A Resenha Casa de Adão no Paraíso

No texto “O Espaço na Geografia e o Espaço da Arquitetura: Reflexões epistemológicas”, de Lúcia Leitão e Norma Lacerda, as autoras fazem uma comparação entre os espaços para ambos os campos disciplinares. Especificamente sobre o âmbito arquitetônico, o texto inicia-se com uma reflexão acerca da origem da palavra “Arquiteto” (architektôn), formada a partir da junção de “Arkhê” e “Tektôn”, que em grego significam respectivamente “princípio” e “mestre carpinteiro”.

A partir dessa reflexão, começam a definir o que é o espaço da arquitetura, que consiste em uma ação humana criadora. Nesse contexto, deve-se compreender que o espaço arquitetônico difere-se do espaço natural, por ser não apenas transformado mas totalmente criado pelo homem, ou seja, artificial. Outra característica desse espaço é que trata-se de um ambiente interior que é projetado para o ser humano, o que o distingue do externo por se configurar como algo feito para o homem, e não por ele.

Além disso, as autoras fazem uma intertextualidade com “A casa de Adão no Paraíso” (Rykwert, 1997), ao dizer que a necessidade da cabana de Adão veio do desejo humano de criar um abrigo e não apenas transformar a natureza. As autoras também enfatizam a ideia de limite, uma vez que este delimita o espaço físico uma vez que demarca o espaço como ponto de partida para a criação de um novo. Esta demarcação é também essencial para a composição do espaço interno de modo a agradar o ser humano.

As autoras concluem a ideia de “Espaço Arquitetônico” como sendo: “A criação de um espaço interno destinado à acolher o humano, composto, necessariamente, a partir de um vocabulário projetual especifico indispensável a construção do teto do mundo.

Em suma, as autoras enfatizam três eixos do ambiente a se projetar, sendo o primeiro o fato dele ser construído e criado pelo homem, o segundo desenvolvido para atender suas necessidades e o terceiro é a síntese de ambos, relacionando o objeto com o objetivo.

Assim conclui-se que entender a Arquitetura é criar interdisciplinaridade com várias áreas disciplinares, como a geografia, a sociologia e a psicanálise e todas essas são essenciais para o fazer arquitetônico, juntamente com entendimento do espaço geográfico.