RESENHA CASA DE BONECAS

CASA DE BONECAS DE HENRIK IBSEN:

Henrique Ibsen nasceu em 20 de março de 1828, na cidade de Skien, Noruega e veio a falecer com 78 anos, em 23 de maio de 1906. Considerado um dos maiores e importantes dramaturgos noruegueses do século XIX. Também poeta e diretor de teatro. Em 1902 sendo indica ao Prêmio Nobel de literatura.

Casa de bonecas é um peça dramatúrgica totalmente naturalista escrita por Henrique Ibsen em 1897, em que o enredo passa-se na Noruega. Peça dividida em 3 atos aborda sobre as convenções sociais da época em que foi escrita. Também mostra a mudança comportamental da mulher ao perceber que é totalmente submissa a figura masculina. Deixando alguns desejos de sua família, começa a ser autossuficiente. Coincidentemente ou não, o movimento feminista teve inicio bem próximo a data em que a peça foi escrita.

PERSONAGENS: Torvald Helmer, Nora Helmer, Cristina Linde, Doutor Rank, Nils Krogstad, Ivar, Bob, Emmy, Ana Maria, Helena e um entregador.

A mudança comportamental da mulher ocorre com a Nora Helmer (personagem principal) e com a ajuda do seu confidente, Doutor Rank, e sua amiga, Cristina Linde. Nora, muito usada pelo marido, sempre aceitava tudo que era proposto pelo mesmo.

A reviravolta desse contexto se inicia quando Nora traz a tona um acontecimento do passado. Uma nota promissora que ela mesma havia falsificado para salvar a vida de seu marido, Helmer. Dito isso, ao perceber a falta de amor e gratidão pelo ato feito no passado, Nora decide viver sozinha e livrar-se de ser uma boneca nas mãos de Helmer, colocando ao fim as tradições daquele matrimônio.

O naturalismo no teatro buscava ao máximo trazer os princípios realistas, porém, de uma forma mais escondida. Não somente isso, procurava também entender a essência humana em cena.

No teatro encontramos os gêneros: Lírico, Épico e Dramático. É possível que aja mais de um gênero em uma mesma obra. Casa de bonecas é uma obra com gênero predominante dramático. Tempo e espaço bem definidos, presente contínuo e personagens presentes que assumem o papel do narrador. Porém, existe algumas características que mostram o gênero lírico e o épico. Exemplo: O dialógo entre Nora e Helmer, no primeiro ato, relembrando o natal do ano anterior:

Helmer – Você se lembra do Natal passado? Durante três semanas você se trancava toda noite, até tarde, fazendo enfeites para a árvore de Natal e outras coisas que iam ser surpresas para nós. Foram as três semanas mais sem graça que eu passei na minha vida.

(Ato 1)

Nesse ato, os personagens passam informações alheias a cena atual, tomando o lugar do narrador, percebe-se outra vez essa característica quando Nora conta a Cristina Linde sobre seu segredo e sua viagem que teve que fazer ao sul. Essas e outras passagens do texto, possuem características do gênero épico.

Ao exemplo do gênero lírico, encontramos no monólogo de Nora, expondo seu medo com relação ao que Krogstad poderia fazer, expondo ali seus sentimentos:

Nora – Há alguém chegando! Não, não é ninguém. Claro, não vai aparecer ninguém hoje, é dia de Natal. Nem amanhã. Mas talvez... Não, nada na caixa de correio, ela está bem vazia. Que bobagem! Claro que ele não falou