A TEORIA DA RESTAURAÇÃO
Por: Anaclea Araujo • 18/10/2018 • Resenha • 604 Palavras (3 Páginas) • 214 Visualizações
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centro universitário inta – uninta
curso de arquitetura e urbanismo – 88N
DISCIPLINA: TEORIA RETROSPECTIVAS I
DOCENTE: Nathalia
ANACLEA DE ARAUJO BERNARDO - 2015102708
TEORIA RETROSPECTIVAS I
SOBRAL
outubro de 2018
Brandi define a restauração como “o momento metodológico do reconhecimento da obra de arte, na sua consistência física e na sua dúplice polaridade estética e histórica, com vistas à sua transmissão para o futuro” (BRANDI, 2008, p.28), que consiste em reconhecer uma obra em sua materialidade, suas características estéticas e sua história, o que inclui até mesmo as intervenções pelas quais passou, para assim decidir como atuar na mesma, a fim de assegurar sua longevidade.
A busca de reconstituir/restaurar uma obra, sempre com o cuidado de não cometer nenhum tipo de falseamento artístico ou histórico, aquele remendo que parece original, tendo o cuidado de não apagar os traços da passagem do tempo da obra, traços estes que Brandi poeticamente chama de “pátina do tempo”. (BRANDI, 2008).
No projeto de restauração para Fabrica de Tecido Ernesto Deocleciano, é de supra importância, pois o terreno traz uma grande bagagem histórica, pois lá foi instalada a fábrica de tecido, que dar início a “Era da Industrialização” na Cidade de Sobral, a cidade deixa de ser uma pacata vila povoada por pecuaristas e pequenos comerciantes para transformar-se em polo comercial e industrial, impulsionada pela chegada da ferrovia e intensas atividades culturais.
Em 14 de julho de 1895, o comerciante nascido em Aracati, residente em Sobral, Ernesto Deocleciano de Albuquerque e Cândido José Ribeiro, comerciante do ramo têxtil do Maranhão, fundavam a firma Ernesto&Ribeiro para a produção de tecidos e fios, conhecida como Fábrica de Tecidos de Sobral.[pic 2][pic 3]
A antiga fábrica de tecido que ocupa um quarteirão inteiro e apresenta aproximadamente 15.539 m2 de área construída e 51.674 m2 de terreno. As feições do edifício são predominantemente traços da arquitetura Colonial, mas há também elementos erguidos em meados do século XX.
A fábrica como foi erguida no final do século XIX com estruturas de alvenaria de pedra ligadas com argamassa de cal, com a utilização do ferro e do vidro. O ferro foi empregado nas grades, portões, sacadas e outros acessórios, o vidro utilizado nas janelas.
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A antiga fábrica, ainda está muito viva na memória sobralense, como o som do apito que era ouvido por toda cidade, fazendo com que o movimento comercial da cidade, fosse regido pelo apito da fábrica. Os antigos trabalhadores, falam das festas que ocorria no antigo cassino (local de festa da Fábrica). Ficando claro que a fábrica não era só trabalho, os relatos mais forte era das comemorações que ocorria no chão da fábrica. [pic 5][pic 6]
A antiga fábrica além de trazer uma carga histórica da cidade de Sobral, era de um lugar de cultura e diversão.
Com passar dos anos a fábrica foi fechada e hoje no local está o Campus da Universidade Federal do Ceara – UFC, ela foi tombada, mas ainda não houve nenhuma restauração. Existe um projeto no Ministério da Cultura para que ocorra e se crie no local o Museu da Industria, uma biblioteca e o espaço de convivência.
Quando passamos pelo local, sentimos a necessidade de reorganizar aquele espaço, tirar da situação de abandono, em conversa com alguns alunos do campus, eles enxergam o local, com marco da história de sobral, mas que está esquecida, e que tem que ser restaurado e criado no local o museu da memória industrial e uma área de convivência, dando vida novamente ao local.
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