A Mobilidade x Habitação

Resenha sobre o texto Mobilidade Urbana e Tempo no Contexto da Habitação Popular – da Vila Parolin ao Bairro Ganchinho, Curitiba, Paraná

Luiza Moretzsohn de Andrade Coutinho

No Brasil, a luta por moradia digna a todos é um problema cada vez mais preocupante. São milhares de brasileiros que se submetem a condições subalternas a fim de inserção na cidade formal. Estes frequentemente encontram-se morando em áreas de fragilidade socioambiental, como as favelas.

A fim de oferecer condições dignas de moradia, o Estado intervém através do reassentamento das famílias para conjuntos habitacionais, que por um lado resolve a questão da fragilidade socioambiental, mas por outro, piora a problemática da mobilidade urbana, limitando o tempo e capacidade de realização destes indivíduos.

Foram feitas diversas pesquisas, dentre elas, uma pesquisa qualitativa, utilizando revisão integrativa da literatura, entrevista e observação direta intensiva à respeito de um estudo de caso feito no Residencial Parque Iguaçu III, localizado no bairro Ganchinho, em Curitiba – Paraná. Nessa pesquisa, foi constatado que apesar de as famílias enaltecerem que as fragilidades socioambientais foram resolvidas, elas se veem com uma dificuldade maior no contexto de condição de urbanidade, uma vez que os reassentamentos são feitos em locais distantes, mal sinalizados, com pouca acessibilidade, sem planejamento de pontos de taxi, transportes públicos de massa, além de falta de equipamentos urbanos de educação, saúde, cultura, lazer e comércio.

Uma solução plausível para tal problemática seria promover o incentivo a investidores, através de isenções fiscais, afim de qualificar edificações desocupadas nos grandes centros urbanos para realizar os reassentamentos das famílias em condições de fragilidade socioambientais. Dessa forma, aproveitar-se-ia de estruturas já existentes em áreas urbanas, e promoveria às famílias reassentadas uma condição de desenvolvimento individual e coletivo.

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