ANÁLISE DESCRITIVA SOBRE SEGREGAÇÃO SOCIAL E INFLUÊNCIA PUBLICITÁRIA NO MERCADO IMOBILIÁRIO COM VISITA DE CAMPO NO CONDOMÍNIO ALDEBARAN BETA EM MACEIÓ/AL
Por: Gabriel Gomes • 1/7/2021 • Ensaio • 1.467 Palavras (6 Páginas) • 211 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
HISTÓRIA DA ARTE, ARQUITETURA E CIDADE 4
ANÁLISE DESCRITIVA SOBRE SEGREGAÇÃO SOCIAL E INFLUÊNCIA PUBLICITÁRIA NO MERCADO IMOBILIÁRIO COM VISITA DE CAMPO NO CONDOMÍNIO ALDEBARAN BETA EM MACEIÓ/AL
MACEIÓ/AL
2019
JOÃO GABRIEL GOMES DE SALES
ANÁLISE DESCRITIVA SOBRE SEGREGAÇÃO SOCIAL E INFLUÊNCIA PUBLICITÁRIA NO MERCADO IMOBILIÁRIO COM VISITA DE CAMPO NO CONDOMÍNIO ALDEBARAN BETA EM MACEIÓ/AL
Trabalho da disciplina de AURB021-A 2019.1 História da Arte, Arquitetura e Cidade 4, ministrada por Adriana Capretz Manhas no 4º período do curso de Arquitetura e Urbanismo 2017.2, como requisito de obtenção de nota para a segunda bimestral da disciplina.
MACEIÓ/AL
2019
1. Introdução
Esse relatório tem como objetivo identificar e refletir sobre os aspectos da segregação social e interesses de investidores no mercado imobiliário, bem como sua influência na qualidade de vida da população, consequências da vivência no ambiente idealizado e a projeção de pensamentos e comportamentos perante os outros indivíduos da sociedade, baseando-se na visita de campo realizada no condomínio Aldebaran Beta, localizado no bairro Jardim Petropólis em Maceió/AL, além de relatar e analisar as disposições arquitetônicas, urbanísticas e paisagísticas observadas durante a visita de campo.
O processo de urbanização das cidades trouxe várias problemáticas no que diz respeito ao espaço urbano, sociabilidade e a busca dos interesses coletivos, resultado de seu crescimento desordenado e em alguns casos, sem planejamento. Diante da percepção sobre violência, valorização dos espaços públicos e dinâmica da população na capital alagoana, é observada a busca desses aspectos, através de uma realidade simplificada em condomínios e loteamentos fechados a fim de solucionar tais problemas com a convivência intra muros, isolando-se das adversidades que assolam os centros urbanos não só espacialmente, como também no que diz respeito à percepção de cidadania, em um entendimento que vai contra ao propósito inicial das cidades, unificar e conviver entre as diferenças de forma harmônica.
2. A influência publicitária e a idealização do habitar
Segundo o levantamento realizado em 2017 pelo Radar do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), disponibilizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), Maceió é a última entre os números das regiões metropolitanas do Brasil e ainda segundo informações de 2018 do Atlas Violência, apesar da redução na taxa de homicídios em relação aos anos anteriores, Maceió ainda é a 9ª capital mais violenta do país. Esse cenário demonstra a situação de vulnerabilidade que grande parte de população alagoana se encontra, visto que o índice geral é calculado a partir de três dimensões: renda, educação e longevidade.
Nesse sentido, o mercado capitalista assim como em todos os planos da sociedade acaba atuando de forma negativa principalmente sob aqueles que estão à margem - pois estes, não possuem condições de arcar com os custos que o padrão de vida em um condomínio fechado demanda, em mobilidade e manutenção, por exemplo - com a implantação de um pensamento idealizado sobre morar com qualidade nas cidades, criada a partir de uma série de ferramentas midiáticas que se aproveitam das fragilidades da população com um discurso persuasivo.
Figura 1 - Campanha publicitária de condomínio horizontal com financiamento oferecido pela Caixa Econômica Federal, localizado na Cidade Universitária em Maceió/AL.
Fonte: engenharq.com.br (2019)
Sob influência publicitária, o pensamento parte do pressuposto e reforça que os problemas urbanos na cidade relacionados à segurança, qualidade de vida, lazer e conforto, só podem ser solucionados com a criação de muros que restrinjam a entrada das ameaças à sua bolha edificada e ofereçam, dentro dos muros, tudo ou a maioria do que se precisa para sobreviver, serviços como academia e prática de esportes, espaços gourmet, piscinas, contato com a natureza são algumas das vantagens também promovidas nas campanhas publicitárias de venda dos imóveis.
Ante à perspectiva de que a cidade não é mais segura, mesmo a maioria esmagadora dos números dos índices de violência vindo de áreas onde a população possui renda mais baixa, que carecem de apoio do poder público quando se trata de infra-estrutura e segurança e estão à mercê do abuso das autoridades policiais, como explicitado pela arquiteta Andrea Lopez Muniz, através de dissertação:
O sentimento de insegurança promove mudanças radicais nas cidades. No entanto, “na maioria dos casos, a violência afeta principalmente os mais pobres, que moram em áreas carentes, muitas vezes dominadas por traficantes. Mas os dados da violência são divulgados como um número, sem nenhuma especificação, como se atingissem igualmente a todos na cidade” (CORRÊA, 2010, p.27).
estes potencializam o parecer de que os espaços públicos são cada vez mais arriscados de se permanecer, resultando em uma histeria coletiva e negação por parte da população influenciada a acreditar que não se deve estar ativo no ambiente urbano.
Os empreendedores na maioria das vezes optam por situar estes em locais mais afastados da zona central da cidade, tanto pela necessidade de um terreno mais amplo, próximo a regiões suburbanas e com dinâmica menos agitada no dia-a-dia, quanto pelo interesse de buscar novas formas de obter lucros que vão além dos já existentes com o lote, residência ou apartamento, como por exemplo, parcerias com redes de supermercados e outras empresas que posteriormente irão se instalar em suas proximidades para atender a procura da população que ali reside.
3. O Aldebaran Beta e as considerações obtidas em campo
O condomínio Aldebaran Beta foi implantado
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