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A IDEALIZAÇÃO DE CIDADES ARTIFICIAIS

Por:   •  10/11/2020  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.182 Palavras (5 Páginas)  •  131 Visualizações

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A IDEALIZAÇÃO DE CIDADES ARTIFICIAIS


A cidade de Palmas que é capital de Tocantins foi á última cidade Brasileira a ser
projetada, no final do ano de 1980, sua construção deu iniciou ao ano de 1989, apenas
um ano após a Constituição Federal de 1988 que tinha como objetivo garantir os
direitos fundamentais do cidadão brasileiro. A Constituição Federal de 1988 foi muito
importante para o planejamento das cidades, pois, ela estabeleceu o Plano Diretor como
um dos instrumentos básicos para o desenvolvimento do Município, assim podendo
orientar o poder público e privado no desenvolvimento dos espaços urbanos, sendo
regulamentado pelo Estatuto da Cidade, tal instrumento tem como finalidade em
assegurar o direito á cidade para toda população, garantindo os serviços públicos
essenciais, assim, permitindo uma melhor qualidade de vida.

Palmas ao ser concebida em uma transição de uma nova lei vigorada, necessitou de
diversos replanejamentos ao longo de sua concepção para atender as novas diretrizes
estipuladas pelo novo instrumento urbanístico, junto á ela havia uma grande expectativa
sobre o projeto que viria a ser executado, pois, o que destacava era o conceito futurista,
trazia uma visão utópica de que por ser uma cidade planejada, não seria replicados os
problemas datados pela historia ao longo de tantos anos e que refletem nas nossas
cidades até aos dias de hoje como o crescimento de favelas e a segregação
socioeconômica dos bairros, que quanto mais distantes do centros urbanizados maior é a
diferenciação econômica, tudo isso por conta da especulação imobiliária, que valoriza
os lotes centrais elevando seus custos, assim usando de manobra para sua ocupação, só
sendo adquiridos por pessoas com alto poder aquisitivo.

Apesar de toda cautela para impedir que acontecessem os constantes problemas
ocorridos em todas as cidades brasileiras desde seu primórdio, o projeto não foi capaz
de impedir que viessem a ser realidade, afinal, não poderia ser evitada a especulação
imobiliária, pois, em grosso modo é ele que mantem a cidade em avanço, apenas o
governo não é capaz de arcar com todo investimento necessário para a infraestrutura da
cidade. Como tentativa de impedir o crescimento desordenado, foi previsto com que as
implantações acontecessem em fases, totalizando quatro fases. A primeira delas contava
inclusive com o alojamento dos trabalhadores que fariam parte de sua construção, um
breve comparativo com a concepção de Brasília, que em seu primórdio ocorreu á falta
de moradia para toda mão de obra, junto aos altos custos dos apartamentos do Plano
Piloto fez com que recorressem ás cidades satélites, ocorrendo até mesmo á invasão de
terras improprias e alguns casos junto a mananciais e matas, sem saneamento básico,
iniciando assim os grandes conjuntos habitacionais. No caso da cidade Palmas também
foram previstos assentamentos para os trabalhadores, porém, á partir da terceira fase não
foi possível impedir o crescimento dos conjuntos habitacionais, gerados pelo
crescimento da população migratória e pela falta de trabalho para toda essa população.
Antes mesmo do inicio de sua construção, o governo realizou um grande jogo de
marketing para garantir a visibilidade de uma cidade na qual ainda se encontrava apenas
em papel, Palmas foi criada em um contexto visando ser uma cidade turística, toda a
propaganda realizada, fez com que atraíssem diversos empresários para novos
investimentos, pequenos comerciantes e trabalhadores que se encontravam
desempregados e tinham a expectativa de encontrar uma oportunidade de trabalho,
muito se assemelha com o período do êxodo rural, nos quais trabalhadores saiam do
meio rural, para irem a busca de trabalho na cidade, pois, o período de revolução
industrial ganhou notoriedade, apresentando novas oportunidades de emprego atraindo a
população para as cidades. Palmas, uma cidade nova com grandes expectativas,
movimentada por um falso real, propagandas frisavam as largas ruas que garantiriam
um melhor fluxo viário fluido e movimentava a ideia de abundancia de empregos,
proporcionados pela construção civil e seus diferentes ramos. Tudo isso fez com que
houvesse uma grande migração para a cidade na qual ainda se encontrava apenas no
inicio de sua construção, foi impulsionada pela migração de pessoas em busca de
trabalho, fez com que com que crescesse de maneira acelerada e fora de ordem, com os
altos custos dos loteamentos, propiciou o crescimento das periferias, na qual em 2007
foi categorizada com o maior adensamento populacional da cidade, sendo isolada e
desassistida.
O grande causador do rompimento do plano para que seguisse de forma ordenada, foi
propiciado pelo próprio governo de Palmas, pois, uma grande porção de terra localizada
na área central da cidade, delimitada pelo Plano Diretor se manteve sem nenhum tipo de
uso, isso ocorreu pela falta de recurso para financiar a infraestrutura desta área, a
especulação imobiliária prevendo valorização desses lotes, criou vazios urbanos para
que posteriormente pudesse aplicar altos valores e setorizar a população disposta á
investir nessas áreas, sendo um publico especifico , para isso permitiu a ocupação em
áreas distantes, dispersando o plano seguir de maneira ordenada, assim, dando inicio ás
periferias. As áreas centrais possuem disponibilidade para mais de um milhão de
habitantes, mas pelos altos valores impostos sobre eles, faz com seja uma área restrita
para pessoas que possuem um grande poder aquisitivo, sendo controverso ao objetivo
que tinham de realizar uma cidade socialmente igualitária. Na segunda fase de
implantação, foi demarcada principalmente pelos trabalhadores do serviço publico em
que não possuía grande prestigio do governo, até então, foi a fase que obteve maior
índice de população, segundo o IBGE levantado no ano de 1991, apresentou uma
população de 1089 habitantes, a região se localiza entre os córregos Brejo Comprido e o
Prata, local demarcado por uma diferenciação socioeconômica.

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