construção imobiliária; assim, orientava e controlava a economia pela promoção de grandes empreendimentos.

Porém, o plano de “embelezamento” de Paris não foi apresentado a Napoleão III pelos mecanismos econômicos, mas sim pela promoção do culto ao belo, inspirado na arte. A questão econômica desaparece sobre os argumentos técnicos, que eram encobertos por pretextos estéticos. Os argumentos técnicos diziam respeito à modernização e salubridade, fazendo melhorias nas condições de infraestrutura, mobilidade e moradia; Paris passa por uma grande mudança estrutural para se tornar uma cidade equipada, as funções das vias se multiplicam e passam a ser utilizadas para a distribuição rápida de pessoas, alimentos, gás, água e a remoção do lixo, além dos equipamentos públicos como conhecemos hoje: escolas, prefeitura, centros administrativos, hospitais, prisões, quartéis, câmaras de comércio, estações ferroviárias, entre outros, sendo um desafio distribuí-los e acomodá-los na estrutura urbana.

A identificação de uma hierarquia pode ser feita pela rede viária e seus equipamentos, cuja implantação enfatizou as diferenças sustentadas por uma ideologia de separação, resultado da política de Haussmann de estratégia de separação e controle, se iniciando a prática do zoneamento. Uma vez que é evidenciado entre 1835 e 1848 que o embelezamento de Paris era, antes de tudo, resposta ao problema de quantidade, tornando-se em 1846 a maior cidade industrial do mundo, ultrapassando 1 milhão de habitantes no mesmo ano e praticamente dobrando em 1870, totalizando 1,97 milhão de pessoas, de acordo com a última estimativa de Haussmann. Contudo, além da quantidade, Paris era considerada uma cidade muito grande e a relação dos fatores sociais faziam parte desse número; a separação entre classes dominantes e dominadas já estava clara em

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termos territorialistas, sendo estas a burguesia e a grande massa de trabalhadores, respectivamente. A burguesia em seu ápice, lançou mão de todos os instrumentos ao seu alcance, resultando no aparecimento de um novo tipo de espaço porém não tão dissociado do antigo, capaz de reinterpretar, reproduzir ou desviar os mecanismos formadores: uma dupla rede de aberturas e edificações monumentais, cujo objetivo era valorizar os monumentos, isolando-os e criando conexões visuais entre eles; acabar com a insalubridade e a degradação; e criar uma imagem de modernidade – amplidão e luz, circulação entre estações de trem e entre bairros.

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Boulevard Pereire. The Death and Life of the Urban Block por Ivor Samuels, Phillippe Panerai, Jean Castex, Jean Charles Depaule

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Além do estético, Haussmann avança em

suas políticas urbanas ao aumentar o perímetro

urbano de Paris, que passa de 3.370 hectares

para 7.088 hectares. Também altera as esferas

administrativas  da  cidade,  passando  de  12

regiões administrativas para 20, submetidas ao

administrador-chefe, o próprio.

As vias propostas por Haussmann possuem

no mínimo 18m de largura, chegando a 40m, e

até 120m, como a atual Av. Foch, e ordenadas

pelos grandes monumentos mantidos, que se

tornam o centro do ponto de fuga da paisagem.

Para  tais,  como  visto,  foram  necessárias

demolições

em

grande

escala

que

desapropriaram grande parte da população. Os

novos prédios construídos obedeciam a uma

norma  estabelecida  quanto  às  alturas,  de

acordo   com  a  largura  das  ruas,  para

homogeneizar a paisagem. A ideia era tornar

Paris uma unidade exemplar urbanística, a se

equiparar ou ultrapassar as grandes cidades

europeias.  Os  prédios  utilizam  de  frontões,

pilastras, molduras e balcões em ferro em suas

fachadas,  e  os  pátios  internos  se  tornam

menores.

Em  relação  aos  edifícios  públicos,

Haussmann  promove  a  construção  do  novo

Louvre,  do  Hôtel  de  Ville,  da  faculdade de

Medicina, da Sorbonne,do hospital Tenon, de

três  hospitais  psiquiátricos,  do  Tribunal  de

Comércio, do Hôtel-Dieu,do prédio da Chefia de

The Death and Life of the Urban Block

Polícia da capital, do Les Halles, seis mercados

por Ivor Samuels, Phillippe Panerai,

de bairro, das prefeituras de cinco regiões

Jean Castex, Jean Charles Depaule

administrativas, seis quartéis, prisões, pontes,

[pic 6]

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