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A Evolução do Conceito de Planejamento Territorial

Por:   •  29/10/2020  •  Resenha  •  724 Palavras (3 Páginas)  •  429 Visualizações

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Em “Evolução do conceito de planejamento territorial”, texto extraído do livro “Ensino do planejamento territorial”, publicado em 1967, do autor Lauro Bastos Birkholz, professor de planejamento territorial urbano e regional, aposentado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, o texto aborda o território humano e as mudanças constantes e adaptações que ele vem passando no decorrer dos anos desde que os seres humanos passaram a viver em conjunto formando comunidades organizadas e construídas por eles próprios.

No final do século XIX, Camillo Sitte, urbanista de Viena, se opôs ao urbanismo da época que era totalmente racional e técnico, defendendo a arte como forma de embelezar e solucionar o planejamento urbano da época com um melhor visual, pois, segundo ele, as cidades sem tratamento artístico não pertencia aos cidadãos e sim aos engenheiros e “higienistas”.

Mais adiante, com o desenvolvimento da indústria e o êxodo rural acontecendo muito rapidamente, as cidades começaram a receber uma demanda muito alta de pessoas que procuravam por melhores condições de vida e trabalho, mas não havia estrutura suficiente para absorver tal demanda e começaram então os problemas de falta de saneamento adequado, as pessoas “amontoadas” agravavam ainda mais o processo de precariedade desses espaços. Desta forma, ao fim do século XIX e início do XX, o planejamento territorial foi denominado urbanismo e este passou a ser responsável pela estética e saneamento das cidades.

Em 1916, no Brasil, o engenheiro brasileiro Saturnino de Brito conceituou que o planejamento territorial deveria planejar, embelezar e tratar o saneamento das cidades. Ele defendeu que “O dever de organizar os planos de saneamento, de ampliação e de embelezamento das cidades e das aglomerações humanas é um dever primordial e inevitável.” E ainda, que o planejamento da cidade deveria respeitar e se integrar a topografia da área urbana considerando as exigências para o traçado das vias e das redes de esgoto e que estas medidas se sobrepõem ao embelezamento quando necessário.

Sobre o planejamento territorial, o autor apresenta na sequência três documentos que deram um novo conceito e definiram as funções do urbanismo moderno: A Carta de Atenas, A Carta de la Tourette e A Carta dos Andes. O primeiro documento – A Carta de Atenas – foi criada em 1933, no quarto congresso do C.I.A.M., onde o tema era “Cidade Funcional”. Nessa carta as cidades são consideradas parte integrante de uma região e o plano regional de sobrepõe o plano urbano. O planejamento urbano deve ser elaborado com especialistas de áreas diversas a fim de harmonizar os recursos naturais, topografia, clima, necessidades sociais, exigências econômicas e valores espirituais, priorizando o bem coletivo sobre o interesse privado. Em 1952, o pensamento continua evoluindo e é elaborado o segundo documento – A Carta de la Tourette – onde se garante a valorização da terra, melhores condições de desenvolvimento humano, organização do espaço e aproveitamento econômico. Nessa carta passa a se considerar a participação da população para o desenvolvimento do planejamento territorial, fazendo o fator humano se valer e se priorizar. E A Carta dos Andes, o terceiro documento apresentado pelo autor, criada em 1958. Foi resultante de um seminário de funcionários e pessoas técnicas em planejamento urbano, onde

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