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ANÁLISE E COMENTÁRIO SOBRE OS TEXTOS

Por:   •  16/8/2020  •  Trabalho acadêmico  •  4.902 Palavras (20 Páginas)  •  340 Visualizações

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ANDERSON RODRIGUES DE PAIVA

ANÁLISE E COMENTÁRIO SOBRE OS TEXTOS:

“Carta do Chefe Seattle ao Presidente”,                                                                                                                                                       “Carta Sobre a Felicidade”, de Epiruco e                                                                                                                                                     “Meio Ambiente é o Caralho”.

27/08/2018


Conteúdo

1.        Considerações iniciais        3

2.        Analise  da carta do Chefe Seattle        4

3.        Analise da carta sobre a felicidade        8

4.        Análise do texto “meio ambiente é o caralho”        13

5.        Referências Bibliográficas        14


  1. Considerações iniciais

Muitos impactos ambientais como o desmatamento, as queimadas, a degradação do meio ambiente ainda persistem uma vez que a solução para esses entraves exige uma transformação não só nos meios de produção e consumo, mas de nossa própria organização social. Esses problemas geram, na sociedade, a produção de conhecimentos sobre a educação ambiental, criando uma expectativa necessária em torno de práticas sociais que estão em oposição à degradação permanente do meio ambiente e do seu ecossistema. Sob a égide do ambientalismo, observam-se as inter-relações do meio natural com o social, de modo a priorizar o desenvolvimento sustentável, a emergênciade novos atores sociais, seus modos de organização social, com destaque à sustentabilidade socioambiental na expectativa de corrigir formas destrutivas da relação do homem com o ambiente natural.

Os conflitos criados por essa nova configuração social são provenientes de uma visão de desenvolvimento atrelado ao crescimento econômico em detrimento dos ecossistemas, da cultura e dos valores dos povos indígenas (CARVALHO, 2013). Em uma sociedade que tem como prioridade o desenvolvimento econômico e o progresso, as minorias étnicas são afetadas diretamente em seus direitos mais básicos no que tange à cultura, ao meio ambiente e ao próprio território onde vivem. Tendo em vista essa nova realidade das populações indígenas que se encontram alojadas no centro de mudanças rápidas e contínuas nas esferas econômicas, políticas e sociais, neste trabalho tem-se como objetivo analisar, com base em regularidades enunciativas e dispersões do discurso, as diferentes formações discursivas, os interdiscursos e os efeitos de sentido possíveis que perpassam a memória discursiva indígena e as representações de terra. Para isso, foram recortados excertos da Carta do Cacique Seattle, líder sábio que orientou seu povo a deixar a terra e não optar pelo confronto, no pronunciamento ocorrido em 1887.

Considerando que todo discurso carrega em seu bojo relações de saber/poder que definem as regras e as formas de funcionamento das práticas discursivas em uma determinada sociedade, trazemos algumas questões de pesquisa que procuram entender o surgimento desse discurso como acontecimento: Quais fatos históricos e sociais possibilitaram uma maior circulação do discurso do Cacique Seattle? Como tais discursos atravessam os sujeitos indígenas e quais situações decorrentes incidem sobre os sujeitos? Qual a configuração desse discurso no contexto atual, a partir das comunidades étnicas, e a relação saber/poder/resistência que perpassa esse discurso?

Diante dessas questões, trabalhamos com a hipótese de pesquisa de que a constituição identitária do indígena em pauta - em meio a um processo de constantes transformações sociais - é constituída por meio de uma resistência, reação contra os efeitos da globalização e os projetos de desenvolvimento priorizados pelo Estado. Há a recorrência aos antecedentes históricos que formam a base de sua cultura no que concerne ao convívio harmonioso com a natureza.

  1. Analise  da carta do Chefe Seattle

A Carta do Chefe Seattle de forma simples em pouco mais de duas páginas, sintetiza uma temática que muitos livros ainda não tiveram como esgotar. O texto evoca uma riqueza de compreensão do habitat dos humanos e ganha seu valor em virtude de advir de um indígena, norteado por uma visão cosmológica adversa daquela do destinatário da missiva: o presidente dos EUA, Franklin Pierce, quando este, em 1854, propôs comprar as terras de sua tribo, concedendo-lhe uma outra “reserva”.

A carta desnuda uma evidência que salta aos olhos do leitor: a compreensão da finalidade da terra e o seu significado para os humanos da parte dos envolvidos no assunto: o presidente americano e um chefe de uma tribo indígena. O primeiro ávido de uma visão mercantilista da natureza, o outro com uma compreensão de intimidade existencial com a mesma.De início vale salientar a atualidade da temática, sobretudo quando se debate nas várias esferas de poder do mundo a urgente necessidade de uma racionalização no trato dos recursos naturais que já dão mostras de extenuação e precariedade.

O texto é importante na sua relevância por abordar duas comovissões que nos ajuda a discernir e refletir sobre a importância dos novos paradigmas que emergem como postulados urgentes no enfrentamento da questão ambiental.

O pensamento do presidente americano em 1854, entendido pelo Chefe Seattle na sua carta, nos permite uma chave de leitura da gênese de um conjunto de idéias praxistas que enxergam a terra (o planeta) não como legado à pessoa humana, mas como um postulado indispensável de comercio e aproveitamento. Terra é sinônimo de moeda, de riqueza advinda da efetiva transformação do trabalho. Naquele postulado do “Grande Chefe” já era possível vislumbrar o pensamento de uma nova ordem econômica decorrente do estouro da era industrial inglesa que já fazia eco na ex colônia.

“Somos parte da Terra e ela é parte de nós”. Esta afirmação do Chefe Seattle já diz muito sobre uma compreensão originária da natureza, do habitat da humanidade. Se somos parte da Terra, destruí-la ou mercantizá-la é atentar-se contra a própria pessoa humana. A Terra, na compreensão ameríndia, é quase uma deusa: “Pois esta terra é sagrada para nós” .

A referida Carta é dotada de grande relevância para os dias de hoje, quando o mercantilismo capitalista vem dando mostras de ganância e soberba, sem medir as possíveis conseqüências para o nosso habitat que vem se tornando pequeno para atender às enormes demandas comerciais, alicerçadas na crescente industrialização de sobeja tecnologia.

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