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A NATUREZA PECULIAR DAS CIDADES

Por:   •  17/10/2018  •  Trabalho acadêmico  •  4.372 Palavras (18 Páginas)  •  363 Visualizações

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A NATUREZA PECULAR DAS CIDADES.

  1. OS USOS DAS CALÇADAS

  1. SEGURANÇA

As ruas de uma cidade têm um papel fundamental para o funcionamento adequado das cidades; as calçadas não são nada sem todo o contexto das cidades, servem muitos mais que apenas suportar pedestres, são locais públicos, vitais de uma cidade.

Muitas vezes os pedestres não se sentem seguros em determinados locais, ou por fatores físicos como a falta de iluminação, ruas sem movimentos, ou por fatores intricados no nosso inconsciente, como, já ter ouvido falar que houve algum caso de violência em determinadas ruas, mesmo sendo movimentada, entre outros motivos.

Fatores que ficam gravados em nossas mentes e nos faz criar uma espécie de critério no consciente de prudência, que nos diz, onde se deve, ou não passar em determinadas ruas determinados horários.

A segurança nas calçadas não é proveniente apenas basicamente da polícia, e sim pelos olhares das pessoas que ali passam ou estão por conta de seu trabalho. Então basicamente uma rua mesmo que cheio de estranhos com falta de policiamento, te passa segurança.

“ O principal atributo de um distrito urbano próspero é que as pessoas se sintam seguras e protegidas na rua em meio a tantos desconhecidos. Não devem se sentir ameaçadas por eles de antemão. O distrito que falha nesse aspecto também fracassa em outros e passa a criar para si mesmo, e para a cidade como um todo, um monte de problemas” Jacobs, Jane pg.__ – Vida e Morte de Grandes Cidades – 1961.

Para que isso não ocorra as ruas devem ter infraestura adequada, como mostrar nitidamente a separação do espaço público/privado, devem possuir “proprietários naturais” da rua que são os olhos atentos voltados a ela, e haver pedestre transitando ininterruptamente.

Esses olhos se dão aos moradores, trabalhadores e estranhos que andam por determinadas áreas atraídos por estabelecimentos diversos ou áreas públicas até mesmo algo que atraia as pessoas a passar por determinados caminhos os tirando de seu percurso natural. Infelizmente nem todos contribuem para essa vigilância, pois não há um pressuposto em seu inconsciente de apoio geral.

Outro fator citado acima foi a iluminação, coisa obvia para reforçar a segurança noturna; uma boa iluminação faz com que os olhos valham mais por fazer com que seu alcance seja maior. Mas mesmo tendo uma boa iluminação, sem olhos não a segurança não é garantida1

“Quase nunca ocorre crimes em salas de espetáculos escuras, onde muitas pessoas e muitos olhos estão presentes” Jacobs, Jane pg.__ – Vida e Morte de Grandes Cidades – 1961.

Com o estudo da microrregião observou-se que em determinados bairros, se passa uma insegurança e falha neste tópico, pois as muitas ruas e calçadas não possuem uma infraestura adequada, concentrando mais nos bairros mais periféricos.

Todos os bairros da microrregião possuem uma característica residencial, com exceção em alguns pontos isolados onde há grandes áreas de comercio, localizado muito no entorno, e presente nas principais avenidas,

As áreas residenciais possuem poucas pessoas transitando fazendo com que os olhos da rua sejam escassos, e para agravar ainda mais a insegurança e o aumento da criminalidade, a muitos pontos com grandes extensões territorial com uma iluminação precária ou totalmente sem onde podemos ver adolescentes e adultos consumindo entorpecentes.

Em seus bairros de classe média observa-se uma boa infraestrutura, com uma boa iluminação e maior o volume de pessoas transeuntes e até mesmo uma maior quantidade de comercio local.

  1. CONTATO.

O fato das ruas e calçadas serem públicas que reúnem pessoas que não se conhecem socialmente de maneira mais próxima, faz com que não tenham interesse em manter algum tipo de relação, pois há falta de confiança.

“A confiança na rua forma-se com o tempo a partir de inúmeros pequenos encontros públicos nas calçadas. Ela nasce de pessoas que param no bar para tomar uma cerveja, que recebem conselhos do merceeiro e dão conselhos ao jornaleiro [...]. Os hábitos variam em certas vizinhanças [...]”. Jacobs, Jane pg.__ – Vida e Morte de Grandes Cidades – 1961.

Esses pequenos contatos casuais públicos são triviais para se obter uma relação de confiança e manter a ordem e a segurança da região.

Em cidades de pequenos porte e coletividades pequenas, é muito mais fácil se perceber a confiança, pois todo mundo conhece todo mundo e sabem muito um sobre o outro, diferentemente das cidades grandes, onde, se percebe, que as pessoas escolhem poucas pessoas para revelar seus segredos, tornando assim vizinhos em estranhos, com medo de perder a privacidade.

Um experimento simples e eficaz que pode ser utilizado em bairros que não possuem nada além de residências e que mostra como é fácil trazer contato entre vizinhos e transeuntes, quando apenas criando-se um calçadão verde, alargando as calçadas e diminuindo a rua e o fluxo por ela, perceberá que pessoas começarão a utilizar esses espaços públicos, como, mães e pais levando seus filhos e começando assim, de certa, forma um primeiro contato que poderá gerar confiança entre eles e segurança nessas áreas.

Com esses espaços as pessoas poderão conhecer todo tipo de pessoa e a vizinhança, cabendo a ela decidir se vai estabelecer laços ou não, sem causar nenhuma chateação. Por mais que as pessoas tenham muitas diferenças é possível uma convivência nas calçadas, sem estabelecer um vínculo.

“A vida na rua, tanto quanto eu possa perceber, não nasce de um dom ou de um talento desconhecido deste ou de qualquer tipo de população. Só surge quando existem as oportunidades concretas, tangíveis, de que necessita. Coincidentemente, são as mesmas oportunidades, com a mesma abundancia e constância, necessárias para cultivar a segurança nas calçadas. Se elas não existirem, os contatos públicos nas ruas também não existirão. ” Jacobs, Jane pg.__ – Vida e Morte de Grandes Cidades – 1961.

  A segregação social e a discriminação racial estão fortemente ligadas a segurança e o contato público nas ruas. Chega a ser despretensioso como um simples ato de encontros públicos e contato faz a diferença na vida urbana.

A microrregião observa-se que ela vem de bairros antigos onde as pessoas que se conhecem estão falecendo ou se mudando e está perdendo essa característica de pequenas cidades.

São raros os espaços urbanos públicos que possuem uma boa infra esturram para proporcionar espaços de encontro de vizinhos, mães com seus filhos, grande parte desses espaços apresentam uma deplorável falta infraestrutas, pois são espaços tenebrosos, por ter sempre muita arborização, localizar-se quase sempre diante algum precipício ou encosta do córrego, sem uma iluminação adequada e muitas vezes sem iluminação noturna.

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