AS ESTRUTURAS EM VIDRO

ESTRUTURA EM VIDROS:

DESCRIÇÃO

O vidro estrutural é aquele que além de ser utilizado por suas propriedades de transparência e reflexão, também é utilizado na parte estrutural de uma obra. Seu uso está cada vez mais comum, por suas características naturais de luminosidade e transparência e a confiança em sua resistência mecânica elevada (resistência a tensões de tração) que ocorre na maioria das vezes por conta da necessidade do uso de vidros temperados e laminados. Entretanto, seu uso precisa ser analisado por meio de normas e recomendações de fabricantes, além de ser extremamente necessário verificar sua eficácia através de ensaios de laboratório.

“O envidraçamento é classificado como estrutural quando substitui as estruturas de suporte padrão das fachadas em concreto e aço. O vidro se comporta estruturalmente, resistindo aos esforços de vento e de peso, próprios da fachada”

Maurício Margaritelli - Director da T2G Engenharia, São Paulo.

O vidro é capaz de comportar estruturalmente resistindo aos esforços de vento e de peso próprio da fachada. Essa condição ocorre através de colunas e vigas de vidro ou de cabos e aço.

Esse material também pode atuar como reforço estrutural para colunas e travessas, atuando como contraventamento. Logo, os materiais são dimensionados por fatores como a pressão do vento atuante no local e a espessura do multilaminado desses contraventamentos é calculada a partir do tamanho do vão a ser vencido, quanto maior é a altura, mais grossa será sua espessura.

É importante que os projetistas saibam também os pontos de ancoragens, as quais são confeccionadas em base metálica (inox ou aço). A estrutura na qual o vidro será utilizado vai depender de fatores como a viabilidade econômica e da arquitetura pensada, sendo possível o uso de estruturas como cabos de aço, conexões em inbox, conexões transparentes, spiders etc.

As conexões e juntas de vidros podem ser em inox ou por meio de sistemas de fixação totalmente transparente que é uma tecnologia já disponível no mercado, permitindo uma ligações leves entre as estruturas e possibilita também trabalhar com o material de forma mais livre.

Podemos classificar o nível de segurança desse sistema de acordo com a sua altura e o seu entorno:

“Exemplificando, em uma obra de piscina em vidro, onde há grande pressão sobre o material, trabalha-se com fator de segurança 4, ou seja, há uma resistência quatro vezes maior à tensão a que está submetido. Para fachada convencional, é possível pensar em fator de segurança de 60%. Já para as colunas, o mínimo tem que ser 100% e estarão submetidas à

metade da força a que resiste. Já nas vigas, o mínimo é 3, segurança que está acima das

cargas estipuladas por normas técnicas”

Maurício Margaritelli - Director da T2G Engenharia, São Paulo.

Entretanto, para maior segurança, os projetistas brasileiros recomendam sempre que possível os vidros laminados, multilaminados ou os laminados de temperados.

No mercado podemos encontrar o “Gorilla Glass” que é um vidro ultrafino e tem um alto índice de resistência e leveza. Com ele é possível uma maior liberdade na criatividade da arquitetura e do design. Em exteriores seu uso é excelente para fachadas, coberturas, janelas de vidros triplos e estruturas de paredes decorativas de vidro.

VANTAGENS DO VIDRO ESTRUTURAL

1. Permite a criação de estruturas totalmente transparentes
2. Dispensa o uso de caixilhos
3. Possibilita o desenvolvimento de soluções para envidraçamento contínuo
4. Melhora a iluminação natural, deixando o ambiente mais “amplo”

DESVANTAGENS

Seu uso ainda possui algumas restrições devido a estrutura auxiliar, onde ocorre a ancoragem dos vidros.

Como seu uso não é muito comum, o tamanho das chapas fornecidas pelos fabricantes ainda é muito limitado.

No Brasil, ainda não há normas técnicas totalmente específicas para o uso do vidro de maneira estrutural. Entretanto, é utilizado a ABNT NBR 7199 (Projeto Execução e Aplicações de Vidros na Construção Civil) e a ABNT NBR 11706 (Vidros na construção civil).

EXEMPLOS DE USOS

1. Pilares

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Pilares em vidro em Centro de Convenções em Saint German na França.