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A Pesquisa Ilha do Mel e Conservação

Por:   •  9/11/2021  •  Projeto de pesquisa  •  2.879 Palavras (12 Páginas)  •  133 Visualizações

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CONSUMO SUSTENTÁVEL NA ILHA DO MEL: UMA POSSIBILIDADE?

SUSTAINABLE CONSUMPTION IN ILHA DO MEL: A POSSIBILITY?

Ana Paula Durigan

Fabrizio Lazzarotto

Juliana Vieira Basso

Maria Julia S. Garcia

Priscila R. O. de Souza

Thamires C. Bonato

 Lucas J. da Silva Elias            

Relatório técnico emitido como atividade para

Obtenção de nota parcial na matéria de

Pesquisa aplicada e meio ambiente

Orientador: John Loomis

CURITIBA

2021

  1. INTRODUÇÃO

O termo desenvolvimento sustentável é consequência de uma série de eventos político-sociais que começaram na revolução industrial, onde a produção de itens de consumo e a extração de recursos naturais, tiveram um salto exponencial. Com isso, iniciou-se o questionamento de qual a melhor maneira de fazer uso desses recursos naturais, sabendo-se que eles são finitos (SPERB; TEIXEIRA, 2006). Assim, ao final da década de 90 e início dos anos 2000, o debate sobre uma definição do que é o desenvolvimento sustentável, e as condições da prática do mesmo, entram em real debate (JARÁ, 1998; IRVING 2002; GRÜNEWALD, 2003). Assim, usando-se das palavras de Jacobi, usaremos como conceito de desenvolvimento sustentável, “não se referindo especificamente a um problema limitado de adequações ecológicas de um processo social, mas a uma estratégia ou modelo múltiplo para a sociedade, que deve levar em conta tanto a viabilidade econômica como ecológica. ” Dentro do desenvolvimento sustentável e a relação homem-natureza, um desses conceitos cai diretamente no ecoturismo e o uso de um ambiente natural como local de atividades antropológicas(JACOBI, 2003).

Há anos o turismo vem sendo considerado a indústria “sem chaminés”, uma das fontes de renda mais limpas existentes (SPERB, TEIXEIRA, 2007). Na ilha do Mel, porém, essa afirmativa se mostra sem fundamento quando o lixo produzido é um dos principais vilões da administração pública, da população nativa e da própria indústria do turismo (KRIPPENDORF, 1989). Para garantir que o arquipélago saísse ileso dos impactos da indústria e das demais atividades humanas no local, em 1982 o Estado do Paraná criou a Estação Ecológica da Ilha do Mel e, em 2002, o Parque Estadual da Ilha do Mel, que correspondem a 95% de todo o seu território e são cobertos pela ameaçada Mata Atlântica. Porém, segundo NIEFER (2013), está claro o novo entendimento de que a marcação de áreas de conservação não é um método suficiente. O crescimento rápido e paralelo do turismo e dos demais setores econômicos fez com que não houvesse tempo de se criar uma cultura adequada para as problemáticas ambientais envolvendo turistas, sem que fossem poupadas as áreas de conservação: os recursos naturais, mesmo em áreas de proteção ambiental, são sacados em demasia e pouco descartados.

A Ilha do Mel é um importante destino ecoturístico, situado no Litoral Norte do Estado do Paraná, entre Pontal do Paraná e a Ilha das Peças, subdividindo a barra da Baía de Paranaguá em dois setores, representados pelos canais Norte e da Galheta, com superfície aproximada de 2.710 hectares (FIGUEIREDO, 1954). A Ilha tem 25 quilômetros distribuídos em pequenas vilas: Encantadas, Nova Brasília, Farol, Praia Grande e Fortaleza. De todo o território desta Ilha, cerca de 95% pertencem a áreas de preservação ambiental compostas por ecossistemas de Restinga e Floresta Atlântica, compõem as áreas de preservação da Ilha do Mel uma Estação Ecológica e um Parque Estadual. É uma área de preservação administrada pelo IAP (Instituto Ambiental do Paraná) e tombado pelo Patrimônio Histórico, Artístico e Natural do Estado do Paraná.

A Estação Ecológica Ilha do Mel foi criada em 1982, pelo governo do Paraná, em uma área de 2.241 hectares com Ecossistemas Costeiros, com manguezais e bancos de areia associados com Mata Atlântica (Bioma Mata Atlântica). O Parque Estadual da Ilha do Mel é mais recente, tendo sido criado em 2002, é um dos 45 parques existentes na Região Sul do país. Também abriga o bioma de Floresta Atlântica numa área de 337,84 hectares (SPERB; TEIXEIRA, 2006; TELLES; GANDARA, 2011). O acesso à Ilha do Mel é feito de barco via terminal de embarque dos municípios de Pontal do Paraná, na localidade de Pontal do Sul (30 minutos de travessia) ou do município de Paranaguá (1h 30min de travessia). Na ilha, só é permitido circular a pé ou de bicicleta (PREFEITURA DE PARANAGUÁ, 2011).

Com base nessas informações, o presente trabalho propõe buscar soluções para o problema da comunicação entre a ínsula e seus turistas em relação à produção e separação do lixo produzido e, assim, diminuir o seu impacto na indústria do turismo no sistema da ilha – pois mesmo que inevitável, deve-se manter dentro de limites aceitáveis. Para isso, a equipe fará uma pesquisa qualitativa, a partir de entrevistas, que guiarão o estudo a uma possível solução.

  1. REVISÃO DE LITERATURA
  1. Ecologia e desenvolvimento sustentável
  1. Turismo e ecoturismo

A geração da consciência ambiental requer estímulo, questionamentos e percepção sobre a possibilidade de ações coletivas. As reflexões e ações coletivas promovidas por parte das atividades ecoturísticas podem, portanto, valorizar e dinamizar os trabalhos de educação ambiental ao mesmo tempo em que reintegra o indivíduo na sociedade e fortalece o sentido de cidadania. Ao se desenvolver atividades ecoturísticas, é possível estimular novos comportamentos, como explicitado nas experiências de Faria e Garcia (2002), por meio de atividades de campo e estudos do meio. Conforme Callai e Callai (2003: p.68) as atividades educativas com grupos contribuem para instrumentalizar os integrantes para a vivência da troca, para a compreensão, para o aprendizado, que envolvem “relações sociais fundamentais para a vida”. Neste sentido, a conscientização por meio do ecoturismo pode resultar em modificação na postura do indivíduo no que tange a sua inserção como ser ativo na sociedade em que vive. Como observa Srikosamatara e Brockelman (2002) o envolvimento do indivíduo no grupo onde se realiza a atividade de ecoturismo também permite novas cooptações em prol de uma causa ambientalista.

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