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A Gestão de Obras

Por:   •  24/3/2019  •  Trabalho acadêmico  •  4.766 Palavras (20 Páginas)  •  184 Visualizações

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GESTÃO DE OBRAS CIVIS: A racionalização dos processos produtivos através dos princípios da construção enxuta em obras residenciais.[1]

Cléverson Ferreira Neri[2]

Marcos Alexandre Pereira

Resumo

O processo histórico da construção civil deixa claro, a importância de desenvolver conteúdos sobre a racionalização dos processos construtivos através de métodos – como a construção enxuta - que minimizem os impactos causados pelas culturas enraizadas de processos que não atendem a demanda do setor, tal modo que, não comprometa a qualidade do trabalho e os rendimentos das empresas. O conteúdo proposto neste trabalho se faz necessário, uma vez que a tecnologia presente na maioria dos setores, a cada dia adentra na construção civil, contudo mesmo com pouca qualificação da mão de obra, sua imersão é inevitável; ademais, apresentar métodos, contrapor e propor soluções são de suma importância para o desenvolvimento do setor.  

Palavras chave: racionalização; gestão eficiente; economia; processos.

Abstract

The historical process of civil construction emphasizes the importance of developing content on the rationalization of construction processes through methods, such as lean construction, that minimize the impacts caused by rooted cultures of processes that do not meet the demand of the sector, in a way that the quality of work and the incomes of the companies are not compromised. The content presented in this paper is necessary, since the technology present in most sectors is getting into the civil construction as well, but even with less qualified labor its immersion is inevitable. In addition, presenting methods, countering and proposing solutions are essential for the development of the sector.

Keywords: rationalization; efficient management; economy; processes.


Em um mundo globalizado, onde processos e produtos estão diretamente relacionados ao desenvolvimento de uma empresa, compreender o mercado é essencial para desempenho frente ao setor. Impulsionada pelos investimentos em infraestrutura em todo o país, empresas da construção civil entenderam que mesmo a passos curtos, aquela produção artesanal e de métodos retrógados estavam no momento de se modernizar, sendo assim, a indústria começou a racionalizar seus processos e introduzir novos conceitos de gestão.

Segundo o Presidente do SECOVI-SP, Flávio Amary (2017) o setor da construção civil vem, ao longo da década, sofrendo transformações significativas em seus processos construtivos. Diversas pesquisas demonstram que o segmento atualmente é considerado o termômetro da economia para qualquer país, se ele vai bem o país vai bem, no Brasil estima-se que 13 milhões de pessoas trabalham no setor direta ou indiretamente, tornando-se uma cadeia gigante.

O que se comprova através de dados disponibilizados pelo Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada – Infraestrutura – SINICON, o qual aponta números insatisfatórios ao setor desde 2014, quando apresentou queda 5,2% em seu Produto Interno Bruto – PIB, tendo um valor arrecadado de R$ 326,00 bilhões de reais. No mesmo ano, o Brasil apresentou queda de 0,5%, e desde então ambos apresentam sucessivas quedas, por fim, segundo a dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em 2017 o setor apresentou queda de 5%.

Os extremos financeiros que permeiam as empresas expõem a necessidade de rever o melhor modelo operacional, o qual concilie controle de desperdícios, aumento de produtividade e qualidade nos serviços prestados, visando permanecer em um mercado o qual se coloca à cenários distintos em pequenos espaços de tempo.

Neste contexto, novos conceitos produtivos foram introduzidos no meio construtivo, fazendo-se notório na busca por processos eficientes, mecanizados, enxutos, racionalizados, objetivando a otimização de tempo e custos, fatores determinantes para o sucesso e a permanência em um mercado altamente competitivo. Logo, a competitividade entre profissionais e empresas do setor aumentaram e sua aceitação esta relacionada à capacidade de gestão de processos, de projetos, de materiais, de riscos e de mão de obra.

A construção civil

A construção civil no Brasil por décadas foi pautada pela manufatura. Após a terceira revolução industrial, a ascensão tecnológica dos processos produtivos nas indústrias e na agricultura foi iminente, fato este que culminou no êxodo rural, trazendo à cidade a população ruralista caracterizada pela baixa escolaridade na oferta de melhores condições de vida.

A tabela 1 demonstra o número de migrantes de seis períodos do Brasil, e relação (em %) do número de migrantes para a população rural do ano-base.

Tabela 1 – Dados comparativos do número de migrantes. 

Item

Período

1950-1960

1960-1970

1970-1980

1980-1991

1991-2000

2000-2010

Brasil

Migrantes

5.419.055

8.908.981

12.489.278

10.340.087

9.070.981

5.604.627

Migr./pr. base%[3]

16,34

22,85

30,02

26,42

25,17

17,61

Fonte: ALVES, Eliseu et al.(2011) Apud. IBGE (2010a).

No entanto, se a vida já não estava fácil para a população que nela já habitava a necessidade de qualificação para atender a um novo conceito fabril, tornou-se inevitável o desemprego; sem condições, a única saída para aquela população, foi à migração para as regiões mais afastadas dos grandes centros.

A expansão acelerada da urbanização como consequência da falta de planejamento, faz com que as cidades cresçam em condições precárias ou de subdesenvolvimento, trazendo consigo problemas estruturais como as favelas, que por sua vez caracterizam-se pela carência de infraestrutura e serviços básicos.

Mesmo na contramão, as cidades começaram a buscar soluções – ainda que mitigadoras – visando o desenvolvimento através de leis e planos nacionais a serem cumpridos pelos municípios, processo esse que atingiu seu auge no fim da primeira década do século XXI. Este período foi marcado pela ascensão da economia nacional com obras de mobilidade, habitação e infraestrutura em todo o país, levando o mercado a necessidade de otimizar seus processos para atender com lucratividade a necessidade de mercado.

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