ARQUITETURA MODERNA- TRAÇADOS REGULARES DE LE COBUSIER

ARQUITETURA MODERNA- TRAÇADOS REGULARES DE LE COBUSIER

Emily M. S. Cruz

O moderno não vinha negar a história, mas o estilo histórico, que se baseia em pegar algo que não seja daquele tempo e fazer uma aplicação dela, uma colagem, sendo que aquilo não corresponde ao espírito do tempo.

A grelha de proporções surge ligada às leis da harmonia e os traçados reguladores relacionam-se com o mecanismo da percepção visual da composição. A aplicação conjunta na prática projetual dos traçados reguladores e relacionados com a geometria permite a ordenação da composição, exprimindo um ritmo claro, um conjunto coeso, em que todas as partes se relacionam entre si. Le Corbusier apresenta os traçados reguladores como inerentes à atividade criativa.

“ O traçado regulador é uma garantia contra o arbitrário.”

Analisando essa frase é compreensível que para Le Corbusier, esses traçados serviam como uma maneira de impedir o arbitrário, o que seria algo muito voltado para si próprio, ou seja, que não segue regras ou normas; que não tem fundamento lógico; que apenas depende da vontade ou arbítrio daquele que age, no caso, o arquiteto. Assim, o traçado regulador é um caminho para atingir a harmonia, o equilíbrio e não algo que pegamos e recriamos com os mesmos passos como se fosse uma receita, um manual de como fazer projeto, é necessário pensar e criticar antes de sair reproduzindo algo que já está feito. Além de ser necessário pensar em planta e volume simultaneamente, para que se consiga chegar à harmonia geométrica defendida por Le Corbusier.

O reconhecimento da geometria garante ao homem a ordem e correspondência de todos os elementos, porque é algo intrínseco à sua natureza, é a sua linguagem. Deste modo, os traçados reguladores são encarados como a geometria inerente ao indivíduo.

Importante pontuar que esses traçados regulares não seriam diferentes do ele vinha defendendo ao longo do livro sobre as escalas adotadas aos projetos, no caso, a escala humana. O que faz sentido, pois construir pensando na escala humana é fazer com que quem adentra aquele local se sinta parte do espaço.

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