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ANÁLISE CRÍTICA DO LIVRO “PRAÇA PR’ALEMÃO TER: O GERMINAR DE UMA PRAÇA VERDE NO MORRO DO ALEMÃO”

Por:   •  1/2/2022  •  Seminário  •  4.300 Palavras (18 Páginas)  •  216 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

ELIZABETH TAVARES

GABRIEL AZEVEDO

NATHALIA SABINO

PRISCILA VARGAS

ANÁLISE CRÍTICA DO LIVRO “PRAÇA PR’ALEMÃO TER: O GERMINAR DE UMA PRAÇA VERDE NO MORRO DO ALEMÃO”

RIO DE JANEIRO

2022

INDÍCE

        Contextualização……………………………………………………..03

        Materiais ………………………………………………………………04

         Mutirão …………………………………………………………………07

        Projeto x Realidade ………………………………………………….10

Conclusão……………………………………………………………..12

Canteiro em casa……………………………………………………..13

Referências bibliográficas…………………………………………...14

     

CONTEXTUALIZAÇÃO
        

As obras do PAC (Programa de Aceleração ao Crescimento), no Complexo do Alemão, trouxeram inúmeros benefícios para comunidade local, como alargamento das vias, possibilitando a entrada de serviços básicos, praças com brinquedos e o teleférico, que hoje parado, um dia fora um modal de transporte utilizado pelas populações do topo do morro. Porém, a falta de uma comunicação e participação efetiva dos moradores, no que diz respeito ao entendimento do funcionamento da comunidade, associado à rápida ocupação de lotes residuais, fez com que os espaços com potencialidade urbanística no Complexo, não fossem utilizados com finalidade de proporcionar o bem coletivo. Sendo assim, em 2015, a disciplina PUA - Projeto de Urbanização Alternativa, ministrada pelos professores Solange Carvalho e Paulo Benetti, aliados ao Instituto Raízes em Movimento, se uniram com o intuito de propor uma reurbanização dos espaços “cicatrizes” das obras do PAC. Com a deflagração das greves estudantis de 2015 e a crescente ocupação dos espaços residuais, os rumos do projeto tiveram que ser alterados e então foi definida a construção da Praça Verde.

O livro chamado “Praça Pr’Alemão Ter – O germinar de uma Praça Verde no Morro do Alemão” descreve a experiência de troca de saberes e conhecimentos entre a universidade e a favela num canteiro de obras, além de todo processo de comunicação, projeto e estudo urbanístico e viabilidade de implantação do projeto.  A construção era prevista para durar quatro finais de semana em regime de mutirão como atividade da greve estudantil. A documentação do projeto foi feita pela turma da disciplina Projetos de Urbanização Alternativa 2015.1. Nesta encontra-se o passo a passo de tudo que foi executado, desde a escolha dos materiais e orçamento, a obra, os obstáculos encontrados, mudanças de projeto, até a parte técnica, como plantas, cortes, vistas e perspectivas. O capítulo que abordaremos neste estudo desenvolve  a seleção dos materiais, o mutirão e como o projeto se deu em sua realidade, pontos esses, que tangem os estudos da disciplina de Processos Construtivos II. Ao final do texto, apresentaremos um estudo preliminar do trabalho de canteiro experimental e como ele se relaciona com o livro aqui escolhido.

MATERIAIS

          Assim como qualquer país do mundo, o Brasil enfrenta graves ameaças ao meio ambiente. A cada dia, são produzidas milhões de toneladas de resíduos, que são descartados pelos seres humanos na natureza. De acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos, da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), foram geradas 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos em 2018. Além disso, ao ser comparado com os países da América Latina, o Brasil é o campeão de geração de lixo, representando 40% do total gerado na região (541 mil toneladas/dia, segundo a ONU Meio Ambiente).

         Nesse sentido, é necessário refletir como pode-se melhorar esse cenário, pensando no cuidado com o meio ambiente, visto que os recursos ambientais não são infinitos. Dessa forma, surge o conceito de sustentabilidade, que se relaciona com a capacidade de sustentação de um sistema. Ou seja, criar meios para suprir as necessidades básicas do presente, sem que afete as futuras gerações. Dessa forma, a busca pela redução do impacto ambiental tem provocado mudanças e busca por novos métodos nas mais diferentes áreas.

         À vista disso, o conceito de Economia Circular é uma nova forma de pensar o nosso futuro e como nos relacionamos com o planeta. Diferentemente da economia linear, que ocorre a obsolescência programada, sendo definida pela técnica de produzir já estabelecendo o término da vida útil dos produtos, ou seja, são criados, utilizados e transformados em resíduos exponencialmente, na economia circular, os materiais circulam como insumos para novos produtos, retornando para o processo produtivo e acabam prolongando sua vida útil ao máximo, reduzindo a criação de resíduos.

         Com relação a isso, surge também o conceito de Lixo Zero, que segundo a ZWIA (Zero Waste International Alliance), é “uma meta ética, econômica, eficiente e visionária para guiar as pessoas a mudar seus modos de vidas e práticas de forma a incentivar os ciclos naturais sustentáveis, onde todos os materiais são projetados para permitir sua recuperação e uso pós-consumo.” Na prática significa eliminar todos os descartes que são prejudiciais à saúde do planeta como um todo, abrangendo a vida humana, animal e vegetal. Nesse sentido, a ideia abrange os

4R 's: “Repensar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar” e que podem se encaixar na arquitetura.

         Primeiramente, o “Repensar” trata-se de apresentar novos materiais, soluções e refletir sobre questões exclusivamente estéticas. Além de estudar decisões mais sustentáveis para o futuro da edificação e utilizar materiais locais, que não necessitam de transporte, por exemplo, para então serem aprofundadas. Já o “Reduzir” significa ser consciente e utilizar sistemas leves, que utilizam menos recursos e que apresentam uma boa duração. O “Reutilizar” é feito desde o reuso de materiais como madeira e vidro, até a reutilização de edifícios para novos usos como, por exemplo, fábricas e galpões sendo transformados e apresentando usos totalmente diferentes, mas com a mesma estrutura, sem haver a necessidade de demolir e produzir mais resíduos. Ou seja, é sobre pensar nas construções para todas as suas fases e diversos propósitos. E por fim, o “Reciclar” refere-se a realmente aproveitar um resíduo que seria jogado fora para fabricar outro produto. Sendo assim, pensar em edifícios já construídos e que precisam de melhorias, podendo haver a reutilização de materiais presentes nas paredes, fechamentos, estruturas, etc.    

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