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A HUMANIZAÇÃO E O AMBIENTE FÍSICO

Por:   •  7/6/2020  •  Relatório de pesquisa  •  2.346 Palavras (10 Páginas)  •  244 Visualizações

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4 HUMANIZAÇÃO E O AMBIENTE FÍSICO

Qualquer espaço destinado a assistência a saúde deve ser pensada de forma que proporcionem um condição de vida saudável para aqueles sujeitos que convivem nesse ambiente e se inter-relacionem, incluindo os trabalhadores, usuários e gestores.

 Para fundamentar essa necessidade iminente de alcançar o sentido de conforto e da qualidade, que foi criado pelo Ministério de Saúde, no ano 2000, o Projeto de Humanização Hospitalar.

O conceito de humanização a saúde abrangem áreas do conhecimento além da arquitetura e da medicina, envolvendo em paralelo práticas e recursos para a valorização das diferentes necessidades básicas do usuário que participam do processo de produção da saúde, sendo profissionais e pacientes, onde influenciam diretamente a experiência vivida no âmbito hospitalar.

Atualmente o desafio da humanização é transformar um ambiente hospitalar em um ambiente acolhedor, aconchegante, que remeta a sensação de estar em um local familiar, que transmitam conforto, segurança, diminuindo o desconforto gerado pelos ambientes frios, hostis, impessoais e com grande fluxo de pacientes e profissionais.

Uma das diretrizes da PNH – Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde, é valorizar a ambiência, tornando o espaço físico de trabalho organizado e acolhedor. (Brasil,2006).

Ambiência na saúde compreende o espaço físico, social, profissional e de relações interpessoais que deve estar em sintonia com um projeto de saúde voltado para a atenção acolhedora, resolutiva e humana.(BRASIL,2009)

        A ambiência é norteada por três eixos principais: conforto, utilização do espaço físico como facilitador do processo de trabalho, e como espaço de encontro entre sujeitos.[pic 1][pic 2]

A confortabilidade implica na construção de ambientes confortáveis e acolhedores, valorizando o uso de elementos ambientais que interagem com as pessoas, resultando no favorecimento da individualidade e privacidade de seus usuários.

[pic 3]

Figura 2Exemplo de ambiência de uma Quarto PPP. Fonte: Ministério da Saúde,2013

Segundo GAPPELL, o bem estar físico e emocional do homem é influenciado por seis fatores: luz, cor, som, aroma, textura, forma, volume e arte. Estes elementos do ambiente têm impacto tão grande no psicológico e no físico dos indivíduos que uma instalação médica bem projetada, pode ser considerada parte importante no processo de produção a saúde e no comportamento afetivo das pessoas.[pic 4]

Figura 3Imagem 4 - Fatores ambientais, abordagens e interferências que resultam no conforto humano. Fonte: BITENCOURT (2013) apud ANVISA (2014:12)

O segundo eixo citado é utilização do espaço físico como facilitador do processo de trabalho, contribuindo para uma assistência resolutiva e acolhedora, sendo usada como ferramentas que contribuem nas mudanças, através da coprodução dos espaços aspirados por seus usuários e profissionais da saúde, com conforto, funcionalidade, possibilidades de flexibilidade, garantia de biossegurança e com arranjos que favoreçam o processo de trabalho.

Por último como espaço de encontro entre sujeitos, usados como um dispositivo que propicie a protagonização, trazendo reflexão das práticas e processos de trabalho, apostando no espaço como processo coletivo de discussão e decisão e utiliza-lo como ferramenta de alteração nos modos de estar/ocupar/trabalhar nesse ambiente.

A relevância da implantação da ambiência no meio hospitalar é evidente, junto a esse conceito dever ser implantado a psiconeuroimunologia (PNI), consiste na ciência capaz de criar ambientes que ajudam a evitar doenças, aceleram o processo de cura e promove o bem estar das pessoas. É estudado quais elementos ambientais que causam estímulos sensoriais e a relação entre estresse e saúde. Seus estudos revelam que a monotonia permanente induz a distúrbios patológicos, mostrando que é necessário a variação na quantidade de estímulos sensoriais. (GAPPELL, 1991).

3.2 EFEITOS DA COR NA ARQUITETURA

O ambiente hospitalar abriga pessoas que estão lidando com variados tipos de sentimentos: nascimento, risco, morte e para cada uma delas, a cor terá um significado diferente.

A teoria das cores afirma que a cor é um elemento físico relacionado a existência da luz, sendo que a cor preta absorve toda luz que o atinge, já a cor branca reflete toda a luz.

A cor é um elemento fundamental na vida humana, o bem estar físico e emocional do homem é diretamente influenciado por: cor, luz, aromas, som, textura e forma. O uso da cor pode influenciar a cura e o bem estar dos usuários em recuperação em um ambiente hospitalar, contribuindo para o conforto dos seus usuários. A cor pode afetar não apenas as nossas percepções psicológicas, mas também nossas percepção de tempo, volume, espaço e perspectiva (BITENCOURT,2003).

Áreas destinadas a um tempo maior de acolhimento para internação devem ser pintados com cores claras, já em ambiente destinados a um menor tempo, devem ser pintados com cores estimulantes.

        O uso da cromoterapia segundo Amber (2000, p.13), ajuda a criar ambientes mais acolhedores, essa técnica consiste em utilizar as cores para induzir ou inibir determinados estados fisiológicos ou psicológicos do indivíduo, se tornando uma terapia complementar que pode acelerar o processo de cura.

Segundo Borrowski, 2005 cada cor usada no ambiente atua de forma diferente nos indivíduos que utilizam esse espaço:

  • Azul: as cores de tonalidade azul são mais frias e possuem um efeito psíquico tranquilizante, remetendo a calma e ao equilíbrio, tem efeito relaxante e analgésico. Atua no sistema nervoso, nos vasos sanguíneos e no sistema muscular;
  • Verde: cor passiva, causa sensações tranquilizantes, auxiliam órgãos digestivos, e ajuda no equilíbrio hormonal, ajuda a equilibrar a imunidade, transmitem equilíbrio e sensatez, é simbolicamente associada à esperança, felicidade;
  • Laranja: cor muito quente, possui um efeito estimulante e acolhedora, evoca o fogo, o sol, o calor, é a cor da alegria. Estimula o sistema respiratório, aumenta o otimismo e estimula o apetite. Amplia a área dos ambientes. Ajuda a aumentar a produção do leite durante a gestação;
  • Vermelho: cor quente, estimulante, dinâmica. Pode ser usado para criar ambientes quentes e acolhedores, libera adrenalina, produz calor, estimula o sangue. É eficaz em distúrbios relacionados a pele e ao sangue;
  • Amarelo: cor luminosa que representa o calor, nos dar energia. Estimula a percepção, o intelecto e o sistema nervoso central. É uma vibração positiva que sugere alegria, auxilia nas situações de desespero e melancolia;
  • Violeta: tem ação calmante, previne processos infecciosos, reduz medos e angústias, traz estabilidade, equilíbrio da consciência;
  • Branco: soma de todas as cores, cor da pureza, simboliza paz, nascimento, morte. Permite boa iluminação, permitindo um maior conforto;
  • Preto: cor deprimente, evoca sombra, frio, angústia e tristeza.

3.3 EFEITOS DA LUZ NA ARQUITETURA

A luz em ambientes hospitalares exerce a função de um componente de saúde e conforto ambiental. O projeto luminotécnico deve cumprir os requisitos técnicos e as compatibilidades físico-funcionais, atendendo a demanda das funções que serão desempenhadas naquele ambiente, juntamente com requisitos arquitetônicos e ao conforto humano, indo ir além da função de visibilidade, contemplando o impacto dos efeitos bactericidas, biológicos e psicológicos da luz sobre o usuário.

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