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A questão do moderno

Por:   •  21/8/2017  •  Resenha  •  628 Palavras (3 Páginas)  •  261 Visualizações

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Resenha sobre o texto: A questão do moderno – Luciano Patetta

Disciplina:

IAU0753 Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo Modernos I

Graduanda:

Patrícia Bertoncello Gotti

IAU – USP

2014

O que é moderno?

O termo moderno foi utilizado pela primeira vez por Cennino Ceninni, em seu Libro dell’Arte (1390) na qual afirmava ser moderno as obras diversas às obras de seu tempo, ou seja, a de Giotto, Cimabue e Duccio de Boninsegna. Estes modernos, ou “gregos modernos”, eram, como ele mesmo afirma, “artistas grosseiros e que deveriam prestar atenção a um pintor como Giotto, que transformou a arte da pintura de grego em latino e reportou ao moderno”, ou seja, atribui ao termo moderno um sentido pejorativo e  de inferioridade ao estilo grecoromano, com conotação negativa de instabilidade.

Pórem o termo moderno ganha um novo sentido quando, no Humanismo, passa a ser colocado como uma contraposição formal e ideológica do termo Antigo.

Por volta de 1470, Antonio di Tuccio Manetti afirma que Brunelleschi é o primeiro arquiteto moderno. Sabendo-se que antes de Brunelleschi, os bárbaros góticos foram denominados modernos, Manetti queria distinguir uma Modernidade positiva e revolucionária (de Brunelleschi) daquela (dos bárbaros góticos) medieval e “plena de defeitos”, como ele mesmo afirma.

Percebe-se que o termo moderno adquire agora um significado positivo e revolucionário. Assim retira-se a conotação negativa de instabilidade para colocá-lo em uma relaçao criativa com a herança dos antigos, que correspondia então à concepção de uma “estabilidade” clássica.

Como Patetta diz no ínicio do texto “[...]  a noção e o próprio termo de moderno, que são, como veremos, muito mutáveis no tempo, com interpretações frequentemente muito contraditórias”.

Essa constitui a primeira hipótese de Patetta sobre o que é moderno. Neste caso a arquitetura moderna se incia com Brunelleschi e com o Renascimento, possui uma linguagem individual bem reconhecível e possui direta relação cultural com seus artistas e arquitetos num processo de renovação da sociedade mercantil e da gestão política das cidades. Nota-se que os arquitetos modernos  ainda ainda não se desprenderam da cultura grecoromana. Até aqui a imitação era ainda necessária, mas muitas novidades deveriam fazer parte da projeção moderna.

A segunda hipótese de Patetta inicia-se  no Settecento, dominado pela produção e crise do tardo barroca e rococó, onde sustentava-se a afirmação não apenas do bon gout (bom gosto) mas do gout moderne (gosto moderno) fundado no abadono da adoção das Ordens Clássicas.

Novamente o termo moderno ganha uma interpretação contraditória a anterior. Até então moderno era imitar e melhorar a arte grecoromana. Agora moderno é romper com as Ordens Clássicas.

Os estilos da aristocracia e da igreja são substituídos pelos pressupostos do Iluminismo, baseados no racionalismo e funcionalismo, a modernidade surge como uma ruptura clara com o passado. Acompanhada de uma forte renovação urbana e o incremento na produção dos serviços públicos.

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